domingo, 3 de fevereiro de 2013

Crítica - Sete psicopatas e um shih tzu


Pelo Shih tzu

É vendo filmes como Sete psicopatas e um shih tzu (Seven psychopaths EUA 2012) que é possível perceber a influência de Quentin Tarantino no cinema moderno. Depois de uma promissora estreia com Na mira do chefe (2008), o inglês Martin McDonagh chega a Hollywood com uma história que mistura cinema, gangsterismo e bromance. Tudo embalado em diálogos ligeiros, recheados de cinismo e ironia e em uma trama de espelhos e metalinguagens. Tudo tarantinesco demais, não fosse a falta de sofisticação de McDonagh para construir os diálogos tarantinescos e as cenas tarantinescas.
Justamente por essa deficiência, Sete psicopatas e um shih tzu nunca alcança suas potencialidades.
Woody Harrelson como um gangster em busca de seu cão:
a melhor coisa do filme
Na trama, Colin Farrell vive um roteirista em crise criativa. Ele quer escrever um filme com sete psicopatas e não um filme convencional sobre psicopatas, mas sim um filme sobre psicopatas, mas que seja também um libelo contra a violência. Sem querer querendo, o protagonista vai copiando ideias aventadas pelo seu amigo amalucado vivido por Sam Rockwell (muito bem), que faz um sequestrador de cães. É desse ofício pouco usual do personagem de Rockwell que a trama se sustenta, por assim dizer. Ele sequestra o shih tzu do título nacional que calha de ser o amado cachorro de um mafioso vivido soberbamente por Woody Harrelson – ator que se recusa a fazer qualquer papel no piloto automático.
A brincadeira entre o que é realidade e o que é fabricação do roteirista, que passa a aceitar colaborações de seu amigo, passa a ser o alvo da narrativa da metade do filme em diante.
Enquanto metalinguagem, Sete psicopatas e um shih tzu é um experimento válido. A crítica canhestra que ensaia quanto aos arranjos do metiê hollywoodiano, no entanto, poderia ser mais bem polida. Enquanto cinema, o que há de mais interessante nesse segundo filme de McDonagh é acompanhar o grande número de participações especiais que vão ficando pelo caminho dos protagonistas.  

3 comentários:

  1. Também estou curiosa quanto a este filme, resta saber se ainda está em cartaz...

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  2. Amanda e Aline: Já não está em cartaz, mas fica melhor no DVD mesmo...
    bjs

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