sábado, 28 de maio de 2011

Crítica - Os agentes do destino

Romeu e Julieta Scifi!
Baseado em um conto de Phillip K. Dick, Os agentes do destino (The adjustment bureau, EUA 2011) lança um debate interessante – ainda que não o escalde – sobre uma constante aflição humana: a confrontação entre destino e livre arbítrio. O genial ponto de partida de Dick serve bem a premissa da fita que marca a estréia na direção de George Nolfi. Um jovem político com ambições ao Senado pelo estado de Nova Iorque (Matt Damon) se apaixona por Elise (Emily Blunt) tão logo pousa os olhos nela. Acontece que o romance não está no destino de ambos. Os efeitos desse romance poderá ser prejudicial à carreira política projetada pelo David Norris de Damon e para os sonhos de ser uma grande bailarina da personagem de Emily Blunt.
As intersecções de suas escolhas no presente afetam em grande escala o seu futuro. Essa ideia é escrutinada do ponto de vista da ficção científica em uma trama simples e com fôlego. Os tais dos agentes do destino, uma classificação imperiosa por definição, são seres que se assemelham aos humanos, mas “vivem mais e não sentem da mesma forma”, explica um personagem para o incrédulo David Norris. Cabe a essas figuras, assegurar que o plano traçado para cada individuo se concretize. Como falta mão de obra, alguns contratempos acontecem e precisam ser corrigidos. Um deles é a aproximação de David e Elise.

Faíscas no primeiro encontro: Os agentes do destino apresenta uma história de amor embalada em ficção científica 


Nolfi mostra apuro visual e tenacidade narrativa. Seu filme tem clichês de gênero sim e, vez ou outra, se excede em determinado arco. Mas é um entretenimento digno que se apresenta como abstração diferenciada para o expectador indiferente aos blockbusters da temporada de verão.
O que depõe contra Os agentes do destino é sua falta de humor. Já que Nolfi não se convence a envernizar o debate acerca da incidência do destino no livre arbítrio e vice- versa, a fita precisaria saber rir de si mesma. Não pesar tanto na sisudez. O final feliz não deixa de ser uma concessão hollywoodiana que faz pouco sentido dentro do contexto aventado pela produção. Mas não deve desagradar aos adeptos do destino ou do livre arbítrio.

3 comentários:

  1. É, Reinaldo, se ele conseguisse rir de si mesmo seria mais fácil aceitar algumas coisas. Achei o filme mediano, mas com alguns bons momentos.

    Quanto ao final... Bom, poderiam achar uma forma menos "Deus Ex-Machina", não? hehehe.

    bjs

    ResponderExcluir
  2. Eu gostei do ritmo, dos acontecimentos bem estruturados. O final não me agradou completamente. A felicidade dos personagens apresentou-se de súbito. Faltou algo entre o clímax e o desenlace.

    ResponderExcluir
  3. Amanda: O final é mesmo o grande problema dessa fita.Bjs

    Emmanuela: Obrigado pelo comentário Emmanuela. Tb gostei do ritmo e da estruturação visual do Nolfi. Agora, suas observações são para lá de pertinentes.
    bjs

    ResponderExcluir