terça-feira, 2 de outubro de 2012

Crítica - Ted


Sujo, fofo e genial!



Eis que chega aos cinemas brasileiros a melhor comédia do ano. É lógico que, pelo fato de ainda estarmos em setembro, essa marca pode ser superada. Mas Ted (EUA 2012) deixou essa tarefa consideravelmente mais difícil. A estreia na direção de cinema do criador da escrachada série animada “Uma família da pesada”, Seth MacFarlane, é um delírio cômico em todos os sentidos.
Na trama, John Bennett tem como melhor amigo um urso de pelúcia falante. Resultado de um pedido feito na noite de natal de quando John tinha 8 anos e se sentia muito sozinho. Adulto, e interpretado por um Mark Wahlberg que sabe mesclar ingenuidade, doçura e um humor mais tosco, John se divide entre o subemprego que mantém em uma locadora de carros, o namoro com Lori (Mila Kunis) e as sessões de erva com seu companheiro Ted (dublado genialmente por MacFarlane).
O conflito aventado por Ted diz respeito, portanto, à necessidade de amadurecer do protagonista. Mas o filme de MacFarlane passa longe de qualquer ranço de moralismo ou pieguismo. O diretor investe no politicamente incorreto ao apresentar esse personagem irreverente e chocante que dá nome ao filme. Ted é desbocado, maconheiro, misógino e irresponsável, mas incrivelmente leal ao seu “dono” John. Essa camaradagem entre um “menino homem” e seu ursinho de pelúcia rende os momentos mais hilários do cinema em 2012.
Ted é uma comédia sofisticada no bom uso que faz de variadas referências pop que vão desde as mais que divertidas e certeiras participações especiais a algumas perolas proferidas por Ted, sem sombra de dúvidas um dos personagens mais marcantes dessa temporada cinematográfica. É cedo para dizer, mas Ted pode ganhar os anais da cultura pop. O sucesso de crítica e público nos Estados Unidos, onde o filme arrecadou quase U$ 300 milhões permitem essa expectativa.
MacFarlane faz uso de inteligência e irreverência como artifícios para produzir uma comédia capaz de dialogar com diferentes públicos e apta a divertir marmanjos e comover mocinhas apaixonadas. É o “faz de conta” hollywoodiano mais criativo dos últimos tempos e uma comédia genuinamente engraçada. Desde o primeiro Se beber não case (2009), algo tão bom não surgia no cinemão americano.


3 comentários:

  1. Muito melhor que a fita de Todd Phillips,o ponto alto de Ted são as inúmeras referências pop. All Time High, tema do James Bond (Octopussy), foi de longe a minha favorita, rs! A participação de Sam Jones é um susto de hilariante!

    Enfim, MacFarlane tem a carreira feita em Hollywood. Já esperamos pela sua próxima comédia...

    Abs.

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  2. Não por acaso vai apresentar o Oscar, hehe. Gostei bastante de Ted, mesmo tendo visto a primeira vez dublado, :( Só acho que aquela trama de pai e filho estranhos ficou desnecessária.

    bjs

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  3. Rodrigo Mendes: Tb acho melhor que "Se beber não case". MacFarlane já tem uma carreira bem consolidada em Hollywood, mas agora o céu parece que já não é mais o limite.
    Abs

    Amanda: Nós concordamos quanto a esse subplot. Desoportuno!
    Bjs

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