quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Crítica - Incontrolável

Para lá de agradável!

Tony Scott e Denzel Washington gostam de trabalhar juntos por um motivo. Eles funcionam juntos. Na quinta parceria da dupla, o que se vê é um entrosamento natural e balanceado entre o ator (que não chega a ser o protagonista absoluto do filme) e o diretor que, finalmente, tira o máximo proveito de sua câmera sempre nervosa. Incontrolável (Unstoppable, EUA 2010) é, no limiar, uma competente fita de ação. Mas não é só isso. É entretenimento acima da média. Um filme que apresenta seus personagens com economia (Scott acredita na capacidade de seus atores em tatear as emoções necessárias e deixa as pirotecnias visuais de lado), traz um enredo simples, mas explorado com eficiência industrial, e é maravilhosamente fotografado e editado. Essa conspiração entre técnica e desprendimento artístico resulta em um filme atraente que não se perde de seu espectador um momento sequer. Não que os outros filmes em que Scott e Washington colaboraram não fossem bem sucedidos em suas propostas (Chamas da vingança ainda é o melhor exemplar dessa peleja), mas aqui as arestas parecem mais bem aparadas. A repetição, neste caso, trouxe a perfeição.
Washington faz Frank, um engenheiro ferroviário que no primeiro dia em que atua ao lado de Will (Chris Pine que sabe se situar muito bem frente a Washington), se vê ante uma situação dramática: um trem sem condutor e com material inflamável avança pelos trilhos do estado da Pensilvânia. Scott nos leva para dentro da ação. Da angústia dos dois condutores que decidem pela atitude heróica (antecipada no trailer do filme que não antecipa a carga emotiva da fita) e dos esforços das autoridades constituídas e da empresa responsável em evitar uma tragédia.
Sem nenhuma inovação, do ponto de vista dramático, Incontrolável se segura na perícia da realização e encontra no par de protagonistas carismáticos (não é preciso dizer que Denzel está, como de costume, hipnótico) seu equalizador. O fato de ser inspirado por um fato verídico só faz o entretenimento mais linear.

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