terça-feira, 2 de julho de 2013

Especial Guerra Mundial Z - Crítica

Medão!

Guerra mundial Z é um filme que não esconde os problemas que marcaram seus bastidores, mas é um filme, também, que se beneficia deles na medida em que não deixa muito tempo para o público pensar nos quadros fora do lugar (como voos civis acontecendo em meio a uma pandemia zumbi de procedência desconhecida).
Dirigido com invejável senso de espetáculo por Marc Forster, Guerra mundial Z é um valioso epíteto hollywoodiano; no sentido que é um filme de zumbi clássico que afere às criaturas o aspecto primal de provocar medo e, também, um colosso hollywoodiano que diverte e gruda na cadeira como poucos nessa temporada pipoca.
Dessa combinação, improvável após tantas rusgas nos bastidores, surge um filme cativante na forma como trabalha sua própria mitologia e solvente na maneira como a apresenta ao público.
Brad Pitt vive com o devido esmero e pose Gerry Lane, ex-funcionário de campo da ONU gabaritado que é recrutado quando uma epidemia desconhecida varre a América em horas. Ele aceita a difícil e arriscada missão de escoltar um virologista à Coreia do Sul em troca de proteção a sua família. O objetivo da missão é descobrir pistas sobre o hospedeiro original do vírus que transforma a pessoa mordida em zumbi em questão de segundos. O que ascenderia a esperança de descobrir uma cura.
Serão muitos os percalços enfrentados por Gerry nessa jornada. E, aos poucos, o homem de família vai revelando talentos, instintivos, intuitivos e treinados, de um homem de guerra.

Terror no ar: Brad Pitt se prepara para uma das cenas mais agonizantes do ótimo Guerra mundial Z

O grande barato de Guerra mundial Z é dar viço às teorias conspiratórias que cercam eventos como esse, mas sem dar vazão central a elas. O mesmo ocorrendo com o panorama político. A opção reforça o desamparo do protagonista em face de uma escalada de terror e paranoia sem precedentes.
O filme de Forster se beneficia, ainda, dos melhores efeitos especiais da temporada. Podem não ser os mais ostensivos, mas certamente são os que melhor se ajustam à narrativa e a sua estratégia. O formigueiro de zumbis que investe sobre a grande muralha em Jerusalém é das imagens mais impressionantes do cinema nos últimos anos. Assim como é de provocar calafrios a invasão zumbi em um voo comercial.
São desses momentos, que o filme de Forster se alimenta melhor. O desfecho, bem fundamentado para dar margem às sequências já confirmadas, enfraquece o todo. Em parte por destoar do ritmo frenético da aventura e em parte por desconectar-se da espiral de tragédia e terror que norteava o filme até o momento. Fez-se a opção por um desfecho mais otimista em detrimento de um fim mais realista, apoteótico. Perdeu-se a oportunidade de colocar-se na vanguarda em matéria de “blockbusters alternativos”. O que se leva a público é um desfecho visivelmente retalhado. Não que haja prejuízo efetivo para o filme, que funciona muito bem individualmente, mas instiga a imaginar se a versão alternativa do terceiro ato do longa – a versão descartada por produtores – não faria do filme algo muito maior e digno.
De qualquer jeito, os zumbis de Forster, em toda a sua selvageria, são o ponto alto de uma temporada pipoca que se apresenta muito melhor do que se anunciava.

5 comentários:

  1. Concordo muito contigo quando diz que esta é "uma temporada pipoca que se apresenta muito melhor do que se anunciava." Eu fiquei impressionado com a qualidade dos últimos blockbusters, sobretudo... este. Admito que estava reticente com o resultado de "Guerra Mundial Z" devido aos problemas de pós-produção e tal, mas depois que a crítica norte-americano se rendeu ao filme, acendeu uma luz de esperança aqui rs.
    Eu gostei do filme. Tem lá seus probleminhas e tal, claro, mas é envolvente e muita tenso! Na cena da queda do avião eu depois percebi que a minha respiração estava acelerada hahaha! Olha só!
    Também não gostei do tom do final, muito mais otimista e tal, como que um alívio para o espectador, depois de tanto nervoso, sair do cinema satisfeito com a resolução. E curioso que a trilha sonora e as imagens eram suáveis, mas contrastava com a narração de Pitt, que dizia que aquele não era o fim... hummm... estranho.
    No aguardo da sequência =)

    Abs!

    ResponderExcluir
  2. Elton: É tão bom quando concordamos né? Pois é, "Guerra mundial Z" é meu favorito da temporada até o momento.
    Abs

    ResponderExcluir
  3. e o homem de aço? será que é bom?

    ResponderExcluir
  4. Vivian: É bom, mas não se compara a "Guerra mundial Z" em matéria de entretenimento e efetividade dramática.
    bjs

    ResponderExcluir