domingo, 15 de maio de 2011

Insight

O peso de Jack Sparrow

Na próxima sexta-feira um dos personagens mais icônicos do cinema estará de volta as telas do mundo inteiro. Piratas do Caribe: navegando em águas misteriosas, o quarto filme da série mais lucrativa da Disney, entrega os seus a seu dono. No caso, Jack Sparrow. O personagem que Johnny Depp já admitiu inúmeras vezes ser fruto de uma homenagem ao Rolling Stone Keith Richards, é uma verdadeira mina de ouro. E não só para Depp. Dizer que o capitão efeminado e fã de rum que (tenta) comandar o Perola negra condecorou Depp com status de astro já virou nostalgia. Mas, ainda assim, é importante frisar que Jack Sparrow ainda representa um bote salva vidas não só para Depp, como para a Disney, o produtor Jerry Bruckheimer e o cinema em geral.
O ator, que precisa ser louvado como o criador desse icônico personagem (já que o estúdio quase o demitiu por achar sua caracterização muito efeminada e desconexa), não anda em uma boa fase. Desde que tornou-se astro, com o sucesso do primeiro filme em 2003, Depp não enfrentava maré tão baixa nas bilheterias e críticas tão desanimadoras. Jack Sparrow é um recôncavo bem vindo travestido de repetição aceitável dentro da carreira do ator. Além do indefectível prazer e carinho que tem para com o personagem, voltar a viver Sparrow pode devolver-lhe aquele apelo que lhe faz tão peculiar e particular. É o chamado win-win do ponto de vista de Depp.
A Disney, por sua vez, se vê cada vez mais dependente da Pixar para consagrar sucessos. A carência de franquias de relevo é outra preocupação latente do estúdio de Mickey Mouse e só Jack Sparrow pode assegurar um verão carregado de dólares para o estúdio sem a chancela da Pixar.
O produtor Jerry Bruckheimer andava precisando de um sucesso. Há não muito tempo era chamado de “Midas de Hollywood”, mas perdera seu toque de ouro. Desde o último Transformers (2007) não emplaca um Blockbuster genuíno. Apenas sucessos medianos (O príncipe da Pérsia, Aprendiz de feiticeiro, entre outros). Não à toa, Bruckheimer foi bastante ativo para que a Disney conseguisse persuadir Johnny Depp a voltar a viver o personagem.
O ator que hesitou bastante em retornar para o quarto filme, quase pulou fora após a desistência de Gore Verbinski, diretor das três primeiras fitas. Mas Jack Sparrow era importante para todos eles e todos eles sabiam disso.
Contudo, a importância de Jack Sparrow para o cinema ainda não pode ser completamente mensurada. É certo que o personagem já adentrou a galeria dos grandes da história. É o único que valeu uma indicação ao Oscar de melhor ator para um blockbuster de verão em quase 85 anos de Oscar.
È, também, uma criação nostálgica que se comunica – e de maneira farta – com um público amplo e abrangente. Algo raro em filmes cada vez mais segmentados em uma indústria que encomenda estudos e análises para elaborar formas de melhorar sua comunicação com o público. Jack Sparrow é um trunfo. Não o será por muito tempo. O tempo também é cruel com ícones que se provam constantemente. Talvez aí esteja a grande contribuição de Jack Sparrow para o cinema.

3 comentários:

  1. Sem dúvidas, Reinaldo, e vamos ter a dimensão exata da força de Jack Sparrow nesse quarto filme. Johnny Depp é um excelente ator, mas está mesmo desgastado, principalmente por tipos estranhos nos quais se especializou.

    bjs

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  2. Jack Sparrow é um personagem icônico, mas eu acho que esta franquia perdeu muito de sua força na última obra. Espero que recupere boa parte da sua vitalidade no novo filme que estreará na sexta.

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  3. Amanda: Não acho que será esse filme que dará dimensão da força de Jack Sparrow. Foram o segundo e o terceiro que o fizeram. Esse aqui vai mostrar a longevidade de um ícone cinematográfico e deixar claro como Depp deve a Sparrow...
    Bjs

    Kamila: Me parece que cortaram o que não dava certo na franquia...
    Bjs

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