sábado, 30 de abril de 2011

Cantinho do DVD

Existem dois tipos de cinema de ação. Pelo menos em uma bifurcação superficial. A dos filmes de ação inteligentes e aqueles que se limitam a obviedades. Robert De Niro toda vez que ingressou no gênero contribuiu para a primeira frente. Pelo menos foi assim nos anos 90. Na última década, o padrão de De Niro baixou um pouco, mas nos anos 90 ele estrelou duas das melhores fitas de ação do cinema. Fogo contra fogo (1995), de Michael Mann e Ronin (1998), destaque de Cantinho do DVD desta semana. O filme de John Frankenheimer é daquelas obras que não podem ser diminuídas pelo aspecto pejorativo que se costuma atribuir a “filme de ação”. Original, movimentado, instigante e inteligente, Ronin tem o dom de surpreender a cada revisão. 



Crítica

Existem filmes de ação que excedem o rótulo de cinema de ação. Isso ocorre por uma conjunção de fatores que raramente se dá. Felizmente, essa raridade se revela em Ronin (EUA 1998). Realizado com altivez e sofisticação por John Frankenheimer, aquele tipo de diretor que enobrece um filme, a fita estrelada por Robert De Niro é um achado em termos cinematográficos.
O filme começa com o personagem de De Niro (Sam, um provável ex- militar que atua como mercenário) rondando um bar nos arredores de Paris. Dentro do estabelecimento, tipos incomuns e aparentando nacionalidades distintas. Aos poucos, vamos descobrindo aquele mistério em particular. Um grupo deseja roubar uma mala, que contém material desconhecido, de outro grupo. Esse primeiro grupo contratou um time de mercenários através de um intermediário. Logo percebemos que os personagens sabem tanto quanto nós. Ou até menos.
Frankenheimer constrói Ronin com tensão genuína com elementos que remetem aos clássicos da espionagem que o próprio dirigiu como Sob o domínio do mal (1962) e Operação França 2 (1975). Os tiroteios são realistas e insidiosos, as cenas de perseguição são maravilhosamente filmadas e os diálogos surgem como balas.
Ronin não é subserviente ao previsível. Após esse grupo de mercenários, dos quais além de De Niro fazem parte Jean Reno, Sean Bean, Stellan Skarsgard, Natascha McElhone e Skipp Sudduth, roubar a mala, uma sucessão de entreveros se apresenta. Traições passam a ser uma constante e a forma como o filme irá se resolver passa a ser uma atração assediada prontamente pela ansiedade.
Robert De Niro empresta seu indefectível charme como o hitman de moral indesviável e ajuda a fazer de Ronin um entretenimento ainda mais classudo. O cinema de pedigree idealizado por Frankenheimer não o seria sem a contribuição do ator.

4 comentários:

  1. John Frankenheimer foi um dos bons diretores do gênero, que misturava com eficiência e realismo ação com histórias bem trabalhadas.

    Pena que o grande Robert De Niro nos últimos tenha feito algumas escolhas ruins.

    Abraço

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  2. Ronin é o tipo de filme que sempre paro para assistir quando está reprisando na tv.

    Um filme de pura ação e adrenalina, com um ótimo enredo e grande elenco, destaque (é óbvio) para Robert De Niro, em um de seus últimos bons papéis de ação.

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  3. Vi esse filme há tempos, gosto muito da perseguição com os "carrões"
    Show!

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  4. Hugo: Disse tudo quanto ao Frankenheimer Hugo. E calma, De Niro voltará a colaborar com Scorsese...
    abs

    Película criativa: Concordo plenamente!
    Bjs

    Marcelo: E quem não gosta?
    Abs

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