terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Crítica - Quatro amigas e um casamento



Entre estereótipos e o lugar comum

Quatro amigas e um casamento (The bacharolette, EUA 2012) é um filme independente com alma de blockbuster. Não porque de seu elenco façam parte alguns nomes com trânsito em Hollywood como Kirsten Dunst ou James Marsden, mas porque todo o arranjo dramático do filme, dirigido e roteirizado por Leslye Hedlund gira em torno de clichês que já começam a ser superados mesmo entre comédias de estúdio. O barato de Quatro amigas e um casamento, péssimo título nacional por sinal, talvez seja focar na complexa relação que amigas travam com amigas. A linha entre admiração e inveja é tênue e o filme de Hadlund tem o mérito de apontar para o egocentrismo das relações de amizade. É um tal de “um cada por si”, que o espectador fica meio perdido sem saber pelo que efetivamente torcer em vistas de um final feliz. É lógico que Quatro amigas e um casamento apresenta o necessário final moralizante, mas mesmo este pouco entorpece.
Becky (Rebel Wilson) anuncia para as amigas desde os tempos de colegial que irá casar. Gorda, ela não se encaixa – dentro dos preceitos sociais vigentes – naquele perfil de candidata a ter seu príncipe encantado. O que gera todo tipo de repercussão nas amigas que, cada qual com seu quadro de insegurança, manifestarão dificuldade em lidar com o fato da “cara de porco”, como Becky era conhecida nos tempos de colégio, casar antes de cada uma delas.

Alcoviteiras do bem: as amigas de Becky dão vazão a todo tipo de inseguranças às vésperas do casamento da amiga


Kirsten Dunst faz a executiva com um pé na frigidez que obedece àquela caracterização já obsoleta da mulher que objetiva o sucesso. Lizzy Caplan, atriz de ótimo timing cômico, se repete como Gena, a “vagaba” da turma que nunca superou a traumática separação do grande amor de sua vida e Isla Fischer, a melhor coisa do filme, faz a BBB (bonita, burra e boazuda) Katie. Fútil até a alma, mas aparentemente a menos incomodada com a felicidade de Becky.
As três, ora conscientemente, ora inconscientemente, farão de tudo para sabotar o “momento” de Becky. É daí que surge o humor da fita de Leslye Hedlund. Não se engane, o filme diverte. Mas opta por divertir pouco, já que existe a opção por seguir motes talhados, por exemplo, em Se beber, não case (2009). Tão pouco existe o objetivo de aprofundar o drama dos personagens. Contenta-se com a superfície que, afinal, fornece as circunstâncias para o humor que se ambiciona.

2 comentários:

  1. Já tem um tempinho que eu estou querendo ver. O elenco é ótimo (adoro a Isla!). Mas o título nacional reamente é péssimo!

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