Comédia romântica moderna
É preciso seguir alguns preceitos para ser qualificado como uma comédia romântica moderna. Amor à distância (Going the distance, EUA 2010) segue a risca esses preceitos. Existe a preocupação em agradar meninos e meninas. A estrutura do filme segue a tradicional fórmula boy meets girl, they fall in love and they suddenly realize they´re perfect to each other, mas o discurso mudou. A escatalogia tem vez e propriedade em um cenário dominado pelos filmes de Judd Apatow ( O virgem de 40 anos) e sua turma. É preciso caprichar também nas referências pop em um mundo pós 500 dias com ela (filme que não tem nada demais, mas é excelente nisso). Há também o cuidado com o casting. As comédias românticas modernas que se prezam, prescidem do galã acima de qualquer suspeita e da estrela do comercial de condicionador. É aí que chegamos a Justin Long (cada vez mais confortável na função de protagonista) e Drew Barrymore (em mais um revés como produtora).
Barrymore, que passou a namorar Long durante as gravações do filme, chamou uma mulher – a diretora Nanette Burstein – para rodar um filme de menina, mas com jeitão de menino. Amor à distância, embora agrade pelo charme de seus protagonistas e pela proposta de se adequar ao movimento vanguardista que move as comédias românticas atuais, não se sustenta como entretenimento suficientemente satisfatório para o abrangente público que pretende alcançar. Focasse em um nicho específico e o sucesso seria certeiro. Não à toa, o filme é um fracasso de bilheteria. Um julgamento injusto para com uma fita divertida e com algumas boas sacadas de um humor cínico que cada vez mais invade os romances hollywoodianos. De qualquer maneira, é positivo ver um esforço de mudança. Mesmo que no fim das contas, todos os caminhos levem a Roma.
