sábado, 22 de dezembro de 2012

Retrospectiva 2012 - Cenas de cinema (gente)


Keira reloaded
Uma, nesse momento ainda improvável, indicação ao Oscar por Anna Karenina pode fechar com chave de ouro o ciclo de 2012 para a inglesa Keira Knightley. 2012, mais do que qualquer outra coisa, significou um ano de reengenharia de carreira para atriz. No Brasil, foram lançados três trabalhos da atriz (um de 2010, um de 2011 e outro desse ano) que mimetizam essa mudança. Apenas uma noite, Um método perigoso e Procura-se um amigo para o fim do mundo revelam que Keira é uma atriz bem diferente daquela que brilhou em Rei Arhtur e Piratas do Caribe: a maldição do perola negra há uma década.

Tom sobre tom

Tom Cruise sempre foi um astro e faz parte do trabalho ter um ano agitado. Mas 2012 foi um caso à parte. Começou com Cruise registrando a maior bilheteria de sua carreira por Missão impossível 4: protocolo fantasma; o que para muitos foi uma surpresa. Por duas razões, Cruise já estaria na curva descendente de sua carreira e o terceiro filme da série foi um relativo fiasco que possibilitou a primeira percepção. Mas foi lá para o meio do ano que a coisa apertou de vez! Um divórcio, cujas razões seriam dissecadas nos meses seguintes, chacoalhou o chão de Tom Cruise. Devolveu a cientologia, religião da qual o ator é “garoto propaganda”, ao olho do furacão e expôs a intimidade de Cruise de um jeito que jamais ocorreu antes. De quebra, Rock of ages, musical reverente aos anos 80, foi um fracasso. Mas Cruise, que cantou e rebolou, salvou-se. 2012 se vai com Cruise voltando à carga promocional com novo lançamento na praça, Jack Reacher, e a esperança por um 2013 mais calmo. Pelo menos do lado de cá da telas.


Pão francês
Ah, aquele sotaque... o inglês descalibrado de Jean Dujardin não é problema. Tanto é que o ator vencedor do Oscar por O artista já engatilhou projetos nos EUA. É lógico que Dujardin, que periga roubar de Javier Bardem o título de ator estrangeiro mais festejado em Hollywood, precisa melhorar seu inglês. Mas, aquele sotaque...

Dujardin, o bem amado: o negócio dele é o sotaque...


O ano de Matthew McConaughey
Poucas pessoas criam que McConaughey fosse capaz de fugir daquela armadilha de mostrar o tórax definido em seus filmes. Poucos criam que o ator, já com 43 anos, pudesse voltar a suscitar aquele bom burburinho do início da carreira. O movimento, é verdade, começou em 2011 com o ótimo O poder e a lei, mas se cristalizou em 2012. O mais divertido dessa história toda, é que não só McConaughey não deixou de exibir o tórax, como mostrou seus glúteos igualmente definidos em Magic Mike. E pode ser premiado por isso! Ok, não só por isso. O ator provou em filmes como The paperboy, Killer Joe, Bernie e Mud (todos inéditos no Brasil) que há um coração de ator batendo embaixo desse tórax que pela última vez será mencionado nesse texto... 

2012 foi tão bom para o ator que praticamente não se falou no tórax de Matthew McConaughey



Sexy e com conteúdo
Ele foi eleito o homem mais sexy do ano pela revista People e um dos homens do ano pela revista masculina GQ. 2012, por isso e por outras coisas, será mesmo lembrado como um ano especial para Channing Tatum. Presente em quatro lançamentos do ano, mais do que qualquer outra coisa, Tatum provou que amadureceu como intérprete. Revelou timing cômico no remake da série de tv Anjos da lei, foi galã romântico em Para sempre, rebolou e arrancou suspiros em Magic Mike e entrou mudo e saiu quase calado de A toda prova, onde iniciou uma parceria com o cineasta Steven Soderbergh. Tatum, cada vez mais versátil como ator, é o boa pinta do ano!


Travoltagate
Depois de um 2011 tenebroso, com a morte do filho e a explosão de denúncias sobre sua homossexualidade, 2012 não aliviou para John Travolta. Sua sexualidade continuou no centro do interesse de tabloides sensacionalistas que viram pipocar processos de “prestadores de serviços” que se diziam assediados por Travolta. O escândalo diminuiu com a exposição de alguns aproveitadores, mas o volume de denúncias fez esmorecer o casamento do ator com Kelly Preston.

Tristeza familiar!
Se muita gente aguardava com ansiedade o retorno de Ridley Scott ao universo Alien em Prometheus, ninguém esperava que seu irmão caçula, Tony Scott simplesmente se jogasse de uma ponte em São Francisco, Califórnia. O diretor escolheu se matar aos 68 anos justamente quando se preparava para revistar o seu maior sucesso, Top Gun – ases indomáveis (1986). Muito se especulou a respeito das razões que motivaram o inesperado suicídio de um diretor de talento e sucesso. Até um câncer incurável foi aventado. Nenhuma resposta, porém, emergiu da corrente perturbadora de boatos que tomou todos de assalto.

O drama de Kristen e Robert...
É, não é? Se eles já estão juntos novamente, por que falar sobre isso? Simplesmente porque foi o bafo do ano. A própria imprensa americana andou fazendo autoanálise por ter mergulhado tão profundamente em um assunto tão... particular. Alcoviteiros que somos, bombamos a audiência de sites de fofoca e ficamos estarrecidos com as fotos dos amassos de Kristen Stewart e de seu diretor em Branca de neve e o caçador Rupert Sanders. A dúvida que assola o mundo é se torcemos para que agora a coisa dê certo ou se queremos ver a agonia de Robert novamente? Ó dúvida cruel!

Back together: a família de Pattinson desaprovou, mas ele voltou a voar com Kristen Stewart...


... e de outros casais
Tom e Kate, como já abordado aqui, também se separaram. Dennis Quaid foi outro que pôs fim a seu relacionamento com a atriz Kimberly Buffington-Quaid. Já Brad Pitt e Angelina Jolie seguem firmes e fortes, apesar das numerosas capas sugerindo o contrário. A última pendenga ente o casal seria o peso de Brad Pitt que, parece, está incomodando a magérrima Angelina Jolie. O duradouro casamento de Johnny Depp e Vanessa Paradis também teve fim em 2012. O ator inclusive já está distribuindo presentes (carro e mansão foram alguns dos mimos) para sua nova paixão, a atriz Amber Heard; com quem contracenou em O diário de um jornalista bêbado (2011).

Tudo sobre Spielberg
Steven Spielberg entrou e se despede de 2012 na boca do povo. Em Janeiro, estrearam no Brasil dois filmes assinados pelo cineasta (Cavalo de guerra e As aventuras de Tintim). Spielberg foi novamente ao Oscar, com seu épico passado na primeira guerra mundial, e agora se prepara para chegar à festa da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood na roupa de favorito, com Lincoln. A fita estrelada por Daniel Day Lewis já é o filme “adulto” de Spielberg de maior bilheteria de sua carreira nos EUA. Não obstante, o filme que fez de Spielberg, Spielberg ganhou um lançamento caprichado em Blu-ray que ganhou o noticiário internacional. 2012, talvez mais do que qualquer outro ano improvisou a máxima: diretores vem e vão, Spielberg fica!

Um é pouco, dois é bom...
Spielberg não está sozinho nesse negócio de lançar mais de um filme em um ano. Se em 2011 ele lançou dois filmes, em 2012 teve muito diretor fazendo o mesmo. A começar por outro Steve. Steven Soderbergh, na verdade, deixou A toda prova para este ano. A fita de ação recheada de astros está no mesmo nível de satisfação da dramédia recheada de fortões em trajes sumários Magic Mike. David Cronenberg também manteve o nível de excelência que lhe é característico em seus dois lançamentos do ano: Um método perigoso, originalmente de 2011, e Cosmópolis. Já Tim Burton, como sempre, dividiu a crítica com Sombras da noite, mas a reconquistou com o lúdico e nostálgico Frankenweenie. O brasileiro Breno Silveira, na sua apropriação da música nacional, em 2012 foi de Robert Carlos (À beira do caminho) a Gonzagão e Gonzaguinha (Gonzaga – de pai para filho).


Clint Eastwood de A a Z
Clint Eastwood sempre foi um republicano fervoroso, ainda que mais recentemente tenha abraçado algumas causas historicamente ligadas ao partido democrata, como o casamento entre homossexuais e a eutanásia. Aos 82 anos, Eastwood foi a estrela da convenção republicana que consagrou Mitt Romney como candidato à presidência dos EUA. Seu discurso duro e veemente contra as principais políticas do governo Obama fizeram com que muita gente ao redor do planeta, no Brasil inclusive, declarasse Eastwood persona non grata. Isso talvez ajude a explicar o desempenho mediano de Curvas da vida, filme que marcou seu retorno à condição de ator – a qual ele havia declarado em 2008 ter se aposentado. Assim como abrilhantou e produziu manchetes para o evento republicano, ele fez o mesmo com esse dispensável filme de Robert Lorenz, seu assistente de direção. No cinema e na política, Eastwood continua a demonstrar vigor e a atrair interesse.

Clint e a cadeira: de J.Edgar a Obama, são as curvas da vida...


50 anos em um ano
George Clooney seria um ímã para o noticiário simplesmente por ser George Clooney. Em 2012 concorreu ao Oscar, foi preso (isso mesmo), se separou da namorada, voltou com a namorada, se engajou na campanha de reeleição de Barack Obama, gravou o novo longa de Alfonso Cuáron (Gravity) e iniciou a pré-produção de seu novo longa-metragem como diretor The monuments men. Bem, você deve estar estranhando o fato de Clooney ter sido preso, né? Para quem não se lembra, ele e seu pai foram presos após iniciarem protestos em frente a embaixada do Sudão em Washington. Clooney é forte ativista pela paz na região que atravessa uma série de conflitos políticos que já provocaram milhares de mortes. Essa foi apenas a mais drástica medida tomada por Clooney que se envolve diariamente na busca de soluções humanitárias para a região.

Clooney preso em protesto em março: conscientização a qualquer preço...


As viagens dos diretores brasileiros
Em uma sinergia pouco usual, três diretores brasileiros lançaram projetos internacionais em 2012. O mais pomposo e aguardado deles, com certeza, era Na estrada, de Walter Salles. Que foi recebido com certa frieza em sua premiere em Cannes e ainda está para alçar voo internacional. No Brasil, passou praticamente em brancas nuvens. Não menos ambicioso, mas com resultado igualmente questionado pela crítica internacional foi 360, de Fernando Meirelles. Ambos os projetos financiados de maneira independente, mas com joias hollywoodianas a reluzir não obtiveram o êxito que se podia esperar. Já 12 horas, produção comercial com alguma calibragem, marcou a estreia em Hollywood do pernambucano Heitor Dhalia. Ele detestou a experiência. Em termos de crítica, no entanto, foi o que ficou mais perto do consenso. Não que tenha sido um consenso maravilhoso...

Nasce uma estrela de cinema

Ela estará no próximo filme da franquia Velozes e furiosos e foi a primeira integrante confirmada da versão feminina de Os mercenários. Isso tudo porque Gina Carano, ex-lutadora de MMA e agora (ótima) atriz se revelou para Hollywood em 2012 no movimentado A toda prova, em que Steven Soderbergh a coloca para bater em Ewan McGregor, Antonio Bandeiras, Channing Tatum e Michael Fassbender. Linda, com uma expressão física vibrante e disciplinada (cortesia do background do MMA), Carano tem tudo para vingar como heroína de ação.

Sai zica!
Era para ele explodir em 2012, no entanto, Taylor Kitsch implodiu. Não teve pé frio mais expressivo do que ele em todo ano em Hollywood. Ligado a três projetos hypados, sendo dois francos blockbusters, Kitsch patrocinou com seu protagonismo os dois blockbusters de maior fracasso da temporada e ainda brindou Oliver Stone com um improvável flop de bilheteria. Selvagens é ótimo, mas não resistiu ao “charme” de Kitsch e assim como John Carter – entre dois mundos e Battleship – a batalha dos mares, afundou nas bilheterias americanas.

Kitsch: sem sal...

4 comentários:

  1. Eta, destaques caprichados, Reinaldo. Mesmo variando no tema, ainda não consigo gostar totalmente da atuação de Keira Knightley. Em Procura-se.. talvez ela tenha me agradado mais.

    Já Channing Tatum é um charme, apesar de não ser tão bonito. Tem uma carinha de coitado que deixa as mulheres derretidas, hehe.

    A morte de Tony Scott foi uma das coisas que me deixou mais triste no ano.

    E pois é, o velho Steven Spielberg parece mesmo que está com força total, sigo curiosa com Lincoln.

    bjs

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  2. Opa! Bela repescagem, Reinaldo! 2012 dos astros do cinema está bem sintetizado no seu post.

    The Keira Subject está rendendo bastante aqui em Claquete, hein! rsrs. Não desgosto da atriz, ela ainda está em fase de maturação e pode chegar lá. Simplesmente adoro sua Elizabeth de "Orgulho e Precocneito", mas na mesma linha, repreendo muitos trabalhos dela, como o de "Um Método Perigoso", que arre! Em "Procura-se..." ela tá encantadora, mas o filme deixa um pouco a desejar, agora em "Apenas uma Noite"! Cara! Eu adoreeei esse filme, um primo de "Closer", guardada as devidas proporções. E ela tá bem bacana. Todos estão. Até o Avatar lá rs.

    Dujardin não tira o posto de Bardem, não, poxa. Bardem mita a cada personagen, mas só fazendo mt esforço pra não gostar do francês. Ô cara bacana! Q ele alce voos nos EUA! Hollywood só tem a ganhar com isso!

    McConaughey começou a ganhar minha atenção depois do ótimo "O Poder e a Lei". Agora, está conquistando vários louros e tal... bacana para quem era uma promessa nos anos 90 e nunca vingou. Ele arrebenta em "Killer Joe" e tá bem aproveitado em "Magic Mike", mas não indicaria ao Oscar por este último, não, como muitos sugerem...

    E, pra finalizar, Tony Scott... pois é, foi triste sua partida. O filme vampiresco dele com Deneuve e Sarandon é incrível, pena q não se manteve e tal. RIP.


    Abs!

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  3. Que bacana essa retrospectiva! Você realmente lembrou de tudo o que foi importante em 2012 :D

    Concordo contigo: Achei a Gina Carano uma ótima atriz. Tem tudo para descer o pau em filmes de ação! rs

    Taylor Kitsch é o azarão do ano! Cruzes! Eu ainda não vi os filmes estrelados por ele e nem sei se verei. Bem, talvez eu veja "Selvagens" vai...

    Não vi nenhum filmes ainda deste nova "fase" do McConaughey. Preciso vê-los!!

    Ah, adoro a Keira.

    []s

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  4. Amanda: Obrigado Amanda! Pois´... rsrs. A gente vai seguir discordando sobre Keira em "Um método perigoso". Para mim foi um dos grandes momentos da atriz...rsrs. E vc revelando o trunfo do Tatum, hein? rsrs
    Bjs

    Elton Telles: The Keira subject tá causando, né? rsrs. "Apenas uma noite" foi uma grata surpresa. Esperava um filme bem fraco e não foi isso que vi. Gostei bastante!Tb acho que o Dujardin não bate Bardem não, mas a boa vontade com ele nessa fase da carreira está definitivamente maior do que com Bardem quando aportou em Hollywood. Vide o Oscar e os projetos nos quais já adentrou...
    E Bardem mita sempre, né? D+!
    Não indicaria McConaughey por Magic Mike tb não! E Tony Scott foi triste mesmo...
    Abs

    Alan Raspante: Valeu Alan. Selvagens é bacanão. Se for para ver algum, fique com este!
    abs

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