quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Critica - O fim da escuridão

Um filme cheio de qualidades!


Mel Gibson em cena de O fim da escuridão



Mel Gibson havia dito há alguns anos que tinha perdido o tesão de atuar e que só voltaria para frente das câmeras quando pusesse as mãos em um roteiro maravilhoso. Pois bem, O fim da escuridão (Edge of darkness, EUA 2010) tem como grande hype, sem dúvida alguma, o retorno de Mel Gibson, afastado como leading man desde Sinais (2002), mas é um thriller policial encorpado, inteligente e muito mais proeminente do que se poderia supor. Essas qualidades mostram que Gibson não estava jogando para a platéia.
No filme, Gibson vive Tomas Craven, um veterano policial de Boston que não cultiva laços estreitos com sua filha. Após ela ser assassinada brutalmente, ele lança-se em uma investigação para tentar elucidar o caso. Posto dessa forma, O fim da escuridão parece ser mais um thriller convencional desses que Hollywood produz aos montes. E é justamente aí que está diferença. O filme, dirigido pelo cada vez melhor Martin Campbell (007 –Cassino Royale) e roteirizado pelo vencedor do Oscar William Monaghan (Os infiltrados e Rede de mentiras), valoriza os diálogos em detrimento da ação, embora esta seja vigorosa. A trama que remonta a mais uma teoria conspiratória, não se pretende denuncista; constrói-se como o mais fino e bem arredado entretenimento.


Ray Winstone brilha na pele de um assassino tão enigmático quanto existencialista

Os atores estão especialmente aprazíveis. Mel Gibson mostra forma invejável e permanece com seu carisma inabalável. É muito bom vê-lo de volta ao seu jogo. Mas o grande destaque nesse departamento recai sobre Ray Winstone. O inglês, que herdou um papel que seria de Robert De Niro, está magnético como um enigmático hitman que segue de perto os passos de Craven. Um assassino frio e calculista que cita grandes pensadores como Fitzgerald e Diógenes e transborda existencialismo. Há uma cena, em espacial, que os personagens de Winstone e Gibson se questionam mutuamente. É um momento cinematográfico poderoso. Daqueles que não surgem em um filme de ação qualquer. O primeiro filme de 2010 a chegar aos cinemas brasileiros é um filmaço. E mostra que Mel Gibson continua o máximo, a despeito das muitas rugas em seu rosto.

8 comentários:

  1. Sinceramente, esse filme só valeu para mim pela oportunidade de rever Mel Gibson como ator após alguns anos e pelas ótimas cenas de ação! Agora, no resto do tempo, fiquei incomodada mesmo com os vários furos de roteiro.

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  2. Ka: Furos no roteiro tem. Mas não acho que seja o tipo de filme que devemos nos importar com isso. A teoria da conspiração está na moda (de novo)e vc já viu alguma teoria da conspiração que não seja furada? Gibson e Winstone estão ótimos na minha opinião e o argumento da história é bom sim. Entretém. Acho que é tudo que se pode pedir desse filme. Entretenimento. Bjs

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  3. Oi meu querido Reinaldo,
    Que bom saber que o filme passou no seu selo de qualidade (rs), assim sinto-me confortável para gastar meu dinheirinho e ver Mel Gibson mais enrugadinho (ácido retinóico nele) rsrs...
    Eu não tinha percebido que o roteiro era de William Monaghan, hmmm, preciso assistir este filme asap. bjs!

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  4. rsrs
    Obrigado pela deferência madame. Pois é, o filme sim uma boa pedida e Mel, com ácido ou sem ácido, continua muito bom. Bjs

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  5. Parece ser um bom filme de ação e, também, vai valer pela volta de Mel Gibson na atuação. À conferir.

    Beijos! ;)

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  6. Confere sim que vc vai gostar Ma. É como se diz por aí, entretenimento de qualidade. Bjs

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  7. Oi Reinaldo, agora que já assisti ao filme ontem, volto aqui para comentar sobre sua ótima observação sobre o trabalho de Winstone e Mel Gibson. Gostei muito deste Winstone, sujeito peculiar e muito preciso nas falas.

    Fico feliz que concordamos com este ponto que me parece a relevância do filme. Fiquei com mais saudades de Mel Gibson, espero que ele volte em breve com um roteiro que o mereça.

    bjs!

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  8. Cariocaaa!!! Talvez por mero acaso assisti O Fim da Escuridão sábado passado, digo isso porque a intenção da ída ao cinema era ver Invictus (mas tava LOTADO!), pois bem , decidimos entrar na sala do filme de Gibson. ADOREI! Eu tenho ficado apaixonada por roteiros desse tipo, que vai revelando um pouco de cada vez ma com muita emoção. Foi uma grata surpresa! By the way, Claquete está cada vez melhor! = ) Parabéns.
    BeijoCAs

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