domingo, 10 de julho de 2011

Insight

O status quo da saga Harry Potter



O adolescente mais rico do Reino Unido; a maior saga da história do cinema; mais de U$ 7 bilhões em bilheterias; um esquadrão da nata da atuação britânica em seus quadros; um aparato de marketing que desperta a cada temporada para saciar a fome de milhões de pottermaníacos. São dez anos de reinado absoluto na cultura pop. Harry Potter reúne fãs mais fervorosos do que muitas igrejas reúnem fiéis. J.K Rowling pode se orgulhar do império que construiu. Sete best sellers, oito filmes campeões de bilheteria (ou alguém duvida que o último Harry Potter irá arrasar quarteirões?), parques temáticos, jogos e toda uma indústria de bilhões de dólares ventilando mais dólares.
Em 2001, quando a saga surgiu no cinema, esse império parecia distante. Não que Harry Potter já não fosse um fenômeno literário. O era. Mas as dimensões desse fenômeno mudariam definitivamente com a chegada da série ao cinema. Isso ocorreu com o quarto livro nas prateleiras e propiciou a Warner uma verdadeira galinha dos ovos de ouro.
Toda a engenharia cinematográfica foi posta a serviço da construção de um ícone pop que excedesse os parâmetros da dramaturgia. Harry Potter não é mais propriedade do cinema ou da literatura, é algo intrínseco a experiência cultural em toda a sua plenitude. Jason Isaacs em recente entrevista capturou muito bem o status da série: “É aquele tipo de coisa que as pessoas irão amar para todo o sempre. Definitivamente é muito recompensador fazer parte desse projeto”, opinou o intérprete de Lucius Malfoy.
A grife Harry Potter hoje se sobrepõe a nomes poderosos de Hollywood. Spielberg foi sondado para dar o pontapé inicial na saga do bruxinho nos cinemas, mas enxergava Harry Potter como uma animação. Spielberg lança em 2011, em motion capture (uma animação refinada), As aventuras de Tintin. Não deixa de ser uma nota curiosa. Tintin, pensado como uma trilogia, deve se sagrar um gigantesco sucesso de bilheteria, mas não deixa de soar como um contra-ataque do homem que criou E.T e foi preterido por uma escala de produção que deu muito certo sem sua intervenção.
Harry Potter, que acabou tendo a concepção forjada pelo bem menos prestigiado Chris Columbus, se tornou esse espelho que todos admiram. Fox, MGM, Summit e a própria Warner já tentaram “descobrir” o novo Harry Potter. Crepúsculo, ainda que com imensas ressalvas, foi quem chegou mais perto do fenômeno. Mesmo assim, perde em propriedade narrativa, prestígio crítico e outros critérios que só rebuscam ainda mais o status de Harry Potter na cultura moderna.

7 comentários:

  1. "Harry Potter" tem sua importância e acho que é um fenômeno muito maior do que "Crepúsculo" sonha ser... Acho que até no conjunto de filmes, a qualidade é maior, se comparada com os da série de Bella e Edward.

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  2. É, o bruxinho mudou a literatura juvenil e se tornou fenômeno no cinema. É mesmo o personagem da última década. E a expectativa só cresce essa semana.

    bjs

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  3. ...e ela começou a escrever em pubs heim?
    Grande texto Reinaldo. Muito bom.
    Abraços
    Rodrigo

    Estou lá dia 15 de julho, mas não me despeço pq filme é registro, pra sempre!

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  4. Harry Potter já faz parte do "cinema", já é clássico... é pop... Vixxe, a saga dos anos 2000! hehehe

    []s

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  5. Kamila :quanto a isso não restam dúvidas Ka.
    Bjs

    Amanda: Não acho que seja O personagem da última década, mas como "consolo" está a frente da maior série cinematográfica da história...
    bjs

    Rodrigo Mendes: Valeu meu caro. Pois é, o que vc anda escrevendo em bares meu amigo? rsrs
    abs

    Alan: isso mesmo. rsrs
    abs

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  6. Sempre odiei David Yates e Steve Kloves, pelos últimos 3 filmes, e já espera outro filme raso, se comparado ao magnífico "O Prisioneiro de Azkaban", que tinha uma direção de arte impecável, efeitos especiais de primeira categoria naquele ano, e, talvez, a melhor trilha sonora de John Williams (porque da saga HP, já o é; já apreciei o último álbum de Alexandtre Desplat para a Part II,e é mais do mesmo, infelizmente). Contudo, fui dar uma espiadinha e, OMG!, a crítica internacional está se deleitando com o último episódio. Ainda ontem a metanálise apontava 100% de críticas positivas. Meu deus, como quis viver para ver isso! Como sempre fiz, religiosamente, estarei em mais uma estréia de HP! Dessa vez, thank you God, esperando um grande final!
    P.S.: Se as críticas que li, se mantiverem após o dia 15, minha única crítica será o tempo do longa, 131 minutos, que acho curto demais para um inesquecível epílogo e a trilha sonora do Desplat, que não será capaz de enaltecer o status de final épico que pedia o longa.
    Grande abraço Reinaldo.
    ;)

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  7. Pois é Cássio. Eu sei que vc é fãzaço do sétimo filme. É o mais fraco, ou melhor, é fraco, na minha opinião. Tb espero um grande final, vamos ver como a nostalgia irá temperar essas críticas pós dia 15.
    abs

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