sábado, 24 de março de 2012

Cantinho do DVD

É comum que filhos de cineastas de prestígio se experimentem no cinema. Jason Reitman, filho do grande Ivan Reitman, é um prodígio mais encantador do que seu pai jamais foi. Sofia Coppola conseguiu criar uma marca totalmente distinta da de seu pai, Francis. Há outros por aí que tentam a sorte como a filha de Michael Mann ou do diretor Ridley Scott, cujo primeiro filme, Sedução, é destaque do Cantinho do DVD desta semana. Ainda que este primeiro trabalho não seja tão animador, deixa transparecer que Jordan Scott é alguém com talento. A conferir.




O primeiro longa metragem da filha do cineasta Ridley Scott, Sedução (Cracks, EUA /ING 2009) sinaliza uma artista pensativa, criativa e disposta a seguir um caminho mais minimalista do que os traçados pelo pai e tio (o também diretor de cinema Tony Scott). Mas o grande problema do primeiro filme de Jordan Scott é a inconsistência da trama adaptada do romance de Sheila Kohler. Scott parece indecisa se faz um filme sobre a descoberta da sexualidade, sobre a repressão característica dos anos 60, ou sobre uma mulher impelida pelas próprias angústias e como, a partir desta condição, ela desenvolveu uma veia tão manipuladora quanto nefasta.
Essa mulher é vivida por Eva Green, que não consegue se desvencilhar da caricatura. A senhora G é uma professora progressista em uma escola para meninas no interior da Inglaterra. O mote é banal, mas o olhar dispensado a ele, não. A senhora G é aquela quem mais cativa e mais provoca admiração em suas alunas, em parte pelas aventuras vividas que vive a contar. Esse equilíbrio fajuto é esmorecido com a chegada de Fiamma (a bela Maria Valverde), uma espanhola de origem aristocrata, cujas razões para ter sido deslocada para aquele lugar pressupõem um infindável conjuntos de boatos maldosos. Culta, de personalidade difícil e bem mais apaixonante do que as triviais alunas dali, Fiamma logo desperta a obsessão da senhora G. É natural supor que essa história não acabará bem. Scott até consegue criar momentos de genuína tensão que permitem comentários mais profundos sobre o drama que desvela. Mas esses momentos são raros, e em geral, não sustentam o filme.
De qualquer maneira, Jordan Scott demonstra talento e futuro. Sedução não chega a entregar o que promete, mas permite um vislumbre de uma diretora que, com as escolhas certas, pode ser grande.

5 comentários:

  1. Me parece interessante o filme, vou procurar pra alugar ou baixar. Abraços.

    ResponderExcluir
  2. O outro filme de Ridley, Jake Scott tb já estreou na direção num interessante drama chamado "Corações Perdidos".

    Este filme que você comenta, eu não conhecia.

    Abraço

    ResponderExcluir
  3. O único filme com Eva Green a que eu assisti foi The Dreamers e ainda não conheço nenhuma outra obra com ela. "Sedução" parece um filme interessante, vou tentar assistir!

    ResponderExcluir
  4. Fiquei curioso. Vou conferir também.

    http://cinelupinha.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  5. Kle Franklin: Espero que goste. Abs

    Hugo: A estreia de Jake foi bem melhor. "Corações perdidos" tb está resenhado aqui em Claquete.
    Abs

    Luís: Nem o Casino Royale com ela vc assitiu? Pô Luís, vamos correr atrás desse preju aí...
    abs

    Rafael W: Valeuuu!
    Abs

    ResponderExcluir