terça-feira, 13 de agosto de 2013

Crítica - Círculo de fogo

Campo de batalha: Terra

Guillermo Del Toro quando concluiu Círculo de fogo (Pacific Rim, EUA 2013) deve ter pensado para consigo que dispunha de um Transformers vitaminado, mais bem adensado narrativamente do que os filmes concebidos por Michael Bay e visualmente mais impactante também. O primeiro revés a essa percepção veio das bilheterias. Com orçamento de U$ 180 milhões, o filme não chegou nem mesmo aos U$ 100 milhões no mercado americano. O segundo revés foi a artilharia pesada com que a crítica taxou o filme de “bobagem de grandes proporções”. No fim das contas, Del Toro, um cineasta inovador e conceitualmente interessante, perdeu para Bay nessa disputa de “meninos nerds”. Seu Transformers, bombeado pela cultura japonesa extrapolada de mangás e seriados cult dos anos 70 e 80, é bem menos divertido do que o “parques de diversões robótico” melindrado por Bay. 
A história mostra um futuro distópico em que a humanidade precisa desenvolver defesas, nem sempre eficientes, para conter e debelar criaturas monstruosas (os chamados kaiju) que chegam ao planeta por uma gigantesca fenda aberta no oceano pacífico. O método mais eficiente de defesa são os Jaegers, imensos robôs que são pilotados por duas pessoas que tem seus cérebros unidos em um procedimento puro sci fi. Um desses pilotos, Raleigh (Charlie Hunnam), é exonerado de seus serviços depois de um ato de insubordinação que levou à morte de seu irmão. O filme centra-se na figura de Raleigh que é chamado de volta pelo marechal Pentecost (Idris Elba) depois que o programa Jaeger é desativado pelas Nações Unidas e passa a atuar como uma resistência e não mais como linha de defesa da humanidade.

Ron Perlman, no auge da canastrice, mantém o padrão Del Toro de qualidade no filme em que Del Toro não parece Del Toro

O fiapo de história rende duas horas e meia de um filme que apresenta um visual entorpecente, principalmente se visto com todos os recursos tecnológicos disponíveis, mas que assusta justamente por ser um filme esvaziado de alma (feito inédito até então na filmografia de Del Toro) e desprovido de humor – essencial para filmes que suplicam à plateia que desconsidere leis da física, química, matemática e tantas outras leis frequentemente sobrepujadas pelo cinemão. Até nisso, Círculo de fogo perde para Transformers, que sabe rir de si mesmo, enquanto o filme de Del Toro se leva demasiadamente a sério.
Se há pontos positivos são as participações de Idris Elba, puro carisma na pele daquele que pode ser considerado o verdadeiro herói do filme, e Ron Perlman, fiel escudeiro de Del Toro, que responde pelos melhores (e mais desencanados) momentos do filme.

Círculo de fogo é o terceiro grande filme a fracassar exponencialmente em sua proposta nessa temporada. É uma pena. A história certamente tinha potencial e contava com Del Toro, um diretor até então à prova de balas, como grande fiador do projeto. É muito clara a razão do fracasso do filme. Optou-se pelo espetáculo visual em detrimento do desenvolvimento dos personagens. Talvez seja melhor Del Toro voltar aos filmes menores...

9 comentários:

  1. Que merda seu comentário hein, cara!! Pode ter certeza que foi a primeira e será a última vez que irei perder o meu tempo lendo suas criticas bestas. O filme é incrivel! Original, bem escrito e visualmente sem precedentes. Vejo também, que estas desinformado quanto ao lucro de filme. Ele foi mau nos EUA, mas foi um sucesso no exterior, garantindo o equilibrio dos custos. Além disso, abriu de vez o mercado chines para o cinema! Foi o maior sucesso da WARNER na China. Parabéns ao Del Toro, você me levou a ser criança de novo! Uma vaia, a você critico, que só sabe criticar, mas que parece não ter imaginação nenhuma. Bosta de comentário! O pior que lí! E vê se busca informação antes de falar o que não sabe...

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  2. Pois é Unknown, ainda que a crítica tenha sido escrita antes da estreia do filme na China (que avalizou esse "sucesso' a qual vc se refere), o filme não deu lucro tendo como base o orçamento da produção. Isso é matemático. No box office hj, o 1º fds conta muito. E é preciso render, ao longo da carreira comercial do filme, duas vezes o orçamento para se pagar; o que está acontecendo, graças à bilheteria internacional, com o filme agora. Isso ñ é lucro. É não dar prejuízo como aconteceu com "O cavaleiro solitário". Além do mais, o filme fracassou (mas suponho que como bem informado que vc é já saiba disso) no Japão, mercado estratégico para o filme de Del Toro.
    E bem, sobre a qualidade do filme propriamente dita, objeto de análise primária dessa crítica, creio que seu comentário não enseja nenhum tipo de adendo.

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  3. Disse tudo Reinaldo. Assisti essa semana e sai do cinema com uma decepção enorme. Um blockbuster de proporções épicas feito por Del Toro tinha tudo pra ser incrível. O que vi foi uma infinidade de lutas em quase sua totalidade no escuro, sendo que muitas vezes se quer sabia que robô ou monstro ainda estava de pé ou vivo, e acima de tudo um fiapo de história ridícula e protagonizado de forma mais ridícula ainda pelos atores. A dupla cômica de doutores é insuportável e os discursos clichês pior ainda. A impressão que tenho é que se fosse o mesmo filme feito por Michael Bay os que o defedem iriam odiar.

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  4. Bom, só discordo que Transformers seja melhor, rs. Eu não consigo gostar daquilo. Como você já sabe, gostei de Círculo de Fogo entre prós e contras. O roteiro é fraco e tem um final covarde. Mas, a forma como Del toro o reverte e as refências dos seriados japoneses me divertiram. Não é empolgante como prometia, verdade, mas achei simpático. rs.

    bjs

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  5. Themau: Obrigado pelo endosso e comentário meu caro. Tb tenho a mesma desconfiança que vc se este se tratasse de um filme de Michael Bay...
    abs

    Amanda: Bem, para mim é uma das decepções do ano. Ainda que não esperasse grande coisa. Nesse sentido conseguiu ser ainda pior do que superman, Depois da terra e outros... Não se trata de "Transformers" ser melhor, mas de cumprir mais adequadamente seu papel como entretenimento. Acho que é isso!
    Bjs

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  6. Amigo,
    você pode moderar os comentários e evitar que um imbecil anônimo escreva idiotices e ofensas desnecessárias.

    Enfim, quanto ao filme, eu também gostei. Divertimento manjado do Del Toro que é melhor que Bay em minha opinião, mas é óbvio que ele é ainda mais interessante dirigindo filmes menores e de maior impacto como "O Labirinto do Fauno" que já é um baita filme não americano, mas no estilo fotograma de Hollywood.

    Ainda gosto mais de HellBoy que esse, mas foi uma boa distração. rs

    Abs.

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  7. Rodrigo: Obrigado Rodrigo. Pois é, ponto a favor da moderação de comentários... Obrigado pelo gesto de repúdio tão bem vindo.
    Tb sou bem mais "Hellboy". infelizmente não compactuo com vc quanto a "Círculo de fogo". Acho-o um filme beeeem problemático. Mas não é uam desgraça...
    Abs

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  8. Concordo inteiramente com a critica. Fiquei triste porque imaginei ser um filme que seria um clássico a posterioridade, porém errei me decepcionei, não só pelos erros de ambientação física, comportamental e de cronologia histórica, mas por eu imaginar que seria algo que retrataria algo mais parecido ou próximo do "mundo real"! Não é porque eu esperava um filme no estilo Neo Genesis Evangelion ou Shigenki no Kiogin, não, só esperava por algo que marcasse! Filme nota 4!

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  9. Aldo:Obrigado pelo comentário e concordância Aldo. Pois é, junte-se ao clube dos decepcionados com o filme. Apesar de alguns desacreditarem, somos maioria.
    abs

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