domingo, 18 de março de 2012

Insight

O jeito Denzel de fazer as coisas

Já há algum tempo Denzel Washington adentrou àquela galeria de atores consagrados que vivem decalques de si mesmos nos filmes. Jack Nicholson, Robert De Niro e Al Pacino constituem a trinca mais reconhecível desses honoráveis intérpretes. Acontece que, diferentemente desses atores, Washington faz questão de deixar tudo muito claro para um público que o segue sem amarras e enxerga no gênero de ação uma plataforma cômoda para exercer essa estratégia. Muitos astros dos anos 80 e 90 decidiram não se reinventar nos anos 00. A opção é reforçada por um viés caricatural inerente às escolhas da maioria deles. Além de Washington, outro vencedor do Oscar cada vez mais frequente no mesmo papel é Nicolas Cage. Mel Gibson, John Travolta e Bruce Willis – em escalas diferentes – seguiram o mesmo raciocínio. O que, porém, diferencia Washington de todos esses é a qualidade que o ator imprime em suas caracterizações.  Não há um filme sequer em que Washington esteja mal. Ainda que interprete variações de sua persona na tela. O diretor Carl Franklin, que já o dirigiu duas vezes, disse que seu Por um triz (2002) – que marcou a segunda colaboração entre ambos - seria um filme convencional não fosse por Washington. “É tudo ele", disse à época, revelando que foi o ator quem dimensionou dramaticamente tanto seu personagem quanto os conflitos propostos na trama. Tony Scott, por sua vez, diz preferir trabalhar com Washington (já foram cinco trabalhos) porque “todo o processo é muito dinâmico e Denzel sabe exatamente como eu penso. Não há ninguém melhor do que ele nesse ramo”.
Washington sempre significou confiabilidade, mesmo quando muito pouco é esperado. Caso de filmes como Incontrolável (2010), O livro de Eli (2010), ou do recente Protegendo o inimigo – desde sexta-feira em cartaz no país.

Denzel em cena de Por um triz, thriller que melhora muito em virtude de sua presença... 

... e no novo Protegendo o inimigo, em que mede forças com Ryan Reynolds em um filme de espionagem


No início da carreira, o ator estava mais interessado no ativismo racial – o discurso dele ainda é pautado por essa agenda – mas suas escolhas como ator já se desvencilharam dela. Filmes como Malcom X (1992) e Um grito de liberdade (1988) não parecem mais pertinentes à fase da carreira que vive o ator. Depois de conquistar dois Oscars – o único negro a ostentar tal façanha – ele tem dito que está interessado em fazer comédias. Seria um desafio. O gênero está mesmo omisso na filmografia de Washington. Denzel parece querer fustigar os teóricos de que ele é bom lendo até mesmo lista telefônica.

3 comentários:

  1. Denzel é mesmo um bom ator. Bom saber que ele vem se interessando por comédias agora... Com certeza ele vai se sair bem. Se fizer boas escolhas, claro.

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  2. Acho que o maior padrão que temos assistido, ultimamente, é a astros do porte de Denzel, cada vez mais se especializando no gênero de ação. Esse é o mesmo caso do Liam Neeson. Eu concordo com você que ele imprime uma qualidade incontestável aos longas que estrela, com performances muito críveis. Denzel, pra mim, é sinônimo de credibilidade e eu assisto aos filmes dele sem medo!

    Beijos!

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  3. Alan: As boas escolhas são tudo nessa vida.
    Abs

    Kamila: Concordo contigo Ka. E valeu pelo endosso tb.
    Bjs

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