sábado, 11 de setembro de 2010

Cantinho do DVD

Dario Argento é um dos diretores italianos mais importantes do Adicionar imagemcinema. Como seu país produziu figuras como Frederico Fellini, Argento acabou sendo negligenciado por ser um diretor mais afeito ao gênero de terror. Até mesmo nessa seara, a crítica preferiu reverenciar George Romero, o homem que definiu o conceito de zumbi no cinema, a erguer Argento a seu lugar de direito. Claquete joga luz na filmografia desse cineasta maldito a partir de seu último trabalho, lançado diretamente em DVD tanto no Brasil quanto nos EUA. Giallo é um filme proposital. Explica-se: É daqueles filmes em que o diretor dialoga com sua base. Com quem o entende e com quem entende daquilo que ele está falando. Ou seja, cinema. Não é um filme notável, mas é notável o que Argento faz com ele.


Ficha técnica:
Nome original:
Giallo
Direção: Dario Argento
Roteiro: Dario Argento e Sean Keller
Elenco: Adrien Brody, Emmanuelle Seigner, Elsa Pataky
Gênero: terror/suspense
Duração: 90 min
Estúdio: Opera production/ Califórnia filmes
Status: Disponível em DVD e Blu-ray para venda e locação
Sell thru (preço médio):
DVD simples = R$ 19,90
Blu-ray = R$ 59,90




Crítica

Existem cineastas que fazem muito com pouco. Não é todo gênio louvado pela crítica que consegue fazer isso. É um entrincheiramento natural. Não basta ser um gênio, é preciso ser um gênio com extremo domínio da linguagem cinematográfica e sua pluralidade de estilos e narrativas. O italiano Dario Argento é um desses gênios. Sua mais recente produção, Giallo - reféns do medo (Giallo EUA/ITA 2009) é daqueles filmes que você já viu tudo antes, mas - ainda assim - se apresenta como uma experiência cinematográfica nova e arguente. Na trama, Adrien Brody vive um policial que tenta elucidar um caso de serial killer enquanto lida com a pressão de uma familiar da mais recente vítima desaparecida e com os próprios traumas reavivados pelas circunstâncias. Todos os elementos caros ao cinema do gênero estão lá. Desde o detetive fumante compulsivo até as peculiaridades do assassino em questão.
O grande mérito de Argento é, em um primeiro momento, realizar um filme que interesse amplamente ao fã do gênero e também ao espectador ocasional. A cada um o diretor oferece mimos. Sejam as diversas referências ao cinema de horror ou a pornografia de algumas cenas de violência. Argento também costura os clichês de forma admirável convergindo para um final que brinca com as expectativas da audiência. A fórmula é tão consagradora que o público corre o risco de nem reparar nos sutis comentários do realizador. Como a aproximação (até mesmo física) que ele faz entre as figuras do assassino e de seu perseguidor.
Giallo - reféns do medo é, em sua simplicidade, uma aula de condução de narrativa. Nem tanto pelo desenvolvimento dos personagens, esses nunca se largam dos estereótipos, mas de como alcançar os efeitos desejados quando e da maneira pensada. Argento mostra que cinema, em sua plenitude, prescinde de grandes orçamentos.

Argento orienta Emmanuelle Seigner no set de Giallo: o diretor italiano brinca com clichês

6 comentários:

  1. Mesmo conhecendo a fama de Argento, ainda não vi nenhum filme seu. Este, 'Giallo' me pareceu bem interessante...Vou procurar!

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  2. Gosto do Argento e de fato ele é ofuscado.
    Conheço pouco de sua filmografia. Gosto do trabalho da filha dele Asia, como atriz.

    Ao menos ele é amigo do Romero e a segunda parte da saga dos mortos-vivos tem colaboração dele. É muito divertido: Despertar Dos Mortos!
    Ele tem outro filme que teve continuação (se não me engano) é dele 'Demônio', vi na Livraria Cultura, mas fiquei na dúvida agora se é filme dele...vou procurar.

    Abraços
    Rodrigo

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  3. Mais um para tirar o atraso Alan... abs

    Rodrigo: Sua dúvida é contagiosa. Tb fiquei empacado nela. Mas desconfio que seja dele mesmo. Já vi alguns filmes de Argento e fiquei boquiaberto com todos. É um grande narrador. Acho-o, dentro do gênero do terror, melhor do que Romero. Romero teve mais felicidade, por assim dizer. Embora seja ele, também, um cineasta sub-reconhecido. ABS

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  4. Puxa, Reinaldo!

    Já deparei várias vezes com esse DVD, mas nunca tive a curiosidade de pesquisar um pouco sobre seu diretor. Confesso que, se o destino me proporcionar outro encontro casual daqueles, não mais hesitarei em adquirí-lo.

    P.S.: Também concordo com a máxima "..cinema, em sua plenitude, (NÃO) prescinde de grandes orçamentos." Não era isso que querias dizer?!


    vlw msm!!!
    Um abração, meu amigo!
    ;)

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  5. Cássio: Conheça Dario Argento. Vale a pena. Domina a linguagem cinematográfica com maestria. Esse é um filme oportuno para se notar isso.
    Quis dizer prescinde mesmo. No sentido de renunciar. De deixar de lado. De abster-se. Ele mostra que o cinema em sua plenitude não necessita de grandes orçamentos.
    Grande abraço!

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  6. Ah... claro!
    Desatenção a minha, devo ter confundido "prescinde" com "precisa"...
    hahahahaha
    Tudo certo, então.
    ;)

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