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terça-feira, 18 de março de 2014

Crítica: Need for Speed - o filme

No need, some speed

Adaptações de games se provaram um material difícil para Hollywood adaptar. É uma esfinge que a meca do cinema ainda não conseguiu decifrar e por isso vai sendo devorada. Enquanto produz ótimos (já nem tanto) filmes baseados em HQs, Hollywood padece ao apresentar filmes ruins baseados em games de sucesso. Enquanto isso, a indústria dos games vai dando a volta em Hollywood como aquela que mais fatura no gigantismo do mundo do entretenimento.
"Need for speed", game de sucesso, mas com um fiapo de história representava no filão das adaptações um desafio ainda maior. Era preciso criar toda uma história, um organismo vivo e palatável para um público alheio ao universo do game e, ainda assim, identificável aos fãs mais hardcore.
Dirigido por Scott Waugh, dublê que se arrisca (e sai-se bem) como diretor com a chancela de Steven Spielberg – um dos produtores associados do filme, Need for Speed – o filme (Need for Speed, EUA 2014) termina a prova em boa colocação. Para forçar a metáfora automobilística, é aquele carro que faz a melhor volta, mas não termina entre os competidores que pontuam. Trata-se de um filme de menino muito bem azeitado nesse escopo e de um filme de ação com boas e bem coreografadas cenas de velocidade. É lógico que isso não torna Need for speed um ótimo filme, mas no contexto das adaptações de games e do desafio que esta em particular representava, viabiliza um resultado mais do que satisfatório.
Waugh peca, no entanto, por tentar transparecer fazer um filme mais sério do que o que realmente tem em mãos. A sombra de Velozes e furiosos, que escora no piegas aqui e ali, paira sobre Need for Speed. A diferença é que a franquia capitaneada por Vin Diesel não necessariamente resvalava o piegas em seu filme inicial.

Aaron Paul se prepara para o clímax do filme: dono absoluto da cena...

Se Waugh erra no tom de quando em quando, o protagonista Aaron Paul não poderia estar mais calibrado. Em seu primeiro papel de destaque desde o fim da série "Breaking bad", Paul demonstra toda a segurança que o leading man de um blockbuster exige. Com carisma de sobra e com a perfeita noção do tipo de filme que está fazendo, o ator dá pulsação ao filme que é menos acelerado do que muitos podem imaginar.
Com um Michael Keaton dando sequência ao resgate de sua carreira, Need for Speed agrada em parte por seu desprendimento e em parte porque as expectativas eram, compreensivelmente, muito baixas.  

Breaking good – o doce futuro de Aaron Paul em Hollywood

Você talvez o conheça de "Breaking bad", em que interpretava o traficante barato e viciado em metanfetamina Jesse Pinkman que aos poucos foi ganhando a simpatia do público. Talvez você o conheça de um punhado de filmes independentes ou, talvez, você não o conheça de modo algum. Mas com Need for Speed, seu primeiro fôlego no pós-"Breaking bad", Aaron Paul vem reclamar seu espaço na meca do cinema. Nas palavras de Steven Spielberg, produtor do filme que adapta o game homônimo de sucesso, Aaron Paul tem algo raro de se achar no olimpo hollywoodiano: “Ele tem uma excelente presença de cena. Existem muitos bons atores, porém é difícil achar pessoas que tenham essa habilidade natural para convencer sem dizer uma palavra, apenas por existir em cena. Aaron tem esse elemento a mais”, observou um dos maiores Midas de Hollywood que recomendou pessoalmente Paul para o protagonismo do filme.
Mas Aaron Paul não para por aí. Acelerando mais do que seu personagem no filme, ele também lança neste começo de ano a comédia Altos e baixos em que contracena com figuras como Pierce Brosnan e Toni Collette. Para o fim do ano, o ator tem na manga o épico biblíco Exodus, de Ridley Scott em que fará Josué, o sucessor do Moisés de Christian Bale.
Enquanto acelera no cinema, Paul mantém aberta a porta da tv que o consagrou. Está em negociações para integrar o elenco de "Better call Saul", spin-off de "Breaking bad". Na tv, antes dos prêmios e da notoriedade conquistados com a série criada por Vince Gilligan, Paul atuou em séries diversas como "Bones", "Big Love", "NCIS" e "Verônica Mars".
Need for Speed marca um novo momento na carreira de Aaron Paul. Não é apenas seu primeiro protagonismo em uma produção hollywoodiana, é seu primeiro protagonismo em uma produção ambiciosa, de forte apelo junto ao público jovem e masculino, e na qual Paul se sai maravilhosamente bem. No final das contas, palmas (mais uma vez) para Spielberg.