segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ESPECIAL HOMENS EM FÚRIA - Crítica

Deletério!

Quando um filme tem um prólogo poderoso e insidioso como o que tem Homens em fúria (Stone, EUA 2010), você sabe que vem coisa boa pela frente. A fita de John Curran é um meticuloso estudo de personagem e, mais que isso, de personalidades. Robert De Niro dá viço a um homem cansado, rústico, retrógrado e infeliz. Esse homem tem a sintomática função de julgar se um prisioneiro está apto ou não a ser reintegrado à sociedade pela via da liberdade condicional. Edward Norton faz o prisioneiro que prefere ser chamado pelo pouco lisonjeiro apelido de Stone (algo como chapado) e demonstra ser um tipo irritadiço. A partir da convivência durante a fase de análise que antecede a soltura (ou não) de Stone é que o filme situa seus personagens para a platéia. A carga emocional destes dois homens que se posicionam cada vez mais em sentidos opostos (e não se trata de usar a lei como parâmetro).


A vida como ela é: personagens presos a suas obsessões são a matéria prima de Homens em fúria

Erra quem pensa que Homens em fúria é um suspense banal como sugerem o nome nacional e todo o marketing da distribuidora. Homens em fúria é um drama de cunho existencial que vai pincelando personagens fortes e oferece leituras que se enraízam firmemente nos conflitos vividos por esses personagens. O fato da mulher de Stone, Milla Jovovich, ser uma ninfomaníaca que se envolve com o personagem de De Niro tem menos a ver com a vontade de ajudar seu marido e mais com esse impulso destrutivo que não consegue controlar. Na mesma medida está a postura controladora e podadora do personagem de De Niro que mantém sua mulher (Frances Conroy) prisioneira em um casamento infértil. Já Stone percebe que contar mentiras e atuar no teatro social que seu papel de prisioneiro exige não lhe trará ganho real e será questão de tempo para que esteja de volta àquela mesma situação. É do intercambiamento dessas percepções – todas alçadas com sutilezas de imagens e silêncios, que Curran tece um poderoso painel sobre a razão, e a necessidade, da fé em dias como os que vivemos. Homens em fúria, no final das contas, mostra homens (no sentido de humanidade) que não sabem ao certo como controlar seus sentimentos.

19 comentários:

  1. Deve ser aqueles filmes que ganham um título inútil e que não é nada a ver com o nome e acaba enganando. rsrs. A dupla De Niro e Norton deve valer.

    Beijos! ;)

    ResponderExcluir
  2. Bom saber que é um drama de cunho existencial e nada se parece com esse título insoso. Fiquei mais interessada em conferir.

    bjs

    ResponderExcluir
  3. Então, esse filme tem entrado e saído meu radar, rsrsrs A boa notícia é que o colocou na coluninha dos "quero mto ver", rsrsrs Adoro o Edward Norton e o De Niro então, nem se fala.
    Meu receio era mais qto ao de Niro, que tem vezes que dá uma de Lima Duarte e faz um mais do mesmo, que embora não seja ruim, não entusiasma...
    Como disse uma vez, temo pelo que vc é capaz de me convencer a ver, rsrsrs

    Bjs

    ResponderExcluir
  4. Oi Reinaldo,

    Agora de volta, de vez. Que filme intrigante, mas ficou mesmo depois de ler este post que dá um tempero a mais ao filme. Que já tinha só pela presença de De Niro. Quero ver!

    PS. Bom voltar a ler seus textos. Comentarei mais vezes. Abraços!

    ResponderExcluir
  5. Mayara:A dupla vale sim, mas o filme também vive sem eles. Quanto aos títulos, neste ano as distribuidoras nacionais se superaram: Homens em fúria, O solteirão, Atração perigosa... (para ficar em outubro) bjs

    Amanda:Espero que goste. Desconfio que gostará. Bjs

    Aline:rsrs. Obrigado Aline. Pois é De Niro vem se repetindo (tal qual outros gigantes como Nicholson e Pacino), mas eu sou do time que o acha sempre aprazível... (mas aqui ele está mais comedido, vc vai ver.)
    bjs

    Fernando:Poxa Fê brigadão! Tava com saudade dos seus comentários mesmo. O filme é bom, vc vai ver.
    Abs

    ResponderExcluir
  6. Obrigado pela chance de postar minha opinião aqui Reinaldo.
    Pois é, saí ontem da sala Cinemark Shopping Pátio Higienópolis feliz por ter assistido a um filme denso e humano, mas muito irritado pelos "ah?, quê?, terminou?" de uma platéia que espera que o final fosse auto-explicativo.
    Os diálogos são muito bons, a atuação de Norton e Jojovich está acima da média. Destacaria tb o papel da mulher do personagem do de Niro (perdoe-me a falta de preparo pra escrever aqui). Ela retratou muito bem a mulher aprisionada por uma escolha mal feita. Abraços

    ResponderExcluir
  7. Renato Casemiro: Obrigado por seu comentário Renato. Realmente esse é um problema sério. Esse estado de perplexidade também ocorreu na sessão que eu assisti. Vivemos tempos em que o público tem preguiça de pensar. De formar opinião. De interpretar. Uma dicotomia que você capturou muito bem em seu comentário. Filmes como Onde os fracos não tem vez, Homens em fúria e O solteirão acabam por serem mal compreendidos em virtude desse desleixo intelectual do público.
    A atriz Frances Conroy (que faz a mulher do De niro neste filme) é de fato uma grande atriz em um grande momento aqui. Convém assiti-la também na ótima série da HBO Six feet under (conhecida no Brasil como A sete palmos).
    Grande abraço e volte sempre!

    ResponderExcluir
  8. Filme compleramente fraco!!! Parece impossivel q um filme contendo Edwar Norton e Robert de Niro seja tão ruim, mas é!!! Não percam seu tempo!!! Na minha sessão tb ficou um ar de ahhhhhh!!! O q ja acabou??? Não é questão de preguiça e sim de não ser o tipo de filme pra se ver no cinema!!! É pra ver em casa em um momento nostálgico.

    ResponderExcluir
  9. Pois é anônimo, essa é a vantagem da democracia. As opiniões são soberanas. Lamento, no entanto, que não tenha apreciado este filme de muitas nuanças...
    abs

    ResponderExcluir
  10. Este filme é ruim pacas. Perdi dinheiro e tempo.

    ResponderExcluir
  11. Anderson: Que pena!

    Fernando: Pena que essa tenha sido a sua impressão Fernando. Eu achei um bom filme. Abs

    ResponderExcluir
  12. Três estrelas no elenco, 1 estrela em minha opinião. O ótimo elenco não garante a trama mal contada, que promete, promete e não cumpre. A não ser que haja algo sublime que eu não entendi (alguma analogia beeem oculta a histórias bíblicas, por exemplo)... mas, nesse caso, faltou capacidade de comunicação, pois pelo visto não fui a única a não entender isso. Não vale a ida ao cinema, nem à locadora.

    ResponderExcluir
  13. Gabriella: Obrigado pelo comentário. Espero que volte aqui em Claquete mais vezes. Pois é Gabriella. Acontece de vc se decepcionar com um filme. Não vou dizer aqui que vc não entendeu a proposta do filme. Não cabe a mim julgar, mas mais do que analogias incompreensíveis, o que ocorre aqui é um filme que foi vendido de forma completamente equivocada pela distribuídora. A começar pela escolha do título nacional... Como eu observei na crítica, é um filme de nuanças e sim, a religiosidade e, mais que isso, a espiritualidade, são importantes elementos na obra... bjs

    ResponderExcluir
  14. Interessante também nesse filme é que Stone encontrou a sua paz, enquanto Jack mergulhou no caos. Houve (?) uma tentativa de se fazer um paralelo entre doutrinas, me parece. Ou não. :)

    Abraços

    ResponderExcluir
  15. Anônimo:Vc está certo. O paralelo reside mais na predisposição do indivíduo em realmente buscar essa paz, do que onde de fato ele a busca...
    Abs

    ResponderExcluir
  16. alguem sabe explicar essa porcaria de filme? quem colocou fogo na casa? edwards norton nao ficou com sua mulher? a esposas dele nao queria a soltura do marido e ficou uma fera mesmo assim? o qeu aconteceu? se entendi direito ela se apaixonou pelo jack de niro e edward norton a deixou. o que acham desse filme muito ruim?

    ResponderExcluir
  17. E o cara que morreu? Não tem ligação nenhuma com a história, o De Niro se separou no final? Sem sentido.. já vi filmes do De Niro bem melhores..

    ResponderExcluir
  18. alguem me explica o finaaaaal ? por favor,se não ,eu não consiguirei dormir kkkkk
    não entendi msm :/

    ResponderExcluir