domingo, 16 de janeiro de 2011

OSCAR WATCH 2011 - Insight

Conflito de gerações


Um dos aspectos mais interessantes dessa temporada de premiações, e que poucos críticos e analistas têm atentado, é a polarização de faixa etária entre os principais concorrentes ao Oscar no campo das atuações.
Temos gente muito jovem como Andrew Garfield e Jesse Eisenberg por A rede social, Elle Fanning por Em qualquer lugar, Mila Kunis por Cisne negro, Hailee Steinfield por Bravura indômita e gente bem mais velha como Robert Duvall por Get Low, Jeff Bridges por Bravura indômita, Jacki Weaver por Reino animal e Annette Bening por Minhas mães e meu pai. É lógico que há o meio termo, nas figuras de Natalie Portman, Nicole Kidman, James Franco e Colin Firth; mas esse conflito geracional, mais do que qualquer outro ano, aponta para uma nova era em Hollywood.
James Franco precisou de bem menos tempo de atividade para se provar um ator sério e digno de reconhecimento pela academia do que Al Pacino, por exemplo. Por que isso ocorre? O conflito geracional exposto linearmente nas principais disputas pelos prêmios de atuação, nada mais é do que um reflexo do que ocorre na própria Hollywood. Cada vez mais atores jovens conquistam respeito mais cedo. Não que eles estejam roubando o trabalho dos mais velhos. Robert Duvall e Meryl Streep estão aí para provar que existem papéis bons para atores mais idosos. A questão não é essa. O ponto é que essa geração brilha mais intensamente e se estabelece mais rapidamente. Essa é a questão. Atrizes e atores indicados ou premiados com um Oscar em estréias ou primeiros trabalhos no cinema tem sido uma constante nos últimos dez anos. De Haley Joel Osment a Jennifer Hudson, o reconhecimento hoje se dá de maneira acentuada e – algumas vezes – precoce. O fenômeno pode ser contraproducente, mas parece estável. Osment e Hudson se demonstram incapazes de engatar na carreira e gente como a própria Nicole Kidman depois do reconhecimento obtido, passou a ser frequentemente contestada como intérprete diferenciada.
Não se defende que espere o ator ou atriz desempenhar dez papéis dignos de prêmio para reconhecê-lo (a) como destacado. Argumenta-se apenas que, como no futebol, se faça uso da prudência antes de chamar alguém de craque só por que arrebentou em um jogo.

Ontem e hoje: Haley Joel Osment - o garotinho de O sexo sentido - cresceu e desapareceu; no centro a estrela de Bravura indômita Hailee Steinfield que tem reais chances de ser indicada ao Oscar por seu trabalho; no canto direito a também novata Jennifer Lawrence que brilha em Inverno da alma 

3 comentários:

  1. Adoro a mistura de gerações que Hollywood faz. É importante reconhecer o mérito destes atores jovens, na maior parte, em papeis complicadíssimos. Pena que, na hora do vamos ver, o Oscar tem um certo probleminha com eles. São poucos os jovens atores vencedores lá.

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  2. Marcelo: Geração que já está se dando bem... abs

    Kamila:Tb adoro esse mix Ka. O que o artigo discute é justamente o fato de que esses jovens atores são reconhecidos mais rapidamente como bons atores. O que, invariavelmente, acaba por prejudicar suas carreiras. Enfim, é uma discussão que não se encerra aqui...
    bjs

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