terça-feira, 4 de junho de 2013

Especial O Grande Gatsby - O filme evento do ano?

Todo ano tem seu filme evento. O departamento de marketing dos estúdios trabalha para que todo ano tenha muitos filmes eventos, mas é difícil produzi-los. Algumas produções, pelo seu gigantismo, por migrarem de outras mídias ou por reunirem farta constelação de astros acabam organicamente sagrando-se filmes-evento. Vez ou outra, no entanto, essa organicidade é muito mais cristalina, vívida e luxuriosa, por que não. É o caso de O grande Gatsby, nova versão para cinema do clássico mor da literatura americana assinada pelo australiano Baz Luhrmann. O livro de F.Scott Fitzgerald por si só já seria capaz de atiçar a indústria cultural, mas enxertado do pop grandiloquente de Luhrmann, dos extravagantes Moulin Rouge – amor em vermelho (2001) e Romeu + Julieta (1996), a nova adaptação adquire um novo e reconfigurado status.
Os loucos anos 20, como é lembrado o período em que se passa a narrativa do romance – que acompanha o excêntrico milionário Jay Gatsby (Leonardo DiCaprio) e sua paixão obsessiva por Daisy (Carey Mulligan) – são matéria-prima valiosa nas mãos de um cineasta como Luhrmann; capaz de fazer do exagero um banquete visual robusto.

Luhrmann, elenco e produtores compareceram à premiere do filme no último festival de Cannes

Não foi por acaso que o filme foi escolhido para abrir o festival de Cannes 2013. O filme de Luhrmann tem como principal expoente sua síntese do glamour, da sofisticação inerente às joias e aos ternos esplendidamente alinhados. Assim como o festival de Cannes se pretende ao longo de seus dez dias de duração. Não à toa, a direção do evento abriu mão da première mundial – algo tradicional para todos os filmes exibidos em Cannes. Quando O grande Gatsby foi exibido na Riviera francesa, já havia estreado nos EUA sob pesadas críticas. Mas a concessão era válida sob o argumento de assegurar o principal filme evento da temporada.
E O grande Gatsby é o principal filme evento da temporada porque influenciava a moda antes mesmo de seu lançamento. Grifes como Gucci, Ralph Lauren, Empório Armani e Tiffany & Co., lançaram coleções no fim de 2012 – para quando o filme estava originalmente programado – inspiradas pelo deleite visual da obra e pelas indumentárias e acessórios dos anos 20.  Não obstante, Luhrmann, tal qual fizera em Moulin Rouge, armou-se de uma seleção musical vencedora para agregar interesse ao filme. Beyoncé, Florence Welch, Lana Del Rey, Fergie, Jay Z, Jack White e Gotye estão entre os artistas que gravaram composições originais ou regravações especialmente para o filme. Há, ainda, Leonardo DiCaprio, que para o diretor, sempre foi Gatsby, segundo confidenciou ao site Omelete durante uma visita ao set. Outro aspecto que joga a favor do filme é o revival que enseja da era de ouro, não só do cinema americano, mas da cultura daquele país, com toda a extravagância e ostentação inerentes.

Por tudo isso, O grande Gatsby se tornou o filme mais comentado da temporada. O sucesso de crítica, que não veio, seria a cereja no excêntrico bolo adornado por Luhrmann.

2 comentários:

  1. Pois é, pelo que tenho visto a crítica brasileira tem acompanhado a americana... Quer dizer, para quem está de fora e acompanhando as resenhas é bem desestimulante, apesar de todo apelo visual.
    Qual o seu palpite sobre o filme?

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  2. Aline: Baz Luhrmann é sempre polêmico, digamos assim. Acho que deve ser um filme interessante, ainda que não seja bom... ( e juro que não estou em cima do muro, rsrs).
    bjs

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