segunda-feira, 12 de março de 2012

Crítica - John Carter: entre dois mundos

Entre dois filmes...


John Carter-entre dois mundos (John Carter, EUA 2012) é um filme que começa muito bem e, se não termina muito mal, não deixa saudades no público. Um senhor revés para um filme que tem como objetivo primário capitalizar uma nova franquia para a Disney. Sob esse ponto de vista, os U$ 250 milhões investidos pelo estúdio nessa estreia na direção de longas em live action de Andrew Stanton (Wall E e Procurando Nemo) foram um desperdício.
John Carter-entre dois mundos não é um filme ruim. Longe disso. Stanton consegue injetar considerável energia em uma trama perigosamente banal e cria cenários majestosos que justificam o orçamento dilatado. No entanto, falta a John Carter uma imaginação que sobejava nos filmes anteriores de Stanton. Essa condição desfavorece o novo filme e o pouco carisma da dupla de protagonistas não colabora. Taylor Kitsch se sai bem nas cenas de ação, mas é incrivelmente pálido dramaticamente. O mesmo pode ser dito da bela Lynn Collins que vive uma mulher cheia de brio, a princesa marciana Dejah Thoris, mas não consegue dimensionar essa característica de sua personagem.

Kitsch em cena do filme: uma produção abaixo de suas ambições
John Carter começa de maneira muito promissora. A apresentação dos Tharks se dá em uma cena que promete um filme melhor do que o que de fato é entregue. São os Tharks e sua cultura muito identificável a tribos africanas que representam o maior alvo de interesse que John Carter desperta enquanto cinema. Infelizmente é muito pouco para mais de duas horas de metragem. A sucessão de clichês esmerados nos fracos protagonistas esvazia qualquer ranço de analogia maior que a obra de Edgar Rice Burroughs pudesse favorecer.
No final das contas, fica a impressão de se assistir dois filmes que mal formam uma unidade. Um, o típico filme Disney que parece realizado em algum momento prévio ao primeiro Piratas do Caribe e outro realizado na esteira do mega sucesso Avatar. Se conceito e forma tivessem sido pensados juntos, John Carter-entre dois mundos talvez fosse um filme capaz de sobreviver ante essas comparações.

5 comentários:

  1. Eu discordo de você, Reinaldo. Um dos aspectos que eu mais gostei em "John Carter", além da parte técnica, foi justamente o desenvolvimento da história, no tempo certo, sem arestas a serem preenchidas e sem aquela desculpa esfarrapada para uma continuação. O Taylor Kitsch também foi uma agradável surpresa e soube bem segurar a responsabilidade de estrelar um filme desse porte.

    Beijos!

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  2. Tendo a concordar mais com Kamila, Reinaldo, apesar de Lynn Collins soar mesmo artificial no filme. Acho que a história se fecha de maneira satisfatória, envolve e diverte. Aliás, o filme é melhor do que promete o trailer, o que é raro hoje em dia. Isto sim, talvez, seja o maior erro que não o permitiu recordes de bilheteria e ameaçou continuações.

    bjs

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  3. O filme e a estória foram bem executados no geral,mas visualmente não tem nada de novo.Os personagens principais também não apresentam nada de mais,não dá vontade de torcer por eles.

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  4. Kamila: Ka, eu não desgostei do filme. É um entretenimento muito respeitável. Agora, há muitas arestas mal aparadas e o desenvolvimento da história é muito preguiçoso, digamos assim. Agora não quer dizer que não seja um filme digno. O que sublinhei é que em um mundo pós -Avatar ( e o próprio Cameron reconheceu a influência que John Carter exerceu em sua visão) o filme é um tanto ingênuo...
    Bjs

    Amanda:Tb acho que envolve e diverte Amanda. Vc comentou a respeito dessa 'bola fora" do trailer na sua crítica. Eu francamente não acho que o trailer não venda bem o peixe. Acho que tá tudo nos conformes nesse aspecto. O filme, infelizmente, é inferior à Piratas do Caribe enquanto entretenimento familiar a la Disney e enquanto épico com potencial de franquia e efeitos de ponta se inferioriza ante Avatar, com o qual guarda inúmeras semelhanças.
    bjs

    Anônimo: É mais ou menos por aí tb...
    Abs

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  5. Olá,

    Não pude conferior ainda, mas diante das opiniões diferentes, agora fiquei curiosa para conferir como mais um entretenimento palatável e de sessão noturna em dia de anonimato.

    Ultimamente não ando curtindo muito esses filmes mais fantasiosos da Disney, que pra mim, se distanciam muito da qualidade que a Disney sempre prezou.

    bjs

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