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domingo, 2 de dezembro de 2012

Oscar Watch 2013 - Afinal, Batman - o cavaleiro das trevas ressurge merece ser indicado ao Oscar?


Para muitos, a resposta para essa pergunta é simples. Para outros um tanto mais complicada. O cavaleiro das trevas ressurge é um paradigma do tipo que a academia não costuma acolher. Em primeiro lugar, trata-se do desfecho de uma trilogia. Uma trilogia elogiadíssima. É, também, o elo mais fraco, ainda que mais espetacularmente ostensivo, dessa trilogia. Sobre essa imponderável dinâmica paira, ainda, a sombra da injustiça cometida em 2009 quando da não indicação de O cavaleiro das trevas ao Oscar de melhor filme e de Christopher Nolan à categoria de direção. A omissão provocou profundas mudanças nas regras para escolha dos indicados na categoria principal; mudanças que ainda não se aplainaram definitivamente. Isso tudo nebula a noção se O cavaleiro das trevas ressurge merece ou não uma indicação ao Oscar (e estamos falando da categoria de melhor produção do ano). Analisado isoladamente, o filme não mereceria nem mesmo a cogitação de postular uma vaga entre os melhores filmes do ano. Mas todo esse cenário pode deflagrar critérios diferentes entre os acadêmicos. Fato é que existe, e é cada vez maior, o sentimento de que a academia deve a Christopher Nolan, inegavelmente um dos diretores mais criativos e rentáveis da Hollywood atual. Em contrapartida, a trilogia detém aprovação crítica e uma indicação ao Oscar de melhor filme para este terceiro capítulo não ia ser efetivamente questionada.
Se esses são os prós, os contras são mais numerosos. Como imaginar que um filme infinitamente superior, como o era O cavaleiro das trevas, tenha ficado de fora e um francamente decepcionante seja lembrado? E mais: O cavaleiro das trevas ressurge repisa, sem imaginação, alguns elementos já trabalhados anteriormente na trilogia e reproduz, com algum vício, elementos de outros filmes de Nolan – especialmente A origem.
São fatos desabonadores. Ademais, muitos acadêmicos já se pronunciaram desfavoravelmente em público em relação às chances de indicação do filme. Outro aspecto que parece nortear setores da academia é de que não deve haver a pressão pela indicação de um blockbuster. O novo critério que determina que um filme deva encabeçar a lista de 5% dos acadêmicos para ser indicado ao Oscar de melhor filme favorece essa lógica. Mesmo assim, há blockbusters melhores no ano – caso de 007- operação skyfall.
Em suma, Batman – o cavaleiro das trevas ressurge não merece ser indicado ao Oscar em quaisquer categorias que excedam às premiações técnicas. Como se isso já não fosse suficiente, a conjuntura para uma eventual candidatura não poderia ser mais desalentadora.

domingo, 30 de setembro de 2012

Crítica - Batman: o cavaleiro das trevas ressurge


Sobreposição apoteótica



Eis que estreou o novo e, até onde consta, derradeiro Batman de Christopher Nolan. Mas se Batman- o cavaleiro das trevas ressurge (Batman – the dark Knight rises, EUA 2012) traz consigo toda a pompa e grandiloquência imaginadas para esse “gran finale”, traz também vícios e desacertos narrativos e estruturais que tornam esse aguardado desfecho uma experiência relativamente frustrante e digna de ressalvas inimagináveis nos dois primeiros filmes da série.
É preciso estabelecer um nível de condescendência com Nolan. O cavaleiro das trevas (2008), em toda a sua exuberância, deixou muito pouco de relevo dramático dentro do universo do homem-morcego para ser explorado ainda nessa leitura de Nolan. Dessa forma, a missão era ingrata. As expectativas desmesuradas de público, crítica e indústria não tolerariam um filme inferior ao que promoveu o coringa de Heath Ledger à galeria de grandes personagens da história do cinema. Mas nada sugeria que o resultado pudesse ser tão contraditório.
O cavaleiro das trevas ressurge traz ecos francamente incômodos de A origem, sucesso inventivo e corpulento que Nolan rodou no ínterim entre os dois últimos filmes da trilogia do cavaleiro das trevas. Não obstante, a fluxo narrativo é enviesado. Há muita parcimônia a princípio e muito atropelo na meia hora final. Como se isso não bastasse, Nolan descrê da imagem. Logo ele, um cineasta visualmente tão eloquente se submete a cenas meramente expositivas – talvez uma insegurança eriçada após alguns olhares dispensados a A origem.
Outro grave problema é o vilão. Ainda que seja pelo prazer de especular, o desfecho de O cavaleiro das trevas sugeria que o Coringa ainda se mostraria presente na trajetória de Batman, mas a tragédia que acometeu Heath Ledger transformou isso. Não à toa, Nolan hesitou tanto antes de confirmar a participação no terceiro filme. Ele refugiou-se, então, em Bane. Vilão pouco carismático, mas protagonista de um dos mais marcantes arcos do homem-morcego nos quadrinhos, replicado com alguma carga dramática no filme. Escolheu um ator carismático e promissor, Tom Hardy, para dar viço ao personagem. Hardy esforça-se e até tem seus momentos, mas a lembrança perene do Coringa de Ledger torna ainda mais ingrata sua missão. Bane é uma caricatura mal formulada em cena. Um vilão que, inclusive, se apequena no desfecho (que apresenta uma reviravolta previsível –outra falha aqui proporcionada pela apática tentativa de “casar” com o filme original).

Tom Hardy como Bane: um ator talentoso e carismático que sucumbe a um personagem mal elaborado


Como se não bastasse, o filme apresenta outros dois graves problemas. O primeiro é o fato de Nolan repisar, em termos dramáticos, aspectos do personagem Wayne/Batman já suficientemente desenvolvidos nos dois primeiros filmes sem o acréscimo de uma nova camada ou um conflito redesenhado. O segundo problema é a inversão de tom do filme. Há um norte moralista na narrativa que inexistia no capítulo anterior. A complexidade moral de O cavaleiro das trevas, sua ambiguidade trágica e sua protuberância filosófica dão vez a um discurso político mal adornado que parece viver apenas para justificar o vazio da proposta do terceiro filme. 
Nolan, em sua opção pelo hiper-realismo, não soube administrar sua cria. Fez um dos melhores filmes da história e se viu incumbido de continuar de onde parou. Acabou por fazer um desfecho válido do ponto de vista do entretenimento, digno, sob a perspectiva das grandes trilogias cinematográficas, mas invariavelmente decepcionante se consideradas suas potencialidades.
Apesar de dar vida a uma personagem que nunca escapa à figura de apêndice narrativo, Anne Hathaway impressiona como mulher gato – ainda que essa alcunha (acertadamente) jamais seja pronunciada. Chistian Bale, por sua vez, parece no piloto automático. Percepção que tem seu pico em uma cena com Michael Caine ainda na primeira hora do filme.
A conclusão possível após refletir sobre esse terceiro filme – e a necessidade de reflexão não deixa de ser um mérito construído mais pelos dois primeiros filmes do que por este derradeiro – é de que Nolan sentiu a pressão. Ilusionista que é, e O grande truque (outro ótimo filme que realizou na entressafra dos filmes do morcego) continua a ser um testamento eloquente, pensou que poderia ludibriar sua plateia com seus artifícios. Pode ter conseguido.

sábado, 7 de janeiro de 2012

TOP 10 - Dez filmes imperdíveis em 2012


Há muitos filmes que fazem os cinéfilos salivarem. A ideia do primeiro TOP 10 de 2012 é filtrar, em meio a uma combinação de blockbusters e filmes de arte, aquelas produções que são imperdíveis no ano. Não só pelo hype que muitas delas ostentam, mas pelo potencial definidor que trazem consigo.




10 – A música segundo Tom Jobim
É inegável que o Brasil vive boa fase na seara dos documentários. Um dos cineastas mais longevos do país se debruça pela segunda vez sobre o músico mais prolífero e influente da música nacional. Estamos falando, é claro de Nelson Pereira dos Santos e Tom Jobim, respectivamente. O primeiro, que já havia abordado Tom em um documentário para a TV na década de 80, recebe o auxílio da neta do mestre (Dora Jobim), para investigar o alcance da obra do compositor carioca. O documentário é musicado. Não há ilações ou comentários sobre a figura de Jobim. Há apenas sua música interpretada por grandes nomes do mundo inteiro. Uma experiência para amantes da música e do cinema.
Previsão de estréia: 20 de janeiro 

9 – Prometheus
Ridley Scott volta à imensidão do universo. E não só. O filme que durante muito tempo foi tratado como uma ficção científica qualquer – apesar de grandes similaridades com a franquia Alien – finalmente foi reconhecido pelo cineasta como o prelúdio da série de ficção mais aterrorizante e definidora do cinema. O elenco reunido pelo diretor inglês salta aos olhos. Michael Fassbender e Naomi Rapace estão em franca ascensão em Hollywood e Charlize Theron, Patrick Wilson e Guy Pierce, que completam o elenco, são sempre confiáveis. Theron, por sinal, adiantou à revista Total Film que será uma espécie de vilã (em 2012 ela também será a rainha má em uma das versões de A Branca de neve). “Será Naomi Rapace a Ellen Ripley da vez”.
Fica a expectativa para saber como Scott irá linkar os filmes e se o diretor irá novamente congelar sua audiência no cinema.
Previsão de estréia: junho

8 – Dark Shadows
A última parceria entre Johnny Depp e Tim Burton ficou um pouco abaixo das expectativas, ainda que Alice no país das maravilhas seja o maior sucesso comercial da dupla. Mas eles gozam de muito crédito junto à horda cinéfila. Dark Shadows, o primeiro lançamento do verão americano de 2012 da Warner Brothers, reúne a dupla para um filme com o DNA burtoniano. Adaptado de uma série de TV de relativo sucesso nos anos 60, o filme acompanha um vampiro (Depp) que desperta sedento de sangue e saudoso de um antigo amor. É possível esperar humor negro e terror desse novo conto macabro de Tim Burton. Completam o primoroso elenco Michelle Pfeiffer, Eva Green, Chloe Grace Moretz, Helena Bohan Carter e Johnny Lee Miller.
Previsão de estréia: 11 de maio

7- 360
O filme fracassou nos festivais internacionais. Mas esse fato não lima as expectativas acerca da nova produção internacional de Fernando Meirelles. Com roteiro de Peter Morgan (A rainha, Além da vida e Frost/Nixon) e elenco internacional capitaneado por Jude Law, Maria Flor, Anthony Hopkins e Rachel Weisz, 360 teve seu lançamento transferido de 2011 para 2012 para fugir da temporada de premiações depois das críticas pouco amistosas. Mas elas também foram pouco amistosas com Ensaio sobre a cegueira, um dos mais bem elaborados estudos sobre humanidade no cinema recente.
Em 360, Meirelles acompanha personagens em seus encontros e desencontros ao redor do mundo.
Previsão de estréia: maio 

6 – Rock of ages
O diretor de Hairspray bota Tom Cruise como uma espécie de Bon Jovi em musical adaptado de um sucesso da Broadway com toda a atmosfera dos anos 80. Pela sinopse para lá de capenga já é possível antever que Rock of ages será uma das sensações do verão americano de 2012. Um Tom Cruise radicalmente diferente do que estamos acostumados e ainda por cima soltando o gogó. O elenco fina estampa ainda tem Paul Giamatti, Alec Baldwin, Mary J.Blige, Russel Brand, Catherine Zeta Jones e Bryan Cranston.
Previsão de estréia: 1º de junho

5 – Cosmópolis
David Cronenberg coloca Robert Pattinson como um gênio de Wall Street tendo um dia de cão em Nova Iorque. Paul Giamatti, que também está no elenco do filme, disse em entrevista recente que esse foi o melhor psicopata que já interpretou (!) e que Robert Pattinson está totalmente diferente neste filme. A expectativa é que Cronenberg dê novo rumo à carreira de Pattinson assim como Scorsese fez com DiCaprio. Será? 
Previsão de estréia: 2º semestre

4 – Os vingadores
Eis um dos projetos mais audaciosos de todos os tempos no cinema. A Marvel virou estúdio e levou o seu universo para o cinema. Desde Homem de ferro (2008) vem costurando tramas com vistas a levar o super grupo para as telas. O momento chegou. Ou melhor, chega em maio. Espere por alguns recordes sendo quebrados e uma verdadeira avalanche na mídia sobre o lançamento mais comentado do próximo verão.
Previsão de estreia: 4 de maio

3 – Skyfall
Desde que Daniel Craig assumiu a franquia de 007, os filmes ganharam em qualidade. A dimensão de Bond no mundo do entretenimento também mudou. Prova disso é o time reunido para o 23º filme do agente secreto a serviço de sua majestade. Sam Mendes dirige, Peter Morgan integra o time de roteiristas e o vilão será vivido por ninguém menos do que Javier Bardem. Quem estiver no planeta terra vai querer saber o resultado dessa “brincadeira”.
Previsão de estreia: novembro 

2 – Argo
Ben Affleck realizou dois excelentes filmes como diretor. Sua terceira produção como cineasta, portanto, alimenta expectativas exacerbadas. A trama costura comédia e espionagem política e é baseada em um artigo publicado na revista Wired em 2007, sobre como a CIA resgatou seis diplomatas no Irã usando uma equipe de filmagens de Hollywood em busca de locações em Teerã como álibi. Com as crescentes tensões entre EUA e Irã na atualidade, o filme de Affleck pode receber ainda mais atenção.
Previsão de estréia: dezembro

1 – Batman – o cavaleiro das trevas ressurge
A missão é árdua. Christopher Nolan nem precisa superar O cavaleiro das trevas (2008), basta equiparar-se. As atenções estarão voltadas para o fecho da trilogia mais perturbadora e eloquente a ter surgido dentro do próspero universo dos super-heróis no cinema. Os primeiros trailers não foram muito animadores, mas o terceiro Batman tem tudo para ser o filme do ano. A grande questão é se terá o mesmo impacto de seu antecessor.
Previsão de estréia: 27 de julho