sábado, 12 de setembro de 2009

De olho no futuro...

O rei do pop vive

E não é só a família de Michael Jackson que planeja capitalizar em cima da recente morte do astro da música pop. Um documentário, com cenas exclusivas de ensaios, foi montado as pressas e chega aos cinemas americanos em 28 de outubro. No Brasil, não há previsões. Mas é dificil imaginar que o rei do pop tenha apelo suficiente para fazer brasileiro ir ao cinema assistir documentário. Olha aí o primeiro pôster da produção.


Jackson não consegue descansar em paz


Faltam dois meses...


Para os fãs ardorosos de Crepúsculo, eles são mais do que você pode imaginar, a espera é angustiante. Lua nova, continuação do sucesso do ano passado chega aos cinemas do mundo todo no dia 20 de novembro.Claquete, como não poderia deixar de ser, vai seguir de perto. Abaixo uma foto dos Volturi (legião de vampiros que dá as caras nessa sequência). Que promete um clima um pouco mais aterrador. Há conferir.

"Esse Edward não é de nada! Agora vocês vão ver vampiro de verdade"





Rio de Janeiro para gringo ver...

O novo filme catástrofe de Roland Emmerich, diretor de Independence day e O dia depois de amanhã, é 2012. No filme, o mundo é destruído conforme previsto em profecia maia. A diferença é que a destruição não é mostrada só nos EUA ou principais pontos da europa. O gigante orçamento( estima-se algo em torno dos U$200 milhões) permitiu que Emmerich "destruísse" outros cartões postais. Aí está uma amostra, em um dos vários catazes do filme, do que o diretor fez com o Rio de Janeiro. 2012 chega ao Brasil em Dezembro.



Algo que o tráfico de drogas ainda parece distante de conseguir...


Oscar a vista?

Ontem aqui em Claquete foi falado de O desinformante, nova fita de Sodebergh. A critica se dividiu em relação ao filme.Mas em uma coisa ela foi unânime. Matt Damom. O ator, que engordou 15 quilos para compor o personagem, parece ter agradado e só colhe elogios. Desde os rabugentos criticos da Vanity Fair até os condecendentes apresentadores do E!. O desinformante acaba de ter sua estéia confirmada no Brasil para 18 de outubro. Poderemos então conferir se é realmente esse assombro todo a performance de Damom.



Ouvir falar que é só engordar para ganhar um Oscar, né mesmo George?

Aos vencedores... O leão

Sairam nesse sábado 12, os vencedores de Veneza. O drama israelense Líbano faturou o leão d eouro do 66o festival de Veneza. O filme acompanha três soldados durante a invasão do Líbano por Israel na década de 80. Apesar de Líbano ter agradado a critica, não era apontado como provável vencedor. Sua vitória não deixa de ser uma surpresa já que contrariou praticamente todas as previsões.

O homem de Ford
Colin Firth ganhou a copa Volpi de melhor ator por sua atuação em A single man de Tom Ford.

Mais uma bela russa
Ksenia Rappoport venceu a Copa Volpi de melhor atriz por seu desempenho m La doppia ora

Roteiro?
Todd Solondz venceu o prêmio de melhor roteiro com o seu Life during wartime. Seu novo filme, no entanto, é uma revisão de seu premiado trabalho de 11 anos atrás, Felicidade.

Aos polêmicos, só polêmicas

Oliver Stone e principalmente Michael Moore ficaram a sós com suas respectivas polêmicas. Nada de prêmios para eles.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Cenas de cinema

A majestade veneziana

Há quem diga que George Clooney nasceu americano por erro de cálculo. Já que creem ser sua alma, italiana. O astro americano tem residência fixa na Itália e sempre dá as caras no principal festival de cinema do país. Em 2009 não poderia ser diferente. Dessa vez, Clooney tinha um álibi. Essa semana, esteve em Veneza divulgando seu mais recente trabalho, a comédia de humor negro The men who stare at Goats. Nova colaboração com o amigo Grant Heslov, produziram e roteirizaram juntos Boa noite e boa sorte, que aqui estréia na direção de longas.


O estilo dele
Foi exibido ontem o drama A single man, aguardada estréia na direção do estilista americano Tom Ford. E agradou. O filme que conta com as participações de Julianne Moore, Colin Firth e Matthew Goddie versa sobre um homem mergulhado em profunda depressão após a morte de seu parceiro. Os críticos presentes em Veneza elogiaram a contundência do primeiro trabalho de Ford atrás das câmeras.

A nova ironia de Soderbergh
O diretor mais inquieto do cinemão americano lança seu segundo longa em menos de 3 meses. O desinformante teve premiere mundial em Veneza no último dia 7. No filme Matt Damom faz um informante vigarista em uma complexa e multifacetada investigação federal que tem seus próprios planos. O filme ainda não tem data de estréia confirmada no Brasil. Mas como tem Damom, tem distribuição garantida. Algo que Soderbergh não tem conseguido assegurar somente com seu nome.


Chavez é coisa de cinema
O presidente Hugo Chavez polarizou atenções em sua passagem por Veneza. Não bastasse ser objeto de um documentário que suscita polêmicas, realizado pelo outrora polemizador americano número 1 Oliver Stone, o ditador venezuelano fez questão de endossar a visão de Stone enaltecendo o desprendimento e a sagacidade do cineasta.Para muitos ele estava se auto elogiando.


Ponte aérea Veneza- Rio
Aconteceu em Woodstock, novo filme de Ang Lee, presidente do júri da edição do festival de Veneza desse ano, abrirá o festival do Rio em 24 de setembro. A fita já participou da competição oficial em Cannes e é um dos lançamentos mais aguardados desse fim de ano. O cineasta, ao contrário de Quentin Tarantino, ainda não confirmou presença no festival.

O verdadeiro rei do mundo
Esse ano James Cameron volta a ativa e é bom que ele permaneça por perto. Seu alardeado reinado está por um fio. O candidato ao trono é o visionário e gente fina John Lasseter. Essa semana ele recebeu, das mãos emblemáticas de George Lucas, outro Midas do cinema, o primeiro leão de ouro de honra não apenas para si, como para sua empresa, a Pixar. Lasseter é a principal mente por trás do segmento mais criativo e lucrativo do cinema atual.

Sábado de favoritos ou de surpresas?
Amanhã serão divulgados os vencedores do 66º festival de Veneza. Existem os favoritos e existem os favoritos ao posto de azarão. Entre os mais vitaminados estão Life during wartime de Todd Solondz, Capitalism: A love story de Michael Moore, Persécution de Patrice Chereau e A single man de Tom Ford. Os mais bem posicionados para roubar a cena são os dramas Lourdes de Jéssica Hausner e o americano A estrada de John Hillcoat que também pode valer um prêmio de interpretação para Viggo Mortensen.

Filme surpresa
No fim de semana passado já havia aparecido um. My son, my son, what ye done de Werner herzog, agora surge outro, o filipino Lola, que causou verdadeiro alvoroço no festival. Lola fala sobre os problemas sociais na Filipinas sob o ponto de vista de duas avós ligadas pela tragédia. O neto de uma, matou o neto da outra. A pergunta que fica é: Por que que os dois filmes surpresa provocaram reações mais entusiasmadas do que muitos dos anunciados previamente? E por que eles tinham de ser surpresas?

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Nota

A cobertura sobre o festival de Veneza não acabou não. Amanhã em Claquete você fica por dentro do que ocorreu essa semana no festival na coluna Cenas de cinema. Até lá!

Critica: O sequestro do metrô 123

A redenção do homem comum!

Essa refilmagem de O seqüestro do metrô 123 (Taking of Pelhan 123, EUA 2009) tem muitos atrativos. O maior deles é obviamente o embate entres os astros Denzel Washington e John Travolta. Contudo, a fita de Tony Scoot tem outros predicados.
O sequestro do metrô 123 busca avidamente o espírito de seu tempo. Distanciar-se do original é aproximar-se da realidade que vivemos. O roteirista Brian Helgeland (Sobre meninos e lobos e O troco) teve o cuidado de enraizar sua trama na modernidade. Um bandido que consulta a internet para observar os efeitos de suas ações no mercado financeiro e um mocinho que não apresenta um currículo indelével são algumas das modificações que ditam o tom do registro.
No filme, Denzel vive Walter Garber, um funcionário do metrô de Nova Iorque que, sob investigações por corrupção, teve sua posição rebaixada dentro da hierarquia da empresa. Ele acaba envolvido numa tensa negociação de reféns. Em parte por ser o operador responsável pela linha do metrô seqüestrado , em parte porque o seqüestrador Ryder (John Travolta) pensa que com um negociador não profissional manter o controle será mais fácil.
O seqüestro do metrô 123 é um eficiente thriller urbano. Existem clichês é verdade, mas o filme, embora carregue certa previsibilidade, funciona como entretenimento graças ao duelo dos atores. Toda a mise- en -scène é montada para valorizar esse confronto. Denzel não precisa fazer muito esforço para cativar, nem mesmo o faz. Está perfeito na pele do homem comum que salva o dia. Travolta, por sua vez, se diverte caricaturando vilões de seu próprio portfólio.
Se há um porém, é a direção estilosa demais de Tonny Scott. O diretor certamente não era o homem talhado para o trabalho. Seu virtuosismo só faz atrapalhar. Scott parece querer rivalizar com seu filme. Chamar as glórias para si. Se essa linguagem funcionava sistematicamente em filmes como Chamas da vingança (também com Denzel), aqui distancia o espectador do conflito emocional que se pretende estabelecer.
Em meio a yuppies raivosos e pessoas que cedem a tentação (talvez o grande comentário, sub-aproveitado por Scott, do filme), quem salva o dia é o cara comum. Com hipoteca, filhos e uma batalha diária chamada casamento. Algo que nenhum filme, por mais interessado que possa estar em apelar à modernidade, pode prescindir.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Perfil

Imergir é preciso!
Ser ator em uma cidade que cultua celebridades e as germina com a mesma intensidade não é algo fácil. Principalmente se você tem um irmão ainda mais famoso para lhe fazer sombra. Joaquin Rafael Botton nasceu em San Juan, Porto Rico e passou a atender pelo nome de Joaquin Phoenix, para ajustar sua imagem a de seu irmão, River Phoenix, que morreria de overdose em 1993 e mudaria dramaticamente a carreira de Joaquin. Até ali River tinha sido não só o tutor de Joaquin em sua recém iniciada carreira, como também era um modelo para o irmão.
Foi sob as asas do irmão que Joaquin iniciou sua carreira na TV americana com participações em produções como Seven Brides for seven Brothers ( uma sitcom da qual River era um dos protagonistas) e no telefilme Backward:The riddle of dyslexia e participou de seus primeiros longas metragens como Testemunha secreta (1988) e O tiro que não saiu pela culatra (1989).
Após a morte de River, Joaquin se viu diante de um dilema. Seguir aquela que parecia ser a trilha deixada pelo irmão, ou largar tudo para trás. Seus primeiros passos foram tímidos mas enfáticos. Em filmes como Um sonho sem limites(1995) e Circulo de paixões(1997), Joaquin lembrava a entrega de seu irmão aos personagens mas o fazia com uma naturalidade aparentemente muito maior.



Phoenix: Intensidade e dedicação

Joaquin passou a chamar atenção para si depois do sucesso comercial de 8 milímetros, suspense estrelado por Nicolas Cage, em que fazia um jovem perdido em um mundo de violência. A consagração artística e o reconhecimento do público viria no ano seguinte com Gladiador. Recrutado pelo diretor Ridley Scott para viver o imperador Commodus no épico que revitalizaria o gênero em Hollywood, o ator compôs um tirano com todos os estratagemas clássicos. Pelo filme, recebeu sua primeira indicação ao Oscar. O ano de 2000 seria prolifero, não só em reconhecimento, como também pela qualidade dos trabalhos. Foi o ano em que mais lançou filmes, ainda um reflexo do interesse despertado em 8 milímetros, mas o que chamou a atenção foi a coerência e regularidade de Phoenix em seus projetos. Este muito bem em Caminho sem volta e Guerreiros buffalo, e sublime em Contos proibidos do Marquês de Sade em que contracenou com Geoffrey Rush.


dividindo a cena com Russel Crowe em Gladiador: Consagração

O talento de Phoenix no começo da década passou a ser público e notório. Todos apreciavam o intérprete de Commodus. A partir de então, o ator passou a alternar filmes de maior apelo comercial com filmes que lhe falavam ao coração. Portanto, depois de Sinais(2002) em que contracenava com Mel Gibson sob as ordens de M.Nigh Shymalan, veio Dogma do amor(2003) de Tomas Vinterberg, filme profundamente reflexivo pertencente ao movimento dogma criado em 1995. Dogma do amor, foi um dos filmes crepusculares do movimento. O ator também integrou o rol de estrelas que aderiram a dublagem de animações. Emprestou sua voz na animação Irmão Urso(2003) da Disney, um dos últimos trabalhos do estúdio em animação tradicional.
A vila (2004), em nova colaboração com M. Night Shymalan, foi uma das maiores bilheterias de sua carreira. E também foi o seu maior cachê, algo em torno dos 15 milhões de dólares. Vieram brigada 49 e Hotel Ruanda, também de 2004. No primeiro dividia a cena com John Travolta em um filme sobre os bombeiros de Nova Iorque (alçados a heróis depois do 11 de setembro) , no segundo fez um pequeno mas intenso papel na pele de um fotógrafo descrente da humanidade.
O oscar cruzaria novamente seu caminho quando viveu nas telas Johnny Cash em Johnny & June, para muitos seu melhor trabalho. Johnny & June lhe rendeu muitos prêmios, além da segunda indicação ao Oscar, e a vontade genuína de se expressar artisticamente de uma forma diferente. Vontade essa que culminou com o anúncio de sua aposentadoria do cinema no ano passado. Durante os eventos de divulgação de seu mais recente filme, Amantes, terceira colaboração com James Gray, Phoenix exortava a audiência de que havia perdido o tesão de atuar. Havia cansado de mentir, de se vender daquela maneira. Seguiria daquele momento em diante uma duvidosa carreira de cantor de rap.
De inicio sua decisão fora tomada por público e mídia como uma indefectível jogada de marketing - toda essa jornada está sendo documentada pelo cunhado de Phoenix, o também ator Casey Afleck. Contudo, mais de um ano se passou e Phoenix -que já se apresentou algumas vezes como rapper embora nenhuma delas tenha rendido algo mais do que curiosidade- não parece esboçar nenhuma vontade de retomar sua carreira como ator.
Seu precoce testamento artístico pressupõe um ator inquieto e dedicado. Disposto a compor seus personagens com o máximo de intensidade e honestidade possíveis. Se sua decisão for realmente definitiva, o cinema perde um ator que prima pela imersão total e irreversível em seus trabalhos. Talvez seja isso o que esteja fazendo agora.


O ator em fevereiro último: Surto ou marketing?
Fotos: Divulgação

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Movie Pass

O Movie Pass de hoje destaca o filme que contribuiu definitivamente para a afirmação do interesse do cinema pela figura do psicopata. O silêncio dos inocentes é cult por muitos fatores, mas o mais proeminente deles, é sem dúvida alguma ter apresentado ao mundo Hannibal Lecter. O personagem imortalizado por Sir Anthony Hopkins voltaria em outros filmes, mas nunca proporcionaria o impacto daquele primeiro encontro. É verdade que o personagem dos livros de Tomas Harris já havia feito o seu debute em 1986 em um telefilme dirigido por um então desconhecido Michael Mann. Mas foi só em 1990, com essa fita de Jonathan Demme, que o doutor canibal enfeitiçou platéias do mundo inteiro.
O silêncio dos inocentes é um filme plenamente elaborado. Suspense de alto nível, sofisticação, e atores no tom certo. O filme tem ainda a pecha de ter sido o último( além dele só tem mais dois filmes) a ter conquistado os cinco principais prêmios da acadêmia (melhor filme, direção, roteiro, ator e atriz).
A seguir o trailer e a minha critica do filme:


A mais requintada versão de a bela e a fera
O diretor Jonathan Demme realiza um filme que impressiona tanto pela inteligência quanto pela capacidade de chocar. O silêncio dos inocentes (Silence of the Lambs, EUA 1990) é daqueles raros casos em que tudo converge de maneira tal, que o resultado final é não menos do que assombroso. Unindo esmero narrativo, atmosfera claustrofóbica, requinte e atores imersos em seus papéis, Demme tece um conto aterrador sobre a perversão humana e a força que se reúne para combatê-la.
Na fita, jovem e inexperiente agente do FBI( Jodie Foster) se vê obrigada a colaborar com Serial Killer condenado para que possa prender um outro que está a solta e provocando pânico e vítimas desenfreadamente.
O psicopata que será consultor do FBI no entanto, é mais perigoso e perspicaz do que os numerosos avisos dão conta. Hannibal Lecter( imortalizado na pele de Anthony Hopkins) é altivo, sedutor, sofisticado, extremamente inteligente e obviamente, um manipulador contumaz. Ele tem seus próprios planos, embora se interesse genuinamente pela agente desastrada, mas corajosa, vivida por Foster.
O jogo de gato e rato desenvolvido entre os dois de alguma maneira se sobrepõe a caçada pelo serial Killer a solta. Demme sabiamente desvia a atenção da platéia para onde seu filme tem mais vigor, viço. O embate entre aquele monstro refinado e aquela bela que alimenta sentimentos dúbios em relação a ele, move a história e insere novos elementos ao suspense que se assiste e ao que se pressente.
A trama principal se resolve conclamando o desfecho imaginado. O embate entre Hannibal e sua mais tenaz oponente, no entanto, reverbera no espectador que não consegue se retirar daquele momento intenso e trucidante. O mal, raras vezes foi tão sedutor na tela grande.

Bilheterias

Fim de semana fraco nos EUA. O terror em 3D, Premonição 4 manteve a liderança pelo segundo fim de semana seguido, com módicos U$ 12 milhões. Logo atrás, a nova fita de Sandra Bullock, All about Steve em que a estrela divide a cena com Bradley Cooper do fenômeno Se beber não case. Gamer, ficção estrelada por Gerald Butler estreou na quarta posição. Bastardos inglórios de Quentin Tarantino caiu para terceiro. Mas é o que parece ter mais fôlego dos quatro.
O fraco desempenho tem duas razões. A prmeira pode ser associada a volta as aulas que ocorre nessa semana. E o outro, diretamente ligado ao fim do verão. Com a chegada do fim de Setembro, os estúdios vão se preparando para lançar suas fitas postulantes ao Oscar. Portanto essas próximas três semanas não devem ser muito movimentadas lá fora.

domingo, 6 de setembro de 2009

TOP 10

Filmes sobre o jornalismo
10 – Intrigas de estado (State of play EUA 2009)

Esse thriller dirigido pelo escocês Kevin McDonald é em sua essência um drama político. Contudo, o jornalismo está em pauta e é também o que unta a história contada na tela. Russel Crowe faz um jornalista cheio de clichês da profissão que resiste às mudanças que a tecnologia impõe nas redações. Jornalista da “old school' se lança em um caso de repercussão pública. A secretária de um senador que preside importante comissão no senado acaba de ser assassinada. A história vai se desdobrando e Intrigas de estado vai se servindo do jornalismo e também prestando uma das mais perenes homenagens a essa nobre profissão. Em seu âmago, o filme é um reconhecimento a utilidade pública - que alguns teimam em esquecer- que o jornalismo presta indiscriminadamente.

9- O informante ( The insider 1999)

Outro filme com Russel Crowe, mas aqui ele faz a fonte. O filme cobre a história verídica do desfalecimento público das empresas de tabaco. Quando a imprensa americana fez saber com muita garra que as empresas de tabaco não só sabiam que seu produto viciava como o produziam para tal. Um escândalo que é levado as telas com rigor pelo grande Michael Mann. Al Pacino vive o produtor do prestigiado jornalistico 60 minutes que ao potencializar a crise de consciência de um ex empregado de uma empresa de tabaco vê a chance de uma grande matéria. O informante é um drama inteligente que escancara as amarras espúrias que ditam o corporativismo dominante na cultura dos negócios. E o faz com presteza jornalística. Além de fazer um belo retrato da profissão.

8 - O jornal( The journal 1994)

Nesse drama de Ron Howard não há grandes comoções mundiais, intrigas ou congêneres. Aqui é o dia a dia de um redação de jornal que importa. O filme pode até mesmo parecer datado – é de alguns anos antes da explosão da internet- mas mimetiza a vida estressada e pressionada dos jornalistas. A despeito das plataformas disponíveis de hoje, pouco mudou na dinâmica da profissão. E justamente por isso O jornal é tão eloquente.

7-Adoro problemas( I love trouble 1994)

Sim, é uma comédia romântica. O que ela está fazendo aqui? O filme de Charles Shyer mostra a rivalidade entre dois colunistas de jornais concorrentes vividos por Nick Nolte e Julia Roberts. Obviamente que no filme isso é apenas prelúdio para o amor, mas é algo corrente na imprensa americana e agora potencializado pelo fenômeno da internet em escala planetária. Os blogs incrementaram a noção de rivalidade. Aquela alimentada pelos personagens de Nolte e Julia tem sabor de nostalgia.

6-O dossiê Pelicano ( The pelican brief 1993)

E Júlia de novo. Aqui ela faz uma estudante de direito que lança uma tese sobre o assassinato de três ministros da suprema corte americana. Passa a ser perseguida e confia a história ( e sua vida) ao jornalista vivido por Denzel Washington que cobre o caso para seu jornal.O dossiê pelicano pode parecer mitificar a profissão de jornalista, afora alguns eventos dramáticos, é aquele o processo para se apurar denúncias. Sofrer achacações, ameaças de morte e ter a vida dificultada enormemente por pessoas interessadas em ver você o mais longe possível da verdade. Além de ter um editor buzinando na sua orelha. O dossiê pelicano também revela a força redentora da profissão. Em parte o que move aqueles que a escolhem.

5- Todos os homens do presidente ( All the president´s men 1976)

E se o jornalismo investigativo é reconhecido amplamente, deve-se aos homens que escancararam o escândalo de Watergate. Esse filme versa justamente sobre essa tour de force a qual esses dois jornalistas se lançaram. O filme de Alan J. Pakula, o mesmo diretor do filme da posição anterior, se esforça em não pintar os jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein como heróis. São apenas dois homens fazendo bem o seu trabalho. O trabalho sim, é heróico. E isso, Pakula não faz questão de esconder. Grande filme e grande momento do jornalismo nas telas.

4- O diabo veste Prada ( Devil wears Prada 2006)

Pode parecer suspeita a inclusão dessa comédia fashion na lista. A verdade é que a fita do diretor David Frankel cobre o universo do jornalismo como poucos. E de uma perspectiva pouco aproveitada. A de quem ingressa esse mundo. Aqui vemos a personagem de Anne Hathaway penar na mão da editora megera vivida por Merly Streep. É aquele o estado de espirito mais comum de quem começa na profissão. Desilusão, descontentamento e um tantinho de insubordinação.O diabo veste prada mostra que as coisas nem sempre são como imaginamos. Temos que aprender a ajustar nossas expectativas à realidade. É essa a grande contribuição da fita.

3- A montanha dos sete abutres(Ace in the hole 1951)

O filme de Billy Wilder foi o primeiro a alertar sobre a responsabilidade social do jornalismo. E o perigo que pode representar quando esta lhe falta. Aqui o personagem de Kirk Douglas se aproveita de uma tragédia para se promover. Lançando mão de estratégias mesquinhas, sensacionalistas e taciturnas. Tudo para obter audiência e sucesso profissional. A montanha dos sete abutres é vanguardista e tenaz. Realiza uma contundente critica sobre o fazer jornalistico e oferece perspectiva para todo e qualquer ingresso na profissão .Obrigatório.

2- O quarto poder( Mad city 1997)

Aqui o diretor Costa Gravas acompanha o raciocínio de Wilder. Só que ele acentua o drama. E também pega mais pesado com a imprensa. Veterano jornalista descontente com seu atual status vê em um assalto a um museu promovido por um ex funcionário,a chance de reaver a glória. Manipulação é a palavra do dia de Costa Gravas. Com desfecho trágico, O quarto poder é como um grito perene de consciência da profissão.

1- Boa noite e boa sorte (Good night and Good Luck 2005)

Se existem filmes que funcionam como testamento de profissões. Boa noite e boa sorte encabeça a lista. A fita de George Clooney, que visava prestar também uma homenagem a seu pai jornalista, sintetiza tudo o que o jornalismo representa. Isenção, disposição, busca incessante pela verdade e combate ao cerceamento de valores e direitos. A fita remonta o clássico embate entre o jornalista Edward R. Murrow e o senador Joseph McCarthy, que promovia uma verdadeira caça as bruxas em território americano a pretexto de prender comunistas. Um filme de profundo valor e de ressonância atemporal. Além de ser entretenimento de primeiríssima qualidade.