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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Crítica - Jack Reacher: o último tiro



Tiro certo

A impactante abertura de Jack Reacher: o último tiro (Jack Reacher, EUA 2012), em que um homem calmamente seleciona vítimas na mira de um fuzil de longo alcance, instiga o espectador pelo que vem adiante. E o novo filme protagonizado por Tom Cruise, como o Jack Reacher do título – um ex-militar com tino investigativo apurado – não decepciona. Escrito e dirigido por Christopher McQuarrie, esse thriller de espionagem começa com uma sofisticação singular, mas vai perdendo espaço para os clichês que banalizam a trama. Mesmo assim, um inspirado Tom Cruise – sempre confiável como ator de ação – segura as pontas.
Reacher lança mão de uma investigação paralela sobre o militar que atirou aleatoriamente em cinco vítimas. A cena que abre o filme já nos adverte de que se trata de uma armação, pois o atirador não é o mesmo homem que está sendo acusado pelo crime. O fôlego de Reacher para investigação se prova acurado e a primeira hora do filme é bastante assertiva na forma como o personagem vai mapeando uma conspiração bem urdida. No entanto, a meia hora final se divide entre o frenesi da ação e laudatórias explicações. O arremedo de Jack Reacher: o último tiro é mais convencional do que sua abertura faz crer e é justamente por estabelecer inconscientemente essa comparação que o filme não obtém uma avaliação melhor. Mesmo assim é um entretenimento certeiro para quem aprecia um filme de ação com siso. De bônus, Werner Herzog surge monossilábico como The zec, o vilão por trás de toda a tramoia testemunhada no filme. Herzog aparece pouco, mas é de longe a presença mais sólida do filme depois de Tom Cruise. 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Filme em destaque - Jack Reacher: o último tiro


Tom Cruise volta em filme de ação com clima dos anos 80 e espera engatilhar uma nova e lucrativa franquia cinematográfica baseada em série de livros de espionagem iniciada nos anos 90


“A ideia nunca foi de Tom Cruise atuar neste filme”, disse o diretor e roteirista Christopher McQuarrie à revista Total Film. Cruise e McQuarrie se tornaram amigos durante a realização de Operação Valquíria (2008), filme escrito por McQuarrie e protagonizado e produzido por Cruise. Ambos tinham como amigo comum o produtor e diretor Bryan Singer, com o qual McQuarrie havia colaborado no início da carreira de ambos, em Os suspeitos.
McQuarrie ganhou um Oscar por esse filme e seus roteiros nunca mais foram os mesmos. Ele também dirigiu uma boa fita de suspense, A sangue frio, que não deu certo por n razões. Sob muitos aspectos, Jack reacher: o último tiro é um ticket de volta para a nata de Hollywood.
“Tom iria produzir o filme, mas em meio a algumas conversas sobre o quarto Missão Impossível, que ele me pediu para revisar o roteiro, ele manifestou o interesse de protagonizar. Para mim foi ótimo, porque garanti o financiamento”, conta McQuarrie.
Por outro lado, Jack Reacher significa uma janela para Tom Cruise. Baseado nos livros de Lee Child, pseudônimo do inglês Jim Grant, a série de livros apresenta o personagem Jack reacher, um ex-militar que se envolve em uma série de conspirações. O livro que serve de base para esse primeiro filme é “Um tiro”, não é o primeiro da série. Segundo McQuarrie, a escolha por “Um tiro” se deu por este ter uma trama mais adequada para introduzir o personagem no cinema.
A opção de Cruise por uma nova franquia foi ficando clara com o tempo. Primeiro, o filme se chamaria Um tiro. Depois o título foi modificado e o nome do personagem introduzido antes. O primeiro trailer liberado de Jack Reacher: um tiro apresentava uma trilha sonora que em muito remetia à franquia Missão impossível. Seria essa uma mensagem subliminar? “Pura coincidência”, garante Cruise à Total Film. Cruise argumenta, ainda, que Jack Reacher não dispõe de um orçamento avantajado como os filmes da série Missão impossível e foi gravado com apenas U$ 60 milhões. Mas o ator se esquece de que o primeiro Missão Impossível também teve médio orçamento e dispôs de cerca de U$ 70 milhões.  
Em muito por essa expectativa nunca admitida do astro e produtor, a bilheteria de Jack Reacher nos EUA vem decepcionando. O filme estreou em terceiro lugar com um desempenho bem abaixo do esperado, mesmo presente em um número de salas equivalente aos dois primeiros colocados, que já estavam em cartaz. O interesse pelo filme caiu nos dois últimos fins de semana e, quase a um mês em cartaz, o filme só rendeu U$ 65 milhões nos EUA. A expectativa é que no mercado internacional o filme possibilite algum lucro.

Robert Duvall, que já contracenou com Cruise em outras duas oportunidades, engrandece o elenco de apoio de Jack Reacher: o último tiro 


Brincando de ser vilão: o cineasta alemão Werner Herzog é uma das grandes atrações da fita


Anos 80 e Herzog
A ideia era fazer um filme de ação com alma dos anos 80. Um vilão assustador, perseguições de carro e muita luta corporal. Tom Cruise, como lhe é característico, fez todas as suas cenas de ação e acabou forçando o elenco a encarar as cenas mais desafiadoras também. Jai Courtney, que faz um dos vilões e que também estará presente em Duro de matar 5 no papel do filho de Bruce Willis, gostou da experiência de trabalhar com o astro. “Ele é cheio de energia e muito generoso”.
Mas a grande atração de Jack Reacher – o último tiro talvez não seja Tom Cruise. Werner Herzog, o aclamado cineasta alemão, faz o vilão do filme. Herzog disse a Total Film ter gostado do roteiro e se envaidecido pelo convite de Cruise que se mostrou um intenso adorador da filmografia do alemão.
Herzog disse, ainda, que admira Cruise e que o acha um ator “fenomenal”. Não é a primeira vez que Herzog “brinca” de ator. Ele já dublou a si mesmo em Os simpsons, se dirigiu em Nosferatu – o vampiro da noite e fez uma ponta em Amor além da vida. Nenhuma das incursões, porém, em um papel tão definido e divertido como este de um vilão soturno em um filme de ação estrelado por Tom Cruise.