terça-feira, 20 de agosto de 2013

Perfil - Mark Wahlberg



Sem dor, sem ganho – de Marky Mark a expoente de Hollywood, a trajetória de um vencedor


Dois restaurantes em Nova Iorque, uma rede de fast-food denominada WahlBurger, uma marca de vitaminas denominada Marker, produtor de filmes e séries premiadas como O vencedor, "In treatment" e "Boardwalk Empire". Sim, estamos falando de Mark Wahlberg ou do outrora conhecido Marky Mark, como era conhecido quando tentava fazer do rap o sol da sua vida. Certo é que Mark Robert Michael Wahlberg, nascido em Boston no Estado de Massachusetts (EUA), é o mais novo de nove irmãos e o que chegou mais longe, pelo menos em termos financeiros e de fama. Pelo quarto filme da série Tranformers, uma espécie disfarçada de reboot do filme de 2007 que será lançada no cabalístico 2014, ele recebeu U$ 30 milhões. Tem em Michael Bay, seu diretor no referido filme e no lançamento deste mês nos cinemas, Sem dor, sem ganho, um novo parceiro. E Mark é assim. Um cara de parcerias. Fez uma série sobre como elas foram importantes para sua formação pessoal e profissional – essa série se chama "Entourage", um dos primeiros sucessos da hoje cheia de sucessos HBO – e foi fazer parcerias estreladas com gente como George Clooney, David O. Russell, James Gray, Seth MacFarlane, Martin Scorsese entre outros.
Seu talento, que muitos teimaram em não reconhecer mesmo depois da indicação ao Oscar em 2007 como ator coadjuvante por Os infiltrados, já estava lá desde cedo. Fosse como um lobo em pele de cordeiro no teen sombrio Medo (1996), em que contracenava ao lado de uma jovem Reese Witherspoon, fosse como o porra louca que dá maus conselhos a Leonardo DiCaprio em Diário de um adolescente (1995), ou como um bem dotado ator pornô nos loucos anos 70 de Boogie nights: prazer sem limites (1997). Paul Thomas Anderson não o escalou como protagonista dessa crônica agridoce à toa.
Wahlberg disse em entrevista recente que se resgarda. Todos esses negócios às margens do cinema são para consolidar seu futuro e o de sua família. Filho de pais divorciados, Wahlberg faz o tipo família e depois de alguns envolvimentos amorosos que nunca causaram reboliços midiáticos casou-se em 2009 com a modelo Rhea Duham, com quem já namorava desde 2001, e tem quatro filhos.
Wahlberg sabe que Hollywood é uma ilusão e que precisa se agarrar a coisas reais. “Roubava carros porque gostava de dirigir, vendia drogas porque precisava do dinheiro para ficar doidão. Mas, ao mesmo tempo, também tinha um ‘emprego formal’ porque queria comprar coisas bacanas”, disse em entrevista à revista Serafina no ano passado à época do lançamento de Ted nos cinemas.

Mark Wahlberg inchado nas filmagens de Sem dor, sem ganho em Miami: a Forbes o colocou no topo da lista dos atores mais rentáveis de 2012... 

Family man: receber estrela na calçada da fama foi programa de família em 2010 


Wahlberg não esconde seu envolvimento com o crime no passado. Foi o irmão Donnie, à época fazendo sucesso com o grupo musical New Kids on the Block, quem colocou o rap em seu caminho e Marky Mark como seu nome de guerra no início dos anos 90. Uma coreografia abusada, abaixar as calças no palco, o levou a assinar um contrato com a Calvin Klein para ser o garoto propaganda das cuecas da grife. Daí vieram trabalhos com Kate Moss, a prestigiada fotógrafa Annie Leibovitz e Um novo homem, seu primeiro filme.
Mesmo aí, depois de toda mudança, era difícil crer que aquele Mark Wahlberg, ex- Marky Mark seria o Mark Wahlberg que conhecemos hoje.  Voltou a estudar, concluiu o ensino médio pela internet e hoje, paizão, se declara fã de Justin Bieber. Mexe os pauzinhos em Hollywood até mesmo para estrelar um filme com o popstar canadense.
A estrela na calçada da fama veio em 2010, mesmo ano em que tornou a ser indicado ao Oscar, desta vez como produtor, por O vencedor – terceiro filme que fez com o amigo e parceiro David O. Russell, no qual apresenta uma das melhores atuações de sua carreira.
Wahlberg já se drogou, já traficou, já esteve preso e hoje entende que é um homem em busca de realizações simples na vida, embora tenha ganhado U$ 30 milhões para protagonizar um dos maiores lançamentos de 2014 nos cinemas.

Segura o tchan: causando no mundo da moda junto com Kate Moss


Dono de um timing cômico fantástico, Wahlberg é um ator que vai na tentativa e erro. Substituiu (mal) Ryan Gosling em Um olhar do paraíso (2009), de Peter Jackson e pagou mico no suspense inadvertidamente engraçado de M. Night Shyamalan, Fim dos tempos (2008), mas acertou na química improvável com Will Farrell (2010) em Os outros caras e fazendo o tipo “exército de um homem só” em Atirador (2007). É dono de uma filmografia surpreendentemente diversificada, com mais altos do que baixos, e não foge da briga. Em recente entrevista, disse que adoraria interpretar o homem de ferro, o personagem mais dominado da atualidade, que carrega o DNA de Robert Downey Jr.
Sem dor, sem ganho. Wahlberg sabe muito bem como dosar a pressão em sua carreira.

Mark Wahlberg em cinco takes

Funny man
Ted (2012)
Como um sujeito imaturo que precisa escolher entre o ursinho de pelúcia maconheiro e desbocado e a namorada atenciosa vivida por Mila Kunis, Wahlberg demonstra todo o seu tato para a comédia. E convence até saindo na mão com um urso de pelúcia...

Fuck, fuck, fuck
Os infiltrados (2006)
Como um sargento da polícia de Boston esquentado e incorruptível brilha intensamente em um elenco com feras como Jack Nicholson, Leonardo DiCaprio e Matt Damon. E com menos tempo em cena!

I play George Clooney
Uma saída de mestre (2003)
No remake deste filme originalmente estrelado por Michael Caine, Wahlberg segura as pontas como um charmoso ladrão em busca de payback. E leva Charlize Theron como recompensa!

I can go deep
Caminho sem volta (2000)
Na primeira parceria com James Gray, Wahlberg faz o tipo em busca de redenção que é tragado para a vida criminosa novamente. Papel que se tornaria recorrente em sua carreira. Mas foi nesse papel que mostrou que podia segurar um filme sozinho na base do talento também...


Much more than a prosthesis 
Boogie Nights: prazer sem limites (1997)
A cena final com uma exuberante prótese peniana marcou, mas Wahlberg, então um ilustre desconhecido, deixou vestígios de um ator de enorme potencialidade (sem trocadilhos pretendidos) vivendo um ator pornô acidental em busca do sonho americano.

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