sexta-feira, 13 de maio de 2011

Cenas de cinema

Falando sobre Kevin
Causou comoção a premiere oficial da fita inglesa We need to talk about kevin, da diretora escocesa Lynne Ramsay. O filme, que acompanha a turbulenta relação de uma mãe com seu filho, busca iluminar as razões que levam um adolescente a tornar-se um psicopata em concepção social. O filme, na exibição para a imprensa na manhã do primeiro dia de competição, foi muito bem recebido. À noite, na exibição oficial causou incômodo. Setores da crítica pontuaram que, tal qual o vencedor da Palma de ouro dois anos atrás (A fita branca), We need to talk about Kevin não é um filme sobre violência, mas sobre como ela se viabiliza.


Elenco em alta
E a fita de Lynne Ramsay já é apontada como digna de prêmios. Mas, curiosamente, os comentários têm se concentrado no elenco do filme. Tilda Swinton, para muitos, vive seu melhor momento como atriz aqui e confirma seu favoritismo (que antes vigorava em virtude do nome da atriz) à Palma de melhor atriz. Outro que causou impacto na riviera francesa foi Ezra Miller, que vive o Kevin do título em sua fase adolescente.

A diretora Lynne Ramsay faz graça ao lado de Ezra Miller: filme causou incômodo e espanto  


Sem saber o que pensar
A crítica não soube exatamente como se posicionar a respeito de Sleeping beauty, primeiro filme da competição oficial a ser exibido em Cannes. O longa australiano, que marca a estréia da diretora Julia Leigh, mostra uma estudante (Emily Browning) que se presta aos mais estranhos favores sexuais. Sedada com drogas (a referência à bela adormecida do título) fica a disposição de homens das mais variadas procedências.
A diretora na coletiva de imprensa mostrou-se tão hesitante quanto a reação da crítica a seu filme. Uma estréia em Cannes, no mínimo, surpreendente.


A primeira porrada em Cannes
O primeiro filme fortemente atacado pela crítica internacional foi Inquietos, do cineasta americano Gus Van Sant, que abriu a mostra Um certo olhar (principal competição paralela à disputa pela Palma de ouro). Van Sant, um dos principais nomes da seleção, na entrevista coletiva comparou o filme a alguns de seus trabalhos anteriores como Últimos dias e Elefante. Mas a crítica discordou. “É um romance adolescente com ingredientes mórbidos muito mal administrados”, escreveu o britânico The Guardian.


O papado segundo Moretti

Nanni Moretti, sempre um favorito na croisette, exibiu seu Habemus papam na manhã do terceiro dia do festival. O filme agradou. A fita mostra o colapso nervoso do novo papa minutos antes de ele ser anunciado pelo Vaticano como o novo pontífice. Um analista é chamado para tentar devolver perspectiva ao papa. Moretti faz o terapeuta. “Habemus papam calibra uma visão especulativa e bem humorada do que ocorre nos corredores do Vaticano” escreveu a Variety.

8 comentários:

  1. Gostei da escolha do juri. É bom ter vários olhares de personalidades com perfis tão diferentes.

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  2. Tbm gostei do júri..Uma Thurman além de ser um mulherão, já atuou em projetos como diretora.
    Achei a cerimônia de apresentação um charme e os filmes em competição, muito interessantes. Torço pelo Almodóvar. Não fiquei tão empolgado com o novo do Von Trier.

    E a coletiva de imprensa de Meia Noite Em Paris foi ótima. Isso mostra que Woody Allen é um cara prático e que, ao mesmo tempo, tem mesmo paixão pelo que faz.

    E quanto a Bernardo Bertolucci. Bom, ele bem que mereceu. Novecento é uma obra espetacular e estará no Cine Rodrigo em breve. Acho até mais interessante que seu badalado clássico com Marlon Brando.

    Abs.
    RODRIGO

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  3. ...E De Niro precisa comentar? Rs Aquele clipe que o Festival produziu antes de sua entrada vale mais como uma homenagem maior que a Palma De Ouro!

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  4. Estou com expectativas em relação à "Precisamos falar sobre o Kevin", ainda mais com a Swinton no elenco!

    ...

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  5. "romance adolescente com ingredientes mórbidos muito mal administrados” Foram cruéis com Gus Van Sant, heim? hehe.

    bjs

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  6. Alan: Depois de A pele que eu habito, esse é o filme que mais aguardo dentre os que participam do festival. abs

    Amanda:Foram.rsrs. Mas eu acho, sem ver o filme, que Van Sant já se perdeu em suas referências.
    Bjs

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  7. Habbemus Papam me parece o mais interessante desse "Cenas de cinema", sugerir que um papa em pânico tenha que recorrer à terapia é, no mínimo, uma senhora heresia.

    Também estou curiosa sobre "We need to talk about Kevin", o livro está na minha de leituras para 2011 há tempos, vou tentar adiantar para quando o filme estrear já ter lido e daí poder discutir contigo o filme.

    Posso falar: sua cobertura do festival não fica nada a dever a nenhum portal ou revista especialista. A Claquete já virou meu principal veículo de informação sobre cinema

    Bjs

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  8. Aline: Obrigado pela deferência Aline. Fico muito feliz mesmo. Tb estou curioso por We need to talk about kevin e Habemus papam.
    Bjs

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