segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Crítica - Missão impossível:protocolo fantasma

De tirar o fôlego, mas só!
Os grandes espaços entre os filmes da franquia Missão impossível revelam mais do que a condição de estepe para seu principal produtor e protagonista (Tom Cruise), um desgaste que nem todo o frenesi de Missão impossível – protocolo fantasma (Mission impossible: ghost protocol, EUA 2011) pode disfarçar.
O novo filme, que promove a boa estreia de Brad Bird como diretor de filmes live action, tem toda a estrutura dos grandes filmes hollywoodianos e, em certo nível, não decepciona na ação vertiginosa que propõe. Bird consegue capturar a essência da série no sentido de que há mais de uma cena em que o espectador se vê com suas emoções em estado de suspensão. Mas o novo filme só tem isso a apresentar. O que é muito pouco. Há mais humor e carisma em cena, na figura dos sempre confiáveis Simon Pegg (com mais destaque do que antes) e Jeremy Renner, mas Protocolo fantasma se empobrece na comparação com os outros filmes em todos os outros aspectos. O vilão é mal delineado e obtuso; o roteiro, além das falhas ocasionais, é cansativo; e as reviravoltas, sempre uma contingência dos filmes de espionagem, quando não são previsíveis, são totalmente anticlimáticas.
Até o terceiro filme, que até agora era o mais fraco da série, se sobrepõe com um roteiro mais aparado e um vilão mais bem desenhado.

Cruise se preparando para uma das cenas mais arrepiantes de Protocolo fantasma: muito pouco além da adrenalina...


Em Protocolo fantasma, a bem da verdade, os roteiristas tiveram que realinhar uma história calcada para ser a despedida de Ethan Hunt dos cinemas; afinal era este o tom do terceiro filme. Depois da conflituosa rescisão de contrato com a Paramount (estúdio que produz a série) era o que parecia mais certo. Apesar de apresentar manobras críveis, as soluções aventadas pelo novo filme nesse sentido se mostram pouco satisfatórias.
Na nova fita, Ethan Hunt e sua equipe (que ele não montou) se veem envolvidos em um atentado terrorista no Kremlin. As tensões entre Rússia e EUA se avolumam e Hunt terá que operar na surdina para impedir o terrorista de pôr em prática um plano ainda mais devastador. O plot é o usual e as cenas boladas para lhe dar viço dão conta do recado. Bird fabricou belos momentos, como quando Tom Cruise escala o prédio mais alto do mundo em Dubai ou quando ele e sua equipe armam uma situação com vistas a ludibriar um par de assassinos. São nestes momentos que o filme ganha fôlego e tira o da audiência.

5 comentários:

  1. É isso, muita ação, adrenalina e pouca história, hehe. O que achei interessante foi o fôlego de emendar uma complicação em outra, sem nos deixar respirar e ainda usar o humor. Mas, merecia uma história e, principalmente, um vilão melhor.

    bjs

    ResponderExcluir
  2. Reinaldo, andei sumido mas voltei, rsrs.
    Concordo que esse novo Missão Impossível não tem uma história competente nem mesmo um vilão por completo, mas toda essa adrenalina de tirar o fôlego como você disse, valeu muito pra mim. A tempos não tinha essas sensações numa sala de cinema, e Bird conseguiu me arrebatar. Gostei muito!
    Abraço

    ResponderExcluir
  3. Espero conseguir ver ainda esta semana! Agora, Reinaldo, o filme conseguiu alavancar a carreira do Cruise mais uma vez, certo?

    É o que ando lendo... Enfim...

    Até mais!

    ResponderExcluir
  4. Amanda: Concordamos muito aqui Amanda. Bjs

    Eri jr: Tb gostei do filme Eri. Quem é fã, não tem como não curti né?!
    Abs

    Alan: Pois é... o filme tem recibo críticas mistas. Em geral, melhores do que as que o filme de J.J Abrams. Contudo, o filme não deve se pagar nos EUA, o que, em linhas gerais, evita com que esse filme seja considerado o bote salva-vidas da carreira dr Cruise.
    Agora, é fato que o filme é o primeiro pavimento dessa virada. Os dois próximos trabalhos serão cruciais nesse sentido.
    Abs

    ResponderExcluir
  5. Eu gosto da série. Mas esse, para mim, foi o mais fraco dos quatro. Mesmo dentro da "fantasia tecnológica" que permeia o gênero, existe um limite lógico que é totalmente rompido na cena em que o sujeito se joga num duto de ventilação e é equilibrado no ar por um robozinho com uma placa "mágica". Muito clichê junto e pouca explicação. Vilão quase inexistente. Não é com roteiros desses que Hollywood conseguirá convencer as pessoas; mesmo aquelas que só querem se divertir.

    ResponderExcluir