domingo, 28 de fevereiro de 2010

Os 25 melhores filmes da década: 13- Marcas de violência

Você deveria perguntar a seu marido, por que ele é tão bom em matar pessoas”



Sinopse:
Tom Stall leva uma vida tranquila e feliz na pequena cidade de Millbrook, no estado de Indiana, onde mora com sua esposa e seus dois filhos. Um dia esta rotina de calmaria é interrompida quando Tom consegue impedir um assalto em seu restaurante. Considerado um herói, Tom tem sua vida inteiramente transformada a partir de então. Surge em sua vida Carl Fogarty, um misterioso homem que acredita que Tom não é exatamente quem diz ser.

Comentário:
David Cronenberg realiza aqui o melhor filme sobre o conceito psicanalítico do duplo. Sobre a personalidade que se tem e aquela que se deseja. Marcas da violência é um filme que se ocupa de desconstruir uma identidade forjada. O quanto de nós é instinto e o quanto de nós é manipulável? Controlável? As intensas cenas de sexo, assim como as surpreendentes e rompantes cenas de violência se prestam a potencializar esse comentário de Cronenberg. O diretor extrai outras sutilezas da brutalidade. O interesse que sempre moveu o cineasta, sobre as transformações -sejam elas físicas ou emocionais- que formam o caráter de um homem, está preservado. Contudo, Cronenberg amplia o escopo de sua análise. Ele questiona se é possível criar uma nova vida e ignorar completamente a que se tinha antes. Se os impulsos podem ser domados. E se segredos são tão sagrados quanto laços familiares. Como sugere o título do filme, as respostas que Cronenberg aventa não são aprazíveis.

Prêmios:
2 indicações ao Oscar (ator coadjuvante e roteiro adaptado); indicado ao Bafta de melhor roteiro adaptado; competição oficial pela Palma de ouro em Cannes; melhor diretor e melhor atriz coadjuvante pela associação de críticos de Chicago; 2 indicações ao Globo de ouro (filme/drama e atriz/drama); 6 indicações ao prêmio do círculo de críticos de Londres; melhor ator coadjuvante pela associação de críticos de Los Angeles; melhor ator e melhor atriz coadjuvantes pela associação de críticos de Nova Iorque;

Curiosidades:
- O filme é adaptado de uma história em quadrinhos escrita por John Wagner
- Willian Hurt, que foi indicado ao Oscar pelo filme, só aparece em uma cena e ela soma cinco minutos.
- O filme marca o inicio da parceria entre o ator Viggo Mortensen e o diretor David Cronenberg
- Harrison Ford recusou o papel principal
- A revista francesa Cahiers du cinema elegeu a cena inicial (em um único take) como uma das mais belamente filmadas de toda a história do cinema

Ficha técnica:
título original:A History of Violence
gênero:Drama
duração:01 hs 36 min
ano de lançamento:2005
estúdio:New Line
distribuidora:New Line Cinema / PlayArte
direção: David Cronenberg
roteiro:Josh Olson, baseado em graphic novel de John Wagner e Vince Locke
produção:Chris Bender, David Cronenberg e J.C. Spink
música:Howard Shore
fotografia:Peter Surschitzky
figurino:Denise Cronenberg
edição:Ronald Sanders

elenco: Viggo Mortensen, Ed Harris, Maria Bello, Willian Hurt e Jessé Eisenberg


Fonte: Arquivo pessoal


4 comentários:

  1. Reinaldo, só para resumir mesmo, o filme é sensacional. Lembro de ter visto esse filme por acaso na HBO, e ainda bem que peguei desde o início. É mais uma prova do talento de Viggo Mortensen!

    Abraço!

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  2. É isso msm Raphael.Por isso conquistou essa honrosa 13a posição. É mais uma prova do talento de Mortensen e de Cronenberg. ABS

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  3. Nossa, adoro Marcas da Violência. Lembro que ficava chocada a medida que o filme desenrolava. Um soco no estômago mesmo.
    Me tornei fã do Viggo Mortensen depois desse filme.
    Abs.

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  4. Me lembro de conversarmos sobre sua adoração por esse filme na seção contexto do mês passado, quando estabeleci uma comparação entre os protagonistas de amor sem escalas e desse filme. Tb adoro Marcas da violência. Foi o primeiro filme que Mortensen mostrou que queria ser ator e não astro. Depois vieram outros grandes trabalhos.
    Bjs

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