sábado, 3 de setembro de 2011

Cenas de cinema

Aplaudido, mesmo ausente
Foi uma histeria. A crítica de cinema se pronunciou com entusiasmo mediante o novo filme de Roman Polanski. Carnage agradou. O grupo de atores formado por Jodie Foster, John C.Reilly, Kate Winslet e Christoph Waltz – os três últimos compareceram à premiere do filme – foi louvado por atuações orgânicas e viscerais. O New York Times considerou “um filme brutal sobre a demolição de fachadas”. O Hollywood Reporter destacou em sua cobertura especial que “Polanski faz um retrato social ácido e pessimista”.
Roman Polanski foi bastante aplaudido e tem seu Carnage na linha de frente para os prêmios – ainda que desponte como favorito aos prêmios de atuação e roteiro.


É Madonna...
Era até certo ponto previsível. W.E, segundo longa metragem de Madonna, foi fortemente vaiado e ridicularizado pela crítica internacional. O destempero das críticas não se refletiu no trato com a diretora na coletiva em Veneza. Madonna agradeceu ao incentivo de Guy Ritchie e Sean Penn, dois diretores com os quais foi casada, e disse que é difícil fazer um filme sobre o amor. Nisso, a crítica não discordou dela.
Em uma das avaliações mais positivas de W.E, a Vanity Fair destacou: “é uma colagem sem vida de clichês amorosos”. Out!

Madonna, na condição de diretora, entre as duas protagonistas de seu filme: vaias e ridicularizações


...mas é Madonna
Resta saber como a Harvey Weinstein, o mega produtor americano semeador de Oscars, vai armar a campanha do filme – programado para estrear em plena Oscar season – depois desse portentoso revés em Veneza.


O triunfo de Cronenberg
“O melhor filme do festival”, bradaram jornais da Itália (Corriere Della Sera), da Inglaterra (The guardian) e dos EUA (New York Times). Trata-se de A dangerous method, de David Cronenberg. Alçado pela crítica a condição de favorito absoluto “em qualquer categoria”, assinalou o New York Times.
A reconstituição da relação entre os psicanalistas Freud e Jung agradou a crítica e aos jornalistas presentes em Veneza. “É um filme econômico, magnificamente escrito e brilhantemente interpretado”, escreveu o Hollywood Reporter em sua resenha.


O mesmo, mas um pouco diferente
David Cronenberg, indagado por jornalistas se considera que seu cinema mudou disse que não. Mas abriu uma ressalva para seu método de produção: “O que mudou é que hoje eu filmo menos e edito mais rápido”, avaliou o diretor canadense que enumera sucessos de crítica desde que estabeleceu a parceria com o ator americano Viggo Mortensen, que em A dangerous method substituiu o austríaco Christoph Waltz como Sigmund Freud.

David Cronenberg posa ao lado de Keira Knightley, a única que não foi unanimidade no filme, antes da coletiva de imprensa de A dangerous method



O mesmo, mas um pouco diferente II
O desafio de Cronenberg será Cosmópolis, seu próximo filme agendado para 2012. Sem Viggo Mortenssen, o diretor conta com Robert Pattinson a frente de um elenco com Paul Giamatti, Mathieu Amalric, Samantha Morton e Juliette Binoche para contar o drama na vida um milionário baseado em Manhattan.


O fator Aronofsky

A pergunta que Claquete lança é: Será que pelo fato de Aronofsky vir de uma experiência tão intensa em um thriller psicológico (Cisne negro), o novo trabalho de Cronenberg ganha força?



E as vaias voltaram...
O longa francês Un Été Brulant, anunciado como uma releitura de Godard, não agradou e fez com que vaias fossem ouvidas novamente em Veneza (elas já haviam sido ouvidas na exibição do filme de Madonna e do taiwanês Saideke Balai -este em competição). O novo longa de Philippe Garrel foi recebido com desânimo e desencanto pelo crítica. Os jornalistas presentes em Veneza preferiram concentrar as energias em Monica Bellucci que surge nua em cena gravada apenas um mês depois de ter dado à luz.
Louis Garrel, filho do diretor e protagonista da fita, defendeu seu pai das críticas e disse que há muita intolerância da crítica de cinema com cineastas que pensam fora das convenções. “Parece que não há mais espaço para agressividade no cinema”, pontuou Louis. O jornal britânico Telegraph rebateu as assunções de Louis: “não se trata de agressividade, mas sim de passividade na concepção dos personagens”.


Disputa de alto nível
Com três dias de disputa, a crítica de cinema se regozija com o alto nível do festival. Medido pelos filmes Tudo pelo poder, Carnage e A dangerous Method. As vaias para os outros filmes em competição, inclucive para o premiado Philippe Garrel, só ratificam a excelência de alguns filmes da mostra.


Bendito fruto
Na esteira da escolha do line up do exclusivo festival de Telluride (mais na nota abaixo), que acontecerá entre hoje e segunda-feira nos Estados Unidos, um nome desponta como forte candidato a darling da temporada de prêmios. O de Michael Fassbender, inegavelmente um dos atores mais produtivos da temporada.
Elogiadíssimo por sua atuação como Carl Jung em A dangerous method, exibido em competição em Veneza, Fassbender estará em dose dupla em Telluride. Além de A dangerous method, o festival apresentará Shame, novo longa de Steve McQueen – que já havia dirigido o ator em Hunger (2008).
Ambos os filmes também estarão em Toronto que também deverá ter exibição de Haywire, de Steven Soderbergh. Outro longa com a participação de Fassbender.
Vale lembrar que o ator já colheu fervorosos elogios por dois filmes estreados fora da Oscar season: x-men:primeira classe e Jane Eyre.

Michael Fassbender faz pose para os fotógrafos em Veneza: para o alto e avante...


Para os íntimos
Com acesso para lá de restrito, esse festival organizado para mimar produtores, exibidores, distribuidores e seletos críticos de cinema chega a sua 38ª edição com vitalidade. Serão 28 filmes exibidos em quatro dias de festival. As estréias de gala ficam por conta de The descendants, novo longa de Alexander Payne, Albert Nobbs, de Rodrigo Garcia, A dangerous method, de David Cronenberg, Shame, de Steve McQueen e We need to talk about Kevin, de Lynn Ramsey.
Os atores George Clooney e Tilda Swinton, que juntos já estrelam o oscarizado Conduta de risco – que também foi exibido neste festival – serão homenageados.
O músico baiano Caetano Veloso é o curador convidado para a principal mostra paralela do evento. Entre os destaques dos seis filmes selecionados por Caetano para entreter os convidados estão Deus e o Diabo na terra do Sol, de Glauber Rocha, Vivre sa vie, de Jean-Luc Godard e Se meu apartamento falasse, de Billy Wilder.

3 comentários:

  1. Reinaldo,

    Carnage, A Dangerous Method, Ides Of March, War Horse e Extremely Loud and Incredibly Close são meus filmes mais aguardados!!!

    Será que vem aí um Oscar para Fassbender?? Esperar e torcer!! E Madonna, me admiro de quem vaia sabendo que não poderiam esperar um espetáculo!!!

    Abraço

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  2. Fico satisfeita em ver filmes que espero muito começando bem a campanha para o "Awards Season".

    Sobre o filme da Madonna, confesso que esperava essa reação, acho que ela devia parar de tentar investir em Cinema porque não é a praia dela, realmente. rsrsrs.

    E torço muito para ver Fassbender vingar nas premiações, além de lindo (rsrs), é um ator bem promissor.

    Beijos! ;)

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  3. Eri Jr:Tb estou babando por esses filmes!Olha, Oscar para o Fassbender eu não sei. Mas estou certo quase certo de que uma indicação está no forno...
    Abs

    Mayara:Acho que vc vai ver e ouvir muito da beleza de Fassbender na vindoura temporada de premiações...
    Bjs

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