domingo, 15 de dezembro de 2013

Oscar Watch 2014 - Como fica a corrida pelo Oscar a partir de agora?

Foi uma semana agitada para quem acompanha a corrida pelo Oscar. Mais algumas associações de críticos divulgaram suas listas de melhores do ano, o Sindicato do Atores (SAG) e a Hollywood Foreign Press Association (HFPA) divulgaram a relação de indicados aos seus respectivos prêmios. O saldo desse balaio todo requer uma análise com mais retidão. 12 anos de escravidão, o primeiro filme a emergir como favorito absoluto ao Oscar, não perdeu seu posto privilegiado no grid de largada, mas viu ascender a preocupante concorrência de dois filmes tidos como menores na corrida. O primeiro é Trapaça, de David O. Russell, que muitos criam ser improvável conseguir repetir pela terceira vez em quatro anos um desempenho tão glorioso na corrida pelo Oscar. Russell conseguiu. Depois dessa semana, a pergunta a seu respeito não é se Trapaça vai figurar entre os indicados ao Oscar nas principais categorias, mas se irá triunfar. Não há como aventar essa resposta sem medir o pulso da academia em relação aos anos 70. Afinal, Argo, vencedor do Oscar de melhor filme em 2013 contra muitos prognósticos, guarda muitas semelhanças com o novo tento de Russell. Ambos são ambientados nos anos 70 e apresentam um flerte abusado e irônico entre a atividade policial e o mundo do entretenimento.
Mais ilegível é a reação a Ela. Spike Jonze foi indicado ao Oscar de melhor diretor logo em sua estreia no cinema por Quero ser John Malkovich. Ele volta em 2014 com o filme mais premiado no circuito da crítica até o momento, inclusive pelo prestigiado e influente National Board of Review. Ainda que o filme tenha ficado de fora do SAG, sua presença sólida no Globo de Ouro, mostra que a fita entrou no radar e tem potencial para grandes voos na temporada.

Alexander Payne orienta Will Forte e Bruce Dern no set de Nebraska: os três, e o filme, alimentam grandes chances de chegarem ao Oscar 

Michael Fassbender berra ao ouvido de Chiwetel Ejiofor em cena de 12 anos de escravidão: ainda o favorito, mas talvez não por muito tempo...

Nebraska e Capitão Phillips são outros filmes que saíram fortalecidos desta semana, assim como algumas candidaturas individuais. Cate Blanchett, por exemplo, se tornou absoluta favorita ao Oscar de atriz. A categoria de ator coadjuvante também fica praticamente definida com os nomes de Michael Fassbender (12 anos de escravidão), Jared Leto (Dallas buyers club) e Barkhad Abi (Capitão Phillips) garantidos e as últimas duas vagas sendo disputadas por Daniel Brühl (Rush- no limite da emoção), Bradley Cooper (Trapaça) e Will Forte (Nebraska).
Processo semelhante ocorre na equivalente categoria feminina. Jennifer Lawrence (Trapaça), Julia Roberts (Álbum de família), Lupita Nyong´o (12 anos de escravidão) parecem nomes certos e as últimas duas vagas são disputadas por Oprah Winfrey (O mordomo da Casa Branca), June Squibb (Nebraska), Sally Hawkins (Blue Jasmine) e Octavia Spencer (Fruitvale Station).
A categoria de atriz, como o post “Uma corrida de oscarizadas” publicado na última semana em Claquete demonstra, já estava mais encaminhada.
Entre os diretores, parece improvável que Scorsese (O lobo de Wall Street), Cuarón (Gravidade), Russell (Trapaça) e McQueen (12 anos de escravidão) fiquem de fora. Dessa maneira, restaria apenas uma vaga para nomes bem gabaritados como Spike Jonze, Paul Greengrass, Ron Howard, Alexander Payne e os irmãos Coen.  A academia pode preferir nomear estes últimos. Como Russell foi indicado em 2013, uma estranha política de compensação pode deixá-lo de fora abrindo mais uma vaga para esse timaço que se digladia por uma.
Neste momento, filmes como Trapaça, 12 anos de escravidão, O lobo de Wall Street, Ela, Inside Llweyn Davis, Gravidade e Capitão Phillips parecem certeza entre os indicados ao Oscar de melhor filme. Nebraska, Rush –no limite da emoção, Álbum de família, Philomena e O mordomo da Casa Branca estão muito bem colocados na disputa, mas ainda não garantidos. Os próximos dez dias serão de suma importância para todos os pleiteantes a uma vaguinha no Oscar.

Um comentário:

  1. Bom panorama, Reinaldo. Esse período é sempre uma agonia, acompanhando as apostas e criando uma curiosidade imensa em relação aos filmes que ainda não chegaram por aqui, rs.

    bjs

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