segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

ESPECIAL SIMPLESMENTE COMPLICADO - O que afinal é complicado?

A fórmula é tão perfeita que chega a causar calafrios. Como fazer uma comédia sobre pessoas maduras, relacionamentos amorosos e suas idiossincrasias de maneira salutar e sofisticada? Nancy Meyers já domina essa arte há muito tempo. Há 7 anos lançou o divertido, inteligente e muito elogiado Alguém tem que ceder que guarda muitas semelhanças com seu novo projeto. Ambos têm uma leading lady brilhante e já na terceira idade. Ambos capturam sua personagem no meio de uma epifania amorosa e ambos capturam essa personagem envolta em um dilema amoroso. Simplesmente complicado pode representar um porto seguro para sua autora (comédias inteligentes com elenco estrelados e voltado para um público adulto), mas também é uma estratégia arriscada do ponto de vista financeiro e do marketing. Como vender um filme cuja premissa interessa apenas a um público que não tem como hábito frequentar o cinema assiduamente? Como não ofendê-los com presunções e clichês? Como emular a realidade sem ser moralista e cativá-los com algo que os assombra?
Nancy Meyers lançou mão de algumas estratégias certeiras.
A primeira delas foi escalar uma atriz que está acima do bem e do mal para fazer a protagonista. Meryl Streep é a pedida ideal para dar vida a uma mulher bem sucedida na fase da vida que se encontra e que se permite os prazeres da vida.
A segunda delas foi escalar dois dos comediantes mais festejados da atualidade na América, Alec Baldwin e Steve Martin, mas que quando necessário sabem segurar bem as pontas dramáticas de um personagem, como já mostraram em The cooler-quebrando a banca e Garota da vitrine, respectivamente.

Meryl Streep e Alec Baldwin em cena do filme: Diálogo com um público carente por reflexões sobre relacionamentos


Mas o maior acerto de Meyers foi manter-se fiel a sua visão. E evoluir dentro de sua obra. Depois de mostrar um homem que aprendeu a entender que o universo não gira a seu redor e que as mulheres precisam ser ouvidas em Do que as mulheres gostam, de mostrar que é possível se apaixonar pela primeira vez, mesmo quando se acredita já ter passado desse momento, em Alguém tem que ceder, e que o amor pode ser o melhor dos remédios para a baixa auto- estima em O amor não tira férias, Meyers quer mostrar agora que os vínculos entre duas pessoas são muito mais complexos do que se imagina e que nossas convicções e desejos podem mudar sim, e não há nada de errado nisso. Pelo menos no que concerne o campo amoroso.
“Eu tive um divórcio bem difícil, diz Alec Baldwin em entrevista a Entertainment weekly, “as vezes eu sento e penso que talvez, eu pudesse ter tentado mais”. A referência ao litigioso divórcio que teve com a atriz Kim Basinger demonstra que Meyers acertou no ponto, conquistou seus atores e tem uma platéia ávida por inflexões sobre o tema no cinema.

7 comentários:

  1. Nancy Meyers que fez Alguém tem que ceder, do que as mulheres gostam e o amor não tira féris?????

    São todos filmes ótimos!!! Como que eu não sabia disso????

    Abraço.
    Vou pesquisar mais dela!!! hehhe

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  2. E fique ligado no Especial Simplesmente Complicado que vc vai descobrir muito mais sobre Nancy Meyers. ABS

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  3. Reinaldo, Simplesmente complicado é simplesmente fantástica. Dei muitas risadas e, assim como Alguém tem que ceder, é realmente uma comédia madura e muito válida para mulheres e homems de todas as idades. Sabe aquela comédia que dá vontade de asssitir 2, 3 x no dia? haha... pois é, é isso o que sinto com esta comédia.

    A idéia de Nancy Meyers em colocar uma "recaída" entre os personagens de Streep e Baldwin foi tão realista, pois existem casais que se separam e nem sabe porque se separam, muito em virtude do comodismo e da falta de comunicação. Esta inversão da ex-esposa que vira amante com benefícios é tratado com muito bom humor.

    Simplesmente Complicado é divertida e sensível sem deixar de ocultar o racional dos dramas de amor e separação maduros. Eu estou apaixonada por este filme e pretendo revisá-lo em breve. Assistí-lo uns trilhões de vezes. beijo!

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  4. É isso aí madame. É por essas e outras que adoro Nancy Meyers. E o especial sobre o filme, está apenas começando aqui em Claquete. Bjs

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  5. Olha, eu achei esse filme simpático, mas repleto de falhas... se não fosse pela Meryl, a produção ia ser completamente aborrecida.

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  6. Que bom vê-lo aqui novamente Matheus. Fiquei curioso para saber as falhas que vc encontrou nesse filme Matheus. Acho que é aquele tipo de filme que não precisa ser perfeito. ABS

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  7. Também fiquei curiosa para saber sobre as falhas. O filme é tão simpático que se tiver falhas estas ficam em segundo plano. abs!

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