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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Oscar Watch 2013 - A peleja dos atores coadjuvantes

Da esquerda para a direita: Alan Arkin (Argo), Tommy Lee Jones (Lincoln), Philip Seymour Hoffman (O mestre), Christoph Waltz (Django livre) e Robert De Niro (O lado bom da vida)



O filho pródigo

Há quem diga que é do Oscar resgatar carreiras do esquecimento, mas Robert De Niro – fora do rol de indicados desde 1992 – não se encaixa exatamente na definição de resgate. Ainda assim, críticos concordam em apontar que sua performance como um homem com transtorno obsessivo compulsivo na figura do patriarca do clã Solitano em O lado bom da vida é seu melhor momento no cinema em mais de uma década. De Niro não deve ganhar, mas aos 69 anos, voltar ao Oscar já é uma vitória.

Prós:
- Faz parte do elenco mais prestigiado pela Academia em 31 anos com indicações em todas as categorias de atuação
- É uma lenda viva do cinema, ao contrário de seus rivais na categoria
- O fato de todos os concorrentes da categoria já terem um Oscar, pode fazer com que “o voto sentimental” em De Niro ganhe força
- É uma atuação sutil e comedida de De Niro, ultimamente visto em personagens mais histriônicos

 Contras:
- Em uma categoria em que todos os concorrentes já tem um Oscar, De Niro já tem dois
- A pecha de que a indicação duas décadas depois da última nomeação já é um prêmio em si
- Em uma disputa acirrada na categoria no ano, De Niro ainda não ganhou nenhum prêmio dos principais termômetros do Oscar, ao contrário de alguns de seus concorrentes
- É uma atuação sutil e comedida de De Niro, ultimamente visto em personagens mais histriônicos
- O fato de Jennifer Lawrence, companheira de elenco, ser favorita ao Oscar em sua categoria pode afugentar votos resistentes a premiar dois atores do mesmo filme 

Sétima indicação
Indicações anteriores
Ator coadjuvante por O poderoso chefão – parte II (1975)
Ator por Taxi driver (1977)
Ator por O franco-atirador (1979)
Ator por Touro indomável (1981)
Ator por Tempo de despertar (1991)
Ator por Cabo do medo (1992)

Vitórias anteriores:
Ator coadjuvante por O poderoso chefão – parte II (1975)
Ator por Touro indomável (1981)

O mestre

Há um consenso em Hollywood que apenas um Oscar é pouco para dimensionar o talento de Philip Seymour Hoffman. A questão que se coloca é se 2013 seria o ano ideal para lhe outorgar um segundo Oscar. Afinal, não faz tanto tempo assim que ele ganhou; foi em 2006 por Capote. Como o controvertido líder de uma seita emergente em O mestre, Hoffman brilha intensamente e espreme a Academia com a dúvida: Se dermos um segundo Oscar para ele agora, quando teremos que lhe conceder o terceiro?

Prós:
- Dos indicados, é quem ostenta o nível mais exacerbado em qualidade de atuações na média de seus trabalhos
- É o personagem mais complexo dentre os defendidos pelos indicados e o que oferece mais campo para o ator criar
- A percepção dominante que é preciso lhe premiar novamente
- É um ator simpático e querido por todos. Isso conta muito em uma disputa tão parelha como a de 2013
-Seu personagem tem mais tempo em tela do que o de alguns de seus concorrentes
- É o único do elenco do filme que foi indicado em todas as premiações majors da temporada
- Ganhou o Critic´s Choice Awards

Contras:
- Seu primeiro Oscar é relativamente recente
- É o único dos indicados que não defende um filme indicado ao Oscar de melhor filme
- Defende um personagem, ainda que carismático, pouco simpático. Diferentemente de todos os seus concorrentes que defendem personagens mais simpáticos
- A frequência com que vem sendo indicado ao Oscar pode fazer com que eleitores deem preferência a algum ator mais ocasional
- Já teve atuações melhores não premiadas, ou sequer indicadas, ao Oscar

Quarta indicação
Indicações anteriores
Ator por Capote (2006)
Ator coadjuvante por Jogos do poder (2008)
Ator coadjuvante por Dúvida (2009)

Vitória anterior
Ator por Capote (2006)

Sempre bom

Tommy Lee Jones assumiu o favoritismo na disputa com a vitória no SAG. Seu papel, de um abolicionista ferrenho em Lincoln, é do tipo que pede prêmios. Jones, a seu favor, ainda ostenta a aura de ator sempre confiável e eficiente em cena. Diferentemente do contemporâneo Robert De Niro, apresenta uma ou outra performance elogiada pela crítica em intervalos de tempo mais curtos. É um ator daqueles que dá medo, mas também, que clamam pelo nosso olhar. Essa energia pode ser decisiva na disputa.

Prós:
- Está no elenco do filme recordista de premiações na temporada e favorito no Oscar
- Defende um papel talhado para prêmios
- Afora De Niro, é o concorrente cujo Oscar foi vencido há mais tempo
- Ganhou o SAG e isso pode valer os votos de eleitores indecisos em uma disputa tão acirrada

Contras:
- A ideia de que faz sempre variações do mesmo personagem pode lhe roubar votos
- Muitos podem entender que seu personagem é mais mérito do texto de Tony Kushner do que seu
- Não é o tipo mais simpático e como o Oscar é um prêmio em que o marketing impera...

Quarta indicação
Indicações anteriores
Ator coadjuvante por JFK – a pergunta que não quer calar (1992)
Ator coadjuvante por O fugitivo (1994)
Ator por No vale das sombras (2008)

Vitória anterior
Ator coadjuvante por O fugitivo (1994)


Finesse

Alan Arkin demorou a ser reconhecido pelo Oscar. O foi quase que por acidente, devido à rejeição a estratégias erradas adotadas por Eddie Murphy favorito em 2007 por Dreamgirls. De qualquer jeito, o prêmio por Pequena miss Sunshine foi justo para um ator que na presente fase de sua carreira, agora tem 78 anos, descobriu os personagens mais saborosos para interpretar como o produtor de cinema cheio de marra de Argo, pelo qual concorre pela quarta vez à estatueta. Arkin foi um dos primeiros nomes a emergir como certeza na lista. Uma prova da eloquência de seu trabalho nesse momento da carreira.

Prós:
- Entre muitas incertezas durante a fase inicial da temporada de premiações, sempre foi tido como certo entre os concorrentes na categoria
- Argo é o filme mais premiado da temporada. Ele pode se beneficiar desse buzz
- Faz um produtor de cinema que se alinha como alívio cômico do filme. É o responsável pela atuação mais leve entre os indicados. O vencedor do ano passado, Christopher Plummer por Toda forma de amor, também defendia a caracterização mais leve
- O fato de que os outros concorrentes que ganharam Oscar recentemente serem mais novos do que ele. O conservadorismo de setores da academia pode jogar a seu favor em um eventual “critério de voto minerva”

Contras:
- Não ganhou um prêmio sequer na temporada, o que diminui suas chances
- O fato de ter ganhado seu Oscar há pouco tempo
-Ter relativamente menos tempo em tela do que todos os seus concorrentes
- Ser o menos “famoso” dos concorrentes

Quarta indicação
Indicações anteriores
Ator por Os russos estão chegando! Os russos estão chegando! (1966)
Ator por Por que tem de ser assim? (1968)
Ator coadjuvante por Pequena miss sunshine (2007)

Vitória anterior
Ator coadjuvante por Pequena miss Sunshine (2007)


O europeu tranquilo

Christoph Waltz rende diferente sob as rédeas de Quentin Tarantino. Todo mundo já percebeu isso. Mas a sofisticação do ator e sua elegância na composição de qualquer personagem constituem um perfil de intérprete que a academia costuma apreciar. Como um europeu civilizado em meio a americanos bárbaros em Django livre, Waltz obtém sua segunda indicação ao Oscar. Não é o assombro que causou com Bastardos inglórios, mas é o tipo de performance “come quieto” que derruba favoritos. Em um ano sem favoritos declarados...

Prós:
- A lembrança ainda vívida de seu trabalho em Bastardos inglórios
- O fato de ser quem tem mais tempo em tela entre todos os concorrentes na categoria
-Ganhou o Globo de ouro
- Defende uma atuação que combina toques dramáticos a arranjos humorísticos

 Contras:
- A lembrança ainda vívida de seu trabalho em Bastardos inglórios
- O fato de ter ganhado o Oscar há três anos
- Não entrou na lista do SAG
-Está em um filme com relativamente poucas chances na categoria principal, ao contrário de três de seus concorrentes
-Muitos europeus têm ganhado o Oscar em categorias de atuação nos últimos tempos, inclusive o próprio Waltz
- A Academia não costuma premiar novamente atores em período tão curto, ainda mais se tratando de um que alcança agora sua segunda indicação
- É o candidato com menos indicações entre os concorrentes

Segunda indicação
Indicação anterior
Ator coadjuvante por Bastardos inglórios (2010)

Vitória anterior
Ator coadjuvante por Bastardos inglórios (2010)



terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Oscar Watch 2013 - Cenas de cinema especial: Globo de ouro 2013


We miss you Rick

Não que a performance de Amy Poehler e Tina Fey tenha sido decepcionante. Elas são ótimas e garantiram o entretenimento. Mas também deixaram claro que Rick Gervais é mesmo insuperável em matéria de host na atualidade...

WTF moments
O que mais marcou a 70ª cerimônia do Globo de Ouro foi a saraivada de gafes na cerimônia. Do apagão no teleprompter que deixou Paul Rudd e Salma Hayek em maus lencóis ao nervosismo de Anne Hathaway que quase não deixou os produtores de Os miseráveis agradecerem o prêmio que tinham acabado de ganhar, passando pelo ex-espião da CIA Tony Mendez que, também nervoso, mostrou dificuldades de apresentar o indicado a melhor filme Argo, baseado em sua incrível façanha e pelo discurso de Jodie Foster que deixou todo mundo com a pulga atrás da orelha.

WTF moments II

Por falar nesse discurso, a homenageada com o prêmio Cecil B. DeMille por um momento parecia que ia anunciar sua homossexualidade, especulada pela imprensa há anos. Em outro, parecia anunciar sua aposentadoria da atuação. No fundo, era apenas uma crítica a cultura de celebridades e a forma como as mulheres são tratadas no mundinho de Hollywood. Foster, que estava nitidamente “alegre”, teve que explicar seu discurso no backstage. Mas conseguiu arrancar lágrimas de quem estava também “alegre” antes disso.

... e já que o clima é de confidências
Kevin Costner, que ganhou o prêmio de melhor ator em minissérie ou filme para a TV pela produção do History Channel Hartfield & McCoys, resolveu abrir o coração. Lembrou-se da primeira vez que compareceu à cerimônia do Globo de ouro, fez um rápido flashback da carreira (que pode se reabilitar depois desse prêmio) e em tom nostálgico agradeceu a todos pela carreira, pelo momento e pelo cinema.

Argo fucked?
É por essas e outras que o Oscar é Oscar! Ben Affleck não soube conter a cara de surpresa e choque quando viu seu nome anunciado como o melhor diretor do ano no Globo de Ouro. A vitória, que ganhou contornos de improvável depois de sua ausência na lista do Oscar, mostra a ruptura cada vez mais flagrante entre Oscar e Globo de Ouro. Com o Oscar reconhecendo cada vez mais um cinema artístico e a HFPA o cinema de indústria. No final das contas, a temporada não está sendo tão ruim assim para Affleck. Ele já ganhou mais do que outros diretores, como, por exemplo, Kathryn Bigelow e Tom Hooper, igualmente esnobados pelo Oscar.

Ben Affleck vibra: não tão mal assim na fita...


Não quer dizer nada
Agora, a vitória de Argo em linhas gerais não significa nada em termos de Oscar. A consagração do filme, porém, pode lhe impulsionar na disputa de melhor filme do ano. Mas a vitória, sem a nomeação de diretor, segue altamente improvável.

Surpreso de verdade
Bateram tanto em Django livre nos últimos dias, que ninguém da equipe do filme julgava possível conquistar prêmios na noite de domingo. Christoph Waltz, que ganhou o prêmio de ator coadjuvante, não soube disfarçar a surpresa com a vitória. Waltz, emocionado e sem discurso preparado, engrandeceu Tarantino.

Surpreso de verdade II
Premiado pelo roteiro de Django livre, Tarantino também demonstrou surpresa. “Realmente não esperava isso”. Ele aproveitou o holofote para defender seu método de criação e, no seu tradicional estilo espalhafatoso, louvou sua concorrência na categoria. 

A Harvey com amor
Pode não ter sido a vitória que ele se habituou a ter no Globo de Ouro, mesmo assim, os filmes distribuídos por Harvey Weinstein fizeram bonito na cerimônia realizada no Bevely Hilton Hotel. Django livre e O lado bom da vida conquistaram estatuetas e coube a Jennifer Lawrence massagear o ego do titã do marketing: “Obrigado Harvey por matar quem você teve que matar para me colocar aqui em cima”. Novos tempos!

Os perdedores e Tommy Lee Jones
Há sempre um fetiche das transmissões de premiações pelo flagra no rosto dos perdedores no momento em que o vencedor é anunciado. É quase tão orgânico que vez ou outra se perde a reação de alguns vencedores. No Globo de Ouro 2013, a TV flagrou o descontentamento de Bradley Cooper, que talvez achasse que fosse ganhar em virtude do bom momento de seu filme na temporada de premiações, e Taylor Swift que deveria saber que não tinha vez contra Adele.
No entanto, o melhor “flagra” da noite foi quando a câmera encontrou a face imutável de Tommy Lee Jones enquanto Will Ferrell e Kristin Wiig faziam uma piada com sua parceira de cena em Um divã para dois, Meryl Streep. O rosto de Jones estava tão assustador que o câmera, com medo, foi flagrar outra coisa...



Streep, sempre Streep
Indicada, Meryl Streep não pôde comparecer à cerimônia por causa de uma gripe. Isso não quer dizer que não tenha sido uma referência vivaz e contínua no evento. Desde brincadeiras no monólogo inicial à piada de leve da vencedora do Globo de Ouro de melhor atriz em comédia Jennifer Lawrence: “Eu venci Meryl Streep”.

sábado, 13 de outubro de 2012

Crítica - Um divã para dois


Driblando a rotina

A reedição da parceria entre David Frankel e Meryl Streep, que emplacaram o grande sucesso O diabo veste Prada em 2006, apresenta uma comédia terna e bem intencionada sobre os rumos de um casamento duradouro e, principalmente, sobre o esforço para resgatá-lo da rotina. Um divã para dois, título nacional algo boboca para Hope Springs (EUA 2012), mostra a história de Kay (Streep) e Arnold (Tommy Lee Jones). Depois de 31 anos de casamento, eles se encontram engessados em um casamento sem intimidade e assombrado por uma rotina entediante – principalmente para Key. Parte dela a iniciativa de se submeter a uma terapia de casal intensiva na cidadezinha que batiza originalmente o filme. Arnold aceita com aquela (in) disposição tão característica de maridos contrariados.
O forte do filme acaba sendo as sessões com o Dr. Feld (Steve Carell) em que os atores se veem na contingência de alternar momentos de humor com outros de tensão ou drama. Ainda que Frankel não demonstre a mesma habilidade que detém para construir cenas cômicas nos momentos dramáticos, Jones e Streep – seguros e dedicados à verdade de seus personagens – compensam qualquer deficiência.
A trama se desenvolve com ternura e respeito pelos personagens. Esse é o maior acerto de Frankel. Não permitir que os clichês – indesviáveis em um filme que é, antes de qualquer coisa, uma comédia – atropelem a evolução dos personagens.
O bom texto de Vanessa Taylor não minimiza o valor da terapia, nem desobstrui os percalços do casal para que a relação amorosa volte a brilhar. É um acerto estratégico e que transforma esse filme maduro em uma opção valiosa em uma temporada de filmes desprovidos desse norte moral.
Um divã para dois, com suas ambições comerciais comedidas, se liberta para ser o espelho de um público que começa a encontrar mais respaldo na produção cinematográfica atual. A própria Meryl Streep foi protagonista de Simplesmente complicado, há três anos. Filme que desentranhava estereótipos e mostrava que as relações amorosas não expiram aos 40 anos. Elas evoluem e novos dilemas se apresentam com o passar dos anos. É novamente Meryl Streep quem capitaliza com a contemplação deste público no cinema. Justamente por isso, o diálogo entre os filmes arroja tão naturalmente. Mas é Tommy Lee Jones quem mais brilha nesse bem alinhado divã.  

sábado, 5 de novembro de 2011

Cantinho do DVD

Filmes sobre crise financeira geralmente seguem por dois caminhos: são estritamente técnicos, afastando qualquer possibilidade de envolvimento da platéia com os personagens ou circunstâncias; ou apelam às emoções para cativar o público e relevam a segundo plano a matéria prima da película em questão. A grande virada, destaque da seção Cantinho do DVD desta semana, consegue arejar esse conceito. O filme, escrito e dirigido por John Wells, é uma parábola vigorosa dos efeitos da última crise financeira de grande porte que o mundo testemunhou a partir de 2008. Com outra crise dobrando a esquina, o filme parece uma boa pedida.



Crítica
Um filme pungente e que elabora muito bem as relações de poder. Essa é uma boa definição de A grande virada (The company men, EUA 2010), filme que marca a estréia na direção de longa metragens de John Wells. O criador da série E.R também assina o roteiro que se desdobra sobre os efeitos da crise econômica de 2008 em uma empresa e, mais especificamente, na vida de um punhado de personagens ligados a ela. Robert Walker (Ben Affleck) é demitido logo no começo do filme. Seu emprego se vai junto com o de outras três mil pessoas. “Nós trabalhamos para os acionistas”, justifica James Salinger (Craig T. Nelson), presidente da empresa, para Gene McClary (Tommy Lee Jones), diretor do departamento afetado pelos cortes.
Antes do término de A grande virada haverá novos cortes. O filme é um retrato prolífero das entranhas da crise no contexto sócio econômico americano. Como ela afetou a vida de diferentes famílias de diferentes classes sociais. Mas não é só. O longa de Wells também faz um estudo rico das relações de poder. Como elas se sobrepõem a amizade e mesmo aos laços familiares. O núcleo encabeçado por Affleck é uma boa ilustração disso. O personagem, que ganhava - fora bônus - cerca de U$ 120 mil anuais, não aceita a súbita mudança de padrão de vida. É aí, em contraste com a angústia experimenta por Gene, que o mais rígido comentário da realização se erguerá. O próprio Gene, que vai contra os interesses da empresa, demitido, separa-se da mulher que representa algo que para ele não faz mais sentido.
A grande virada é um filme de elipses e por isso exige atenção. É um filme, também, de refinado trato. Embora circunde questões econômicas, e demanda familiaridade do espectador, versa sobre humanidades.  
Chris Cooper faz um personagem um tanto emblemático. Aliás, todos o são. Até o caso extra-conjugal de Gene com a responsável pelo RH da empresa (Maria Bello) o é. Estão ali escondidas metáforas de como a América lida com uma crise cruel, inesperada e que redefiniu prioridades para muitos. Mas é o Phil Woodward de Chris Cooper, em grande atuação, que expõe uma ferida de difícil cicatrização. Ao sublinhá-la, Wells não ataca o capitalismo. Apenas põe em relevo suas incoerências e incontinências. Um filme sobre crise e poder não poderia ser mais objetivo naquilo que se propõe. O final otimista não disfarça a conclusão de que são nas crises que nos descobrimos mais humanos. Pelo menos a maioria de nós. 

sábado, 28 de novembro de 2009

De olho no futuro...

Depois de Eclispe

Com os vultosos dólares que Lua nova recolhe nas bilheterias e com a estréia do terceiro filme da saga, Eclipse, marcada para junho de 2010, a Summit entertainment e o produtor Wyck Godfrey já pensam em Amanhecer. E eles não querem saber de largar o osso. A idéia aventada por Godfrey e que circulou na mídia essa semana versa sobre uma possível divisão do livro em dois filmes, tal qual ocorre com o último ato de outra saga que migrou dos livros para o cinema, Harry Potter. Não há ainda um posicionamento oficial do estúdio a respeito, Godfrey assegura que antes de pensar em dividir o livro, precisa ter o roteiro em mãos. Então tá!

Todos anseiam por Nine

Conforme vimos na matéria sobre as certezas da temporada de prêmios que se aproxima, Nine é um dos filmes mais esperados desse fim de ano. Essa semana foram divulgados alguns cartazes do filme. Todos de tirar o fôlego. Fazendo coro ao plot do filme, sobre as crises criativas e existenciais de Fellini, o slogan conclama: “Nesse fim de ano, seja italiano”.


Daniel e o dream team feminino: E Daniel Day Lewis ganhou para fazer esse filme...

2010 já começou para as revistas de cinema
2009 ainda não acabou, mas tem muita gente que já “vive” 2010. Inclusive as revistas de cinema e entretenimento que procuram antecipar os principais lançamentos do ano que vem aí. Uma das principais revistas de cinema do mundo, a Empire, traz em sua capa de dezembro, um dos principais lançamentos do ano que vem, Homem de Ferro 2. O filme tem tudo para superar a ótima fita de 2008. Com elenco maior, mais dinheiro e mais expectativa, Homem de Ferro 2, com lançamento mundial agendado para maio, capitaneia uma febre por antecipações que você verá, também aqui, em Claquete.

Para o alto e avante! Ops, herói errado...
Diferenças criativas atrasam filmagens de The Lincoln Lawyer
The Lincoln Lawyer é daqueles casos de filmes banais que podem se tornar grandes devido aos nomes envolvidos. Com roteiro escrito por John Romano (de filmes como Noites de tormenta e de séries como Dark Angel e The Beast), adaptado da obra homônima do autor americano Michael Connolly, o filme sobre um advogado que vê sua grande chance profissional ao defender um playboy e que acaba por descobrir relações entre esse cliente e antigos casos, poderia ser um suspense b, não fosse o nome de Tommy Lee Jones no elenco, e na direção. Jones, que até hoje só dirigiu o soberbo Três enterros de Melquiades estradas, despertara atenção para o projeto por se tratar dele sua segunda incursão na direção. Essa semana, Jones anunciou sua retirada do projeto por diferenças criativas. O ator Matthew McConaughey continua ligado ao projeto. Mas no fim das contas, quem dava um outro status ao filme era Tommy Lee Jones.


Tommy Lee faz cara de mau: Liberdade criativa ou nada feito!