segunda-feira, 22 de julho de 2013

Crítica - O cavaleiro solitário

Tudo errado!

Diferentemente de Guerra mundial Z, eis aqui um projeto cercado por tumultos e desencontros orçamentários que deu errado. É muito fácil, porém, apontar o que conduziu O cavaleiro solitário (The lone ranger, EUA 2013) ao retumbante fracasso que obriga à Disney a engolir o maior prejuízo do verão americano de 2013. O estúdio, a bem da verdade, nunca acreditou no filme. Se Jerry Bruckheimer era um valente defensor da visão do diretor Gore Verbinski, e citava o acerto que foi Piratas do Caribe dez anos atrás como baliza, a Disney não via lá grande potencial na produção que adapta uma série radiofônica dos anos 30 de relativo sucesso e que posteriormente foi parar na tv dos anos 50. Entre idas e vindas, a produção acabou consumindo cerca de U$ 250 milhões e ancorada no carisma em queda de Johnny Depp. Não era o melhor dos inícios.
Filme pronto, O cavaleiro solitário é um produto recheado de excessos e com muita pouca graça. Não funciona nem como matinê, em parte por reproduzir cacoetes da outra série capitaneada pelo trio Bruckheimer/Verbinski/Depp, Piratas do Caribe. Em parte porque a trama, bem rasa, não rende a metragem esticada de 150 minutos. As cenas de ação não são cativantes e o indío Tonto de Johnny Depp parece um rascunho mal ajambrado de Jack Sparrow.
Esses são equívocos que tornam O cavaleiro solitário um engodo difícil de agradar os (poucos) fãs do material original, os fãs de western ou mesmo os fãs dessas matinês típicas de férias.

Pero no mucho: Depp e Hammer não emplacaram a melhor das químicas em um filme de muitos equívocos

John Reid (Armie Hammer) volta da cidade grande formado em direito na expectativa de ajudar a instaurar a lei e a ordem no oeste americano que vivencia momento de grande ebulição com a construção de imperiosas vias ferroviárias. No entanto, seu irmão, um xerife, é morto em uma emboscada que sugere uma grande conspiração pelo poder na região, na qual é estratégico jogar os índios comanche contra os homens brancos. Com a ajuda de Tonto, ele irá perseguir a justiça configurando-se em um fora da lei.
A trama avança em passos lentos, a química entre Hammer e Depp não é tão boa como se poderia supor e Verbinski parece pensar estar fazendo um clássico do western na forma como monta seus quadros, o que aborrece se considerarmos que o tom da narrativa não acompanha essa linguagem visual mais sofisticada.
Enfim, não é o pior filme da temporada – esse título segue firme e forte com Depois da terra de M. Night Shyamalan – mas é um retrato perfeito do que deve ser evitado em uma superprodução de férias. 

2 comentários:

  1. Que tristeza amigo! Ainda não conferi ao filme, acredita? Não é a primeira crítica negativa que li, uma pena mesmo! Adoro o personagem, subestimado e confundido (isso me irrita) com o Zorro! O Depp, logo de cara, um índio que deveria ser apenas pele vermelha, realmente é excessivo na excentricidade, mesmo assim, pensei que teria graça por ser ele. Enfim, ainda preciso assistir pra dizer se gostei ou não, mas é triste pensar que Verbinski fez burrada no gênero depois do brilhante "RANGO". Acho que será complicado um outro 'Piratas', não?

    Verei eme DVD, creio.

    Abs.
    Ótimo texto.

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  2. Rodrigo: Pois é, o filme é bem fraco mesmo Rodrigo. Tem seus momentos, mas prepondera a decepção. E vai pegar mal tanto para o Depp (em maio escala) como para o Verbinski.
    Abs

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