sábado, 6 de fevereiro de 2010

OSCAR WATCH - A peleja dos atores

Na montagem: George Clooney (amor sem escalas), Colin Firth (Direito de amar), Jeff Bridges (Coração louco), Jeremy Renner (Guerra ao terror) e Morgan Freeman (Invictus)


O venerado

O maior astro entre os indicados na categoria, talvez seja o único, é uma pessoa querida por todos. Aliás, sua atuação está sendo louvada como uma das melhores do ano e de sua carreira.

Prós:
+É a alma do filme de Jason Reitman
+Existe um consenso de que é preciso premiar Clooney novamente, já que ele amadureceu muito como ator desde sua premiação como coadjuvante por Syriana
+A academia pode homenageá-lo, com o Oscar, por seus esforços humanitários e pacifistas. Está recente na memória o teleton (que muitos dos membros da academia participaram) que Clooney organizou para financiar a ajuda humanitária ao Haiti.
+ Nos últimos dois anos foram premiados na categoria atores que já haviam vencido o Oscar anteriormente (Daniel Day Lewis e Sean Penn)

Contras:
- Sua candidatura perdeu um pouco do pique. Os prêmios que recebeu foram todos em dezembro. Com o Oscar em março e o nome de Jeff Bridges como favorito, isso pode pesar
- A política de compensação que impera no Oscar pode prevalecer e favorecer o outrora relegado Jeff Bridges
- Nos últimos dois anos foram premiados na categoria atores que já haviam vencido o Oscar anteriormente (Daniel Day Lewis e Sean Penn)

Indicações anteriores: Melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro original por Boa noite e boa sorte em 2006
Melhor ator coadjuvante por Syriana em 2006
Melhor ator por Conduta de risco em 2008
Vitórias anteriores: Melhor ator coadjuvante por Syriana em 2006

A homenagem



Que Morgan Freeman entrega uma atuação formidável em Invictus não há dúvidas. Mas sua nomeação ao Oscar deve-se muito mais a homenagens que a academia se obriga a fazer. A primeira delas é a Nelson Mandela (personagem interpretado por Freeman), a segunda é ao próprio ator, veterano e sempre competente, e por último a Eastwood que sempre emplaca um filme no Oscar.

Prós:
+ Interpreta um legítimo liberal e figura muito querida em Hollywood.
+ Carrega o filme nas costas e o Oscar tem reconhecido atores que fazem isso nessa categoria. Exemplos recentes foram as premiações de Sean Penn por Milk, Daniel Day Lewis por Sangue negro e de Philip Seymour Hoffman por Capote.
+ A maioria dos grandes atores de sua geração tem dois Oscars, seria hora de elevar Freeman a esse patamar

Contras:
- Seu desempenho é o mais convencional dos cinco indicados
- Assim como Clooney já tem um Oscar
- O filme não recebeu grande destaque e a sua indicação, assim como a de Matt Damon, podem ser consideradas distinções suficientes

Indicações anteriores:
Melhor ator coadjuvante por Armação perigosa em 1988, melhor ator por Conduzindo Miss Daisy em 1990, melhor ator por Um sonho de liberdade em 1995 e melhor ator coadjuvante por Menina de ouro em 2005
Vitórias anteriores: Melhor ator coadjuvante por menina de ouro em 2005


The first timer



Que Colin Firth é bom ator, todo mundo sabe. Contudo, o ator é conhecido por gravitar em torno daqueles personagens almofadinhas ingleses, assim como seu conterrâneo Hugh Grant. A primeira indicação ao Oscar chega pela composição de um professor homossexual que afunda em depressão após a morte do amante. A indicação veio pela coragem e pelo despudor da atuação.

Prós:
+ Personagens homossexuais tem rendido bons frutos ao longo dos anos. Tom Hanks, Charlize Theron, Philip Seymour Hoffman são alguns que ganharam o Oscar por papéis dessa procedência.
+ Muitos consideram o melhor e mais consistente trabalho de um ator no ano
+ É a alma do filme de Tom Ford

Contras:
- A pecha de que a indicação já configura em um prêmio pode pesar
- O histórico de comédias românticas pode desfavorecer
- Sean Penn triunfou ano passado ao viver um personagem gay. Dois anos seguidos, seria sair muitoooo do armário para os padrões da academia
- O filme não recebeu indicações em outros quesitos que merecia, um sinal de que não deve-se ter muita esperança

Primeira indicação

O bad boy


Jeremy Renner já estava por aí faz algum tempo. Sempre fazendo cara de mau. Ele recebe a indicação pelo filme mais festejado da temporada. Sua inclusão aqui deve-se mais ao fato da badalação em torno do filme, do que por seus méritos propriamente ditos. Ele faz um tenente casca grossa viciado em adrenalina.

Prós:
+ Integra o elenco do filme mais festejado da temporada
+ Dependendo do desempenho de Guerra ao terror, e de Avatar, pode ser uma forma de fazer “justiça” ao filme de Bigelow, já que não há concorrência com Avatar na categoria
+ Sua performance é arrojada e expansiva. A academia já apreciou isso antes como demonstram as premiações de Forest Whitaker por O último rei da Escócia, Denzel Wasghinton por Dia de treinamento e de Russel Crowe em Gladiador

Contras:
- Tem relativamente pouca experiência em relação aos demais concorrentes
- A pecha de que a indicação já configura em um prêmio pode pesar
- O filme merece prêmios em outras categorias mais do que aqui, como a academia tem pulverizado seus prêmios nos últimos anos, isso diminui as chances de Renner prevalecer

Primeira indicação

The buddy


Jeff Bridges é o favorito absoluto da temporada. Papou a maior parte dos prêmios e o próprio admitiu que o papel em Coração louco é o papel de sua vida. Um cenário perfeito para o Oscar?

Prós:
+ É o favorito na corrida pelo Oscar
+ Pode-se favorecer da política de compensação do Oscar, já que está com 60 anos e perdeu nas quatro vezes anteriores que foi indicado
+ Carrega o filme nas costas e o Oscar tem reconhecido atores que fazem isso nessa categoria. Exemplos recentes foram as premiações de Sean Penn por Milk, Daniel Day Lewis por Sangue negro e de Philip Seymour Hoffman por Capote
+ Se existe uma fila em Hollywood para a consagração, Bridges está no gargarejo

Contras:
- O status de George Clooney pode prevalecer

Indicações anteriores: Melhor ator coadjuvante por A última sessão de cinema em 1971,melhor ator coadjuvante por O último golpe em 1974, melhor ator por Starman em 1984 e melhor ator coadjuvante por A conspiração em 2000

5 comentários:

  1. Excelente análise, Reinaldo! Para mim, fica difícil comentar essa categoria, porque, dos indicados, só vi mesmo o George Clooney. Gosto da atuação dele em "Amor sem Escalas", mas acho que ele interpreta a si mesmo ali, então é fácil. Minha torcida, então, fica pro Jeff Bridges, um ator do qual gosto MUITO! E ele deve vencer, como comprova o retrospecto desse ano.

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  2. Reinaldo, muito bom este post! Gostei do estruturamento e dos comentários! Acredito que Bridges leva mesmo!!

    Abraços!

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  3. Ka: Obrigado pelo elogio Ka. Tb acho que Bridges vença. Ainda não vi seu desempenho tb. Entãonão posso dizer se é ou não o melhor. Dos outros 4, Clooney é o melhor para mim. Seguido de perto por Colin Firth. Agora cá entre nós ka, larga mão dessa perseguição com o Clooney! rsrs
    Bjs

    ERI JR: Obrigado Eri. Bem, as cartas estão na mesa. Acho que ou dá Bridges (o mais provavél) ou dá Clooney. ABS

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  4. Oi Reinaldo,
    Amei o seu post. Super objetivo e bem amarrado com argumentos convincentes e contextualizados. Parabéns pela dedicação!

    Eu acho que Bridges é mesmo o favorito, embora não o assisti ainda. Clooney fez um trabalho muito bom pois penso que é difícil separar o ator da pessoa e, mesmo que seu personagem se pareça com ele, ele conseguiu dar um toque original e de vida própria a Ryan Bingham, provalvemente porque o roteiro é bem adaptado e facilita esta imersão no papel.

    Eu gosto de Colin Firth, assumo que ele tem um estigma de ser um "almofadinha" inglês mesmo, no entanto acredito bastante no toque de Midas de Tom Ford que é, indiscutivelmente, um dos maiores empreendedores do mundo. Só o fato de trabalharem bem neste primeiro filme de TF já é um grande prêmio.

    Bjs!

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  5. Obrigado madame. Concordo com seus comentários. Aguardem as pelejas das atrizes, dos coadjuvantes e dos diretores. Bjs

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