domingo, 7 de fevereiro de 2010

Os 25 melhores filmes da década:16 - Jogos do poder

"Ninguém está prestando atenção"




Sinopse:
Início dos anos 80. A União Soviética invade o Afeganistão, o que chama a atenção de políticos norte-americanos. Um deles é Charlie Wilson, um homem mulherengo e polêmico que não tem grande relevância política, apesar de ter sido eleito 6 vezes para o cargo. Com o apoio de Joanne Herring, uma das mulheres mais ricas do estado que o elege, o Texas, e do agente da CIA Gust Avrakotos, Wilson passa a negociar uma aliança entre paquistaneses, egípcios, israelenses e o governo norte-americano, de forma que os Estados Unidos financiem uma resistência que impeça o avanço soviético no local.

Comentário:
O filme de Mike Nichols é um poderoso e sagaz comentário sobre como as relações políticas se estabelecem. O filme cobre um episódio que no principio da década passada ganhou relevância-tão inesperada quanto tenebrosa - com os ataques terroristas às torres gêmeas, de maneira leve e salutar. Nichols oferece uma aula de narrativa e parcimônia ao contar um tema espinhoso com toques cômicos. Ajuda muito contar com um Tom Hanks inspirado e um Phillip Seymour Hoffman fenomenal. Juntos eles desmascaram a América das boas intenções que se abriga nos interesses escusos e nas negociatas midiáticas. Um filme austero que não deixa de ter bom humor. Sem dúvida alguma, uma obra referencial.

Prêmios:
1 indicação ao Oscar (ator coadjuvante); 5 indicações ao Globo de ouro (filme comédia/musical, ator em comédia/musical, ator coadjuvante, atriz coadjuvante e roteiro); Indicado ao Bafta de melhor ator coadjuvante; indicado ao Critic´s choice awards de melhor roteiro e melhor ator coadjuvante;

Curiosidades:
- O verdadeiro Charles Wilson deu uma declaração de apoio ao filme, em artigo publicado à época do lançamento da fita, da seguinte maneira: “Qualquer coisa que eu podesse embargar, é provavelmente verdade”
- O roteiro do filme é assinado por Aaron Sorkin, criador e principal roteirista da famosa série de TV sobre os bastidores da Casa Branca, The west wing
- Houve três acidentes durante as filmagens da produção. Em um deles, um figurante morreu.
- Emily Blunt, que faz uma pequena participação no filme, rodou suas cenas em dois dias. Ela não recebeu nada pela participação, embora outorgada pelo sucesso de O diabo veste Prada, a atriz queria contracenar com Tom Hanks, ator de quem é fã.
- Foi o segundo trabalho do diretor Mike Nichols com a estrela Julia Roberts. O primeiro foi Closer –perto demais e o terceiro está a caminho.
- Desde o anúncio do projeto, a imprensa especializada se interessou pelo filme que reuniria Tom Hanks e Julia Roberts (dois dos principais astros dos anos 90) em um mesmo filme.

Ficha técnica:
título original: Charlie Wilson's War
gênero: Drama
duração: 01 hs 37 min
ano de lançamento:2007
estúdio: Universal Pictures / Relativity Media
distribuidora: Universal Pictures / UIP
direção: Mike Nichols
roteiro: Aaron Sorkin, baseado em livro de George Crile
produção: Gary Goetzman e Tom Hanks
música: James Newton Howard
fotografia: Stephen Goldblatt
direção de arte: Maria-Teresa Barbasso, Brad Ricker e Alessandro Santucci
figurino: Albert Wolsky
edição: John Bloom e Antonia Van Drimmelen
elenco: Tom Hanks, Julia Roberts, Phillip Seymour Hoffman e Amy Adams


Fonte: arquivo pessoal


7 comentários:

  1. Hum, não sou a maior fã desse filme. Gosto MUITO MAIS da performance do Philip Seymour Hoffman do que da obra em si. Apesar de achar interessante a jornada vivida pelo personagem principal. O cara acabou se tornando importante acidentalmente...

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  2. Eu gosto bastante desse filme também, e não sabia dessa de Blunt. O elenco é ótimo e Philip estupendo como sempre.

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  3. Oi Reinaldo, eu preciso assistir este filme de novo pois não me lembro das manobras de desmascaramento, mas achei o roteiro inteligente. Lembro-me que gostei muito da performance de Phillip Seymour Hoffman e de como ele se infiltra de forma versátil neste meio. Embora não tenha um carisma por Phillip, acho ele extremamente competente e um atores mais sérios de sua geração. Obrigada pela dica!

    bjs!

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  4. Ka: Acho esse trabalho de Nichols genial. A forma como ele se apodera de uma trajetória acidental, como vc bem observou, e desenvolve uma critica aguçada, e bem humorada, do estado das coisas na América impressiona.Além dos ótimos atores né?

    Luis Galvão: Pois é. Jogos do poder é um grande filme que merecia mais atenção dos prÊmios. Imagino que grand eparte da critica não recebeu bem a critica mordaz, embalada em humor, de Mike Nichols. Preferiam um tom mais solene. Besteira. A força do filme é ímpar, justamente pela opção de narrativa de Nichols e de seu roteirista Sorkin. aBS

    Madame:Adoro Philip Seymour Hoffman. Acho-o um dos maiores, mais completos e crepusculares atores da atualidade. O Pacino de sua geração, por assim dizer. Nesse filme el domina a cena de tal maneira que consegue ofuscar um Tom Hanks inspirado, imagine você. Reveja o filme madame. É cheio de sutilezas e pequenos caprichos desse grande diretor que é Nichols.
    Bjs

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  5. Eu adoro esse filme!! Lembro de que quando assisti, fui procurar se ele havia sido indicado ao Oscar, pois ele era muito original para não ser indicado, e quem ocupava o lugar era Sangue Negro! Se não me engano, a gente comentou esses tempos, neh Reinaldo, disso??

    Um baita filme, e Hoffman incrível!!
    Abraços!

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  6. Gosto deste filme, por parte de sua premissa, que em algumas partes acaba caindo na mesmisse, mas sem comprometer no resultado final. E, realmente, Philip Seymour Hoffman ótimo no filme.

    Beijos! ;)

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  7. É verdade Eri. Falamos sobre isso quando postei na seção de estréia de Grndes momentos do cinema, uma cena de Sangue negro. Penso que esse filme, Jogos do poder, é muito superior ao trabalho de PTA. Aliás, como pode se ver, entrou na minha lista de melhores da década. Sangue negro não entrou nem mesmo na do ano. ABS

    Mayara: Philip está realmente divino. Mas quando não está, né? Olha, não acho que o filme cai na mesmice não. Acho que Nichols é um narrador habilidoso que sabe, e nesse caso soube, evitar a mesmice como poucos. But a opinion is always a opinion. Bjs

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