domingo, 24 de outubro de 2010

ESPECIAL HOMENS EM FÚRIA - Insight

 A química dos astros




Se existe algo que transcende os papos da cinefilia é o poder de atração que astros de cinema exercem sobre nós mortais. Sempre foi assim. A era de ouro de Hollywood se caracterizou pelos contratos milionários que estúdios de cinema travavam com astros e estrelas que ficavam enclausurados e, muitas vezes, tinham que encenar suas vidas reais. Galãs tinham sua opção sexual escondida e atrizes eram projetadas como símbolo sexual. A era de ouro se foi, mas a atração que celebridades exercem continua. Transfigurada na cobertura simbiótica que tablóides e revistas de fofoca fazem do dia a dia de astros e estrelas.
O cinema sempre foi ponto tangencial do genuíno interesse que uma celebridade desperta. Em uma recente pesquisa promovida com seus leitores, a revista Empire apurou que 55% deles ainda se pautam pelo ator/atriz na hora de escolher um filme. Este tema (o poder de atração de astros de cinema) foi abordado nesta mesma seção Insight em setembro deste ano no texto “A força de George Clooney” e em setembro do ano passado no texto “Quando dois astros se encontram”. A razão de o assunto estar sendo suscitado novamente, ainda que sob uma nova perspectiva, é a estréia de Homens em fúria. Um filme que passaria a esmo da percepção da platéia (como de fato está passando nos EUA), mas que ganha alguma relevância em virtude de seu par de protagonistas. Homens em fúria é uma produção independente, com um diretor de filmes independentes semi desconhecido e com um tema que não é palatável a qualquer platéia. Como vender um filme desse? Chamando atores com trânsito junto ao público (com pegada comercial), mas com vocação independente. Tanto Edward Norton que esteve em blockbusters como O incrível Hulk e em filmes menores como O despertar de uma paixão, quanto Robert De Niro (que ainda este ano estréia o terceiro Entrando numa fria) têm esse perfil.
Homens em fúria passa então a possuir um valioso hype. O segundo encontro de Robert De Niro e Edward Norton nas telas de cinema. Um trunfo em termos de marketing. E esse marketing mostra que é o star power a única concreta salvação para o cinema enquanto espetáculo para as massas. 3D, efeitos especiais, blockbusters e tudo o mais são variações que em si não se sustentam. A química dos astros, não entre si, mas com o público, ainda é o melhor investimento que Hollywood é capaz de bancar atualmente. É, também, o que rende melhores juros.

3 comentários:

  1. É o bom e velho star system. Boa análise do processo. Mas, não sei se iria a um filme apenas por Edward Norton. De Niro chama mais minha atenção.

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  2. Adorei esse insight, me deixou por dentro de um dos filmes que - pelo que noto - é um dos que você mais espera no ano.

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  3. Amanda: Concordo com vc que De Niro chame mais atenção. Comigo tb é assim. Mas o ponto é que um filme para se vender, mesmo em uma época de adaptações e 3D, ainda precisa de um bom astro como chamariz. Bjs

    Luis Galvão: Pois é, gostei bastante do filme. Mas, certamente, não figurará na lista dos melhores de 2010.
    Abs

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