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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Crítica - Plano de fuga



Mel à “tarantina”


É preciso acabar com essa resistência à figura de Mel Gibson. Além de bom ator e diretor visionário, como já provou reiteradas vezes, Mel Gibson é um ícone do cinema de ação. Plano de fuga é mais uma demonstração de sua excelência no gênero. Escrito e produzido por Gibson e dirigido por seu assistente de direção em Apocalypto (2006), Adrian Grunberg, esse filme que nem sequer foi lançado nos cinemas americanos é seguramente a fita mais cínica e divertida da temporada até o momento.
Com diálogos espertos e com referências vívidas ao cinema de Quentin Tarantino, tanto na dinâmica dos personagens como na resolução dos conflitos, Plano de fuga é entretenimento garantido e atestado da eloquência de Mel Gibson, aos 56 anos, como astro de ação. Não é pouca coisa. É justamente o carisma e a energia do ator que diferem o filme da média do gênero.
Gibson vive o motorista, cujo nome real nunca ficamos sabendo. A primeira vez que o vemos, ele está tentando cruzar a fronteira dos Estados Unidos com o México em uma alucinante fuga da polícia e com uma mala recheada de dólares no banco traseiro. As coisas não saem tão bem e ele vai parar em uma cadeia que mais parece uma favela cercada e com violência potencializada. É um México repleto de clichês e preconceitos o que se testemunha nesse filme “casca grossa” estrelado pelo eterno Mad Max.
O personagem de Gibson precisa então decifrar o lugar, bolar um plano de fuga e, se possível, reaver a grana que roubou. Tudo fica mais humanizado a partir do momento em que ele se envolve com um menino e sua mãe e se sente na obrigação de protegê-los do tirano local.
Plano de fuga engatilha um diálogo esperto atrás do outro e não se avexa no aspecto visual. Com ecos de Cidade de Deus, referência obrigatória para qualquer filme que aborde espaços marcados por miséria e violência, a fita envolve e ajuda a entender o porquê de Mel Gibson ainda ser o cara.