quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Em off

Nesta edição de Em off, um thriller financeiro que pode chegar ao Oscar e que estreia nessa sexta nos cinemas brasileiros; o recorde que o Oscar 2012 apresentará; as mudanças previstas para o terceiro Se beber não case; as incendiárias polêmicas que teimam em circundar o aguardado Shame; um vídeo bacanão com os destaques do ano no cinema e a guerra santa envolvendo a crítica de cinema.


Oscar neles!
A qualidade dos filmes que concorrerão ao Oscar 2012 ainda está por ser mensurada, mas a categoria de melhor ator tem tudo para ser campeã de bilheteria. Como há muito não se via, os principais postulantes ao Oscar são todos bonitões. George Clooney é tido como certo entre os cinco concorrentes por seu desempenho em Os descendentes. Brad Pitt, por  O homem que mudou o jogo, é outro nome que ganha força. Outras possibilidades muito palpáveis são Michael Fassbender (Shame), Leonardo DiCaprio (J.Edgar), Ryan Gosling (Tudo pelo poder ou Drive) e o francês com pinta de galã das antigas Jean Dujardin (The artist). Para citar o sempre presente Lula, nunca antes na história dessa premiação...

Um time para levantar a audiência da cerimônia...


É a economia estúpido!
Uma das principais estréias desta sexta-feira (9) nos cinemas brasileiros é Margin call –o dia antes do fim. Sucesso indiscutível de público (por causa da constelação estelar que reúne) e de crítica (pela acidez e sobriedade com que cerca o estopim da crise financeira de 2008), a fita de estreia de J.C.Chandor, que também assina o roteiro, coleta elogios desde a premiere no último festival de Sundance. De lá para cá, passagens pelos festivais de Berlim, Buenos Aires, Toronto, Nova Iorque e indicações para o Spirit Awards. O filme também foi lembrado pelo National Board Of Review que liberou sua lista dos melhores de 2011 na semana passada.
O filme se passa nas horas anteriores à eclosão da crise que ainda ressoa no cenário global. Para quem não gosta ou não entende patavinas de economia, um bom atrativo do filme é o elenco. Kevin Spacey, Stanley Tucci, Demi Moore, Mary McDonnell, Simon Baker, Zachary Quinto, Jeremy Irons e Paul Bettany refinam qualquer aridez economica no cinema.


Em time que está ganhando (mas nem tanto) se mexe sim senhor
Para quem ainda tinha dúvidas ou esperanças de que o terceiro Se beber não case não seria realizado, as barbas – recomenda-se - podem ser postas de molho. Bradley Cooper confirmou – o que, na verdade, o diretor Todd Phillips já havia dito – que o terceiro filme vai mesmo acontecer e que as filmagens devem começar em setembro do próximo ano. Essa informação põe a perigo a ideia da Warner de lançar o filme em maio de 2013. Haveria tempo hábil?
Conjecturas à parte, Cooper adiantou que ação deste terceiro filme se passará em Los Angeles e que não haverá viagens. O ator comentou que o roteiro, que atualmente está sendo escrito, trará algumas mudanças estruturais em relação às tramas alinhadas nos dois primeiros filmes. A pendenga ficará para a distribuidora brasileira justificar o título nacional se não tiver casamento nessa terceira parte...


As polêmicas de Shame
É incrível que Shame ainda não tenha previsão de estréia no Brasil. A fita, que será distribuída no país pela Paris Filmes, valeu o leão de ouro de melhor ator para Michael Fassbender no último festival de Veneza, colhe elogios fervorosos da crítica americana e européia, integra as primeiras listas de melhores do ano e ainda apresenta muita nudez e sexo, elementos que polarizam a atenção de qualquer platéia. O filme ainda pode ser um dos protagonistas do Oscar 2012 e, mesmo assim, a Paris Filmes ainda não estabeleceu uma data de estreia para o filme. Na verdade, não há sequer confirmação de que o filme vá ser exibido nos cinemas brasileiros.
Não ajudou em nada a essa indecisão, a medida tomada pela rede Cinemark nos EUA. Em nota divulgada a imprensa, a empresa afirma que se recusa a exibir Shame em sua cadeia de cinemas por ter como política vigente não exibir filmes que recebam classificação NC -17 (equivalente a proibido para menores de 18 anos no Brasil).
O filme, que estreou há duas semanas em cidades como Los Angeles e Nova Iorque, no entanto, fez as melhores médias de público dos últimos dois finais de semana em toda a América. A diretriz da Cinemark americana é circunscrita aquele país, mas deve se reproduzir em outras nações. No Brasil, caso Shame venha a ser exibido nos cinemas, a decisão pouco afetaria a lógica do mercado. Uma vez que um filme independente raramente é exibido em salas da rede Cinemark. 


A guerra santa das críticas!
Há quem veja a crítica de cinema como algo supervalorizado. Outros entendem que a crítica já perdeu espaço no contexto cultural. Há ainda, no caso dos estúdios, quem enxergue na crítica um instrumento meramente promocional. Não cabe aqui discutir a lógica e dinâmica das relações entre jornalismo e o mainstream hollywoodiano. Mas vale contextualizar um dos últimos babados de Hollywood. O filme Os homens que não amavam as mulheres, um dos filmes cotados para o próximo Oscar, estreia nos EUA no dia 21 de dezembro. O produtor Scott Rudin, que vinha escondendo o filme, resolveu exibi-lo para tentar angariar algum prêmio pela crítica de Nova Iorque – que divulgou sua lista de melhores do ano na última semana. Rudin, então, impôs um embargo para que críticas sobre o filme só fossem publicadas após o dia 15 de dezembro. A revista New York desta semana apresentou uma crítica (elogiosa) do filme. Mas enfureceu Rudin. Estabeleceu-se, assim, um debate em torno da efetividade e ética acerca desses embargos tão comuns em superproduções (ainda que não em caso de filmes voltados para o público adulto, como é o caso da fita de David Fincher).
O editor da revista justificou que há muitos lançamentos previstos para a semana do natal e que ele não queria comprimir, ou até mesmo suprimir, matérias que pudessem interessar o público leitor. Em virtude disso, publicou a crítica uma semana antes do combinado.
Pode-se questionar a conduta da New York, que em última análise violou um acordo claramente bem delimitado, mas há de se questionar também a opção dos estúdios de instrumentalizar a crítica de cinema. As vias estão entupidas. David Fincher tem uma posição a respeito. Em entrevista ao site Movieline, o diretor disse que se dependesse dele, ele não mostraria o filme a ninguém antes da estreia. É um radicalismo que se opõe ao modelo capitalista que Hollywood representa, mas é uma posição mais correta e límpida do que a dos outros envolvidos nessa história. Aguardem para breve uma repercussão maior a respeito deste tema na seção Insight.


Os filmes do ano
O clima de nostalgia já toma conta desse dezembro. E não só aqui no blog com a Retrospectiva 2011. Foi publicado nesta semana o primeiro vídeo especial rememorando os filmes do ano. Vale lembrar que muitos desses filmes ainda não foram exibidos no Brasil.


6 comentários:

  1. Ouvi críticas dizendo que Margin Call era a sequência natural - e superior - a Inside Job (do Matt Damon). Estou muito a fim de ver.

    Quanto a isso do Shame não ter distribuidor no Brasil é, como diria o saudoso Bóris Casoy, uma ver-go-nha!

    Bjs,
    Aline

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  2. Tenho medo desse terceiro Se beber, não case. O segundo já foi uma cópia do primeiro...

    Quanto a Shame é mesmo triste essa indefinição.

    Já Os homens que não amavam as mulheres e a New York, vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos, hehe.

    bjs

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  3. Esse vídeo é muito bom! Sempre me bate uma tristeza nessas retrospectivas... =/

    Garanto como Margin Call não passará nos cinemas de minha cidade. A solução é esperar que cheguem nas locadoras...

    Pena que Shame não tem data de estréia. Ainda é um dos que mais aguardo para assistir, mesmo que não tenha idade pra assistir! rsrsr

    Abs

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  4. Adoro esta edição do Claquete!

    Com Oscar ou sem Oscar, pouco me importa rs... quero ver o Fassbender em Shame (Paris Filmes acaba comigo, snif)! Uma indicação a melhor nu do ano, pode ser? HA! Interessado tb na fita em preto e branco com Dujardin. O trailer, pelo menos, é um brinde cinéfilo. Até agora gostei.

    Legal o vídeo final. 2011 foi um bom ano. Teve de tudo! Não vou esquecer do adeus ao Harry Potter. Última matinê.

    Abs.

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  5. Realmente, só galãs... mas daí entra eum Woody Harrelson por "Rampart" e estraga a festa hahaha, q nada, adoro esse ator e torço para q ele esteja mothafucka como dizem nesse filme e lhe vale uma indicação. Se é bonito ou não, isso é o de menos... q os melhores sejam indicados =)

    agora, essa da Paris Filmes... oh, ceus... to até vendo o filme ir direto para locação. Indicação ao Oscar não representa garantia de lançamento no circuito, a não ser que seja em categorias importantes. Como exemplo, "Another Year" continua inédito por aqui e eu ainda não o vi =(


    Assim como também não vi esse "Margin Call" e tô na angústia para conferir!


    abs!

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  6. Aline: Shame tem distribuidor no Brasil sim, o que ocorre é que o distribuidor não sabe se vai distribuir o filme no cinema. Mas a vergonha se aplica.
    bjs

    Amanda: Acho que o terceiro filme não tem como ser pior que o segundo Amanda. Mas vai que eles se superaram né?rsrs
    bjs

    Eri jr: Tb me bate uma nostalgia algo triste, algo saudosa com esses vídeos Eri. E quem sabe quando Shame chegar vc já não tenha idade para assistir, né? rsrs #momentomaldade
    Abs

    Rodrigo Mendes: Calma que Fassbender irá a seu encontro. De um jeito ou de outro. rsrs.
    Pois é, 2011 ainda não acabou. Tem muito dele por aqui ainda em Claquete.
    Abs

    Elton:Puta político vc hein Elton com esse esquema dos melhores... rsrs Mas tô contigo. rsrs.
    Pois é, filmes muito pequenos não se garantem com indicação ao Oscar, mas se Shame brilhar mais que Another year ou A última estação, quem sabe, né?
    Cruzando os dedos aí em Maringá!
    Abs

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