terça-feira, 28 de setembro de 2010

Panorama - Um domingo qualquer


O universo esportivo é rico na produção de metáforas. Tanto em um viés positivo quanto negativo. Oliver Stone, polêmico e insidioso como é, não poderia deixar de mexer com uma das grandes paixões do americano quando se trata de esporte: o futebol americano e toda a indústria que o cerca. Esse é o tema de Um domingo qualquer (Any given Sunday, EUA 2000), filme que conta com grande elenco (inclusive um ainda desconhecido Jamie Foxx).
Aqui ele joga luz em diversos pontos. No treinador (Al Pacino) que precisa fazer o time vencer e para isso precisa apaziguar egos e lidar com uma proprietária (Cameron Diaz) que entende serem as prioridades administrativas diferentes das prioridades esportivas. Há ainda a estrela ascendente (Jamie Foox) com um comportamento “padrão Neymar” e a estrela decadente (Dennis Quaid). Em comum em todos esses esquadros, o alto teor competitivo tão comum na sociedade americana. Um domingo qualquer, embora penetre os bastidores do esporte em questão, não é um filme esportivo. É um filme que ataca o corporativismo inerente ao esporte. Obviamente há concessões narrativas. Há vibrantes vitórias e cenas edificantes como manda o figurino, mas o interesse de Stone não é verter lágrimas em sua platéia. O que ele objetiva com Um domingo qualquer é doutriná-la de que o que se vê por trás das cortinas do espetáculo não é algo tão edificante quanto surge na tela da TV (ou do cinema). É um fluxo massacrante de interesses, egos, dinheiro e muitas outras coisas antes de amor à camisa.

2 comentários:

  1. Você fez uma ótima comparação entre o personagem de Jamie Foxx e o garoto Neymar. Os ingredientes são idênticos ao que acontece no nosso futebol, com muita sujeira embaixo do tapete.

    Abraço

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  2. Hugo: Obrigado Hugo. E vc está certíssimo. Abs

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