sábado, 17 de março de 2012

Crítica - Motoqueiro fantasma: espírito de vingança

Para o atoleiro e sem freio!

Quando um filme é classificado por seus realizadores como uma espécie de sequência ou refilmagem do original, desconfie! O que Mark Neveldine e Brian Taylor, responsáveis por fitas bacaninhas (desde que temperadas com a boa vontade do espectador) como Adrenalina e Gamer, fazem com essa “continuação de mentirinha” de Motoqueiro fantasma (fracasso homérico de público de 2007) não é uma coisa nem outra. É algo bem menos passível de adjetivação.
A favor do primeiro filme, solenemente ignorado nessa “sequência”, estavam Peter Fonda tirando onda de capeta, Eva Mendes como a “Maria motoca” de Cage e uma expectativa positiva em relação aos prospectos do filme. Depois do fracasso era compreensível que a saga demoníaca de Johnny Blaze fosse aposentada terminantemente nos cinemas. Mas eis que surge esse Espírito de vingança com uma pegada mais dark, segundo Cage revelou em entrevistas promocionais. Fica na bravata. O filme é chato. Não há cenas de ação cativantes, o 3D não diz a que veio (além de amealhar uns trocados a mais nas bilheterias) e Nicolas Cage parece mais “embotoxado” do que nunca.
A trama é bem óbvia. Uma irmandade de monges precisa reaver o filho do Diabo e um desses monges (um beberrão com jeito para armas vivido por Idris Elba) vê na figura de Blaze – ainda em conflito com seu demônio interior – a pessoa certa para o trabalho.
Os efeitos especiais até que não fazem vergonha, mas mereciam um filme com desenvolvimento melhor. Até Christopher Lambert, outro ressuscitado, surge como um monge com cacoetes de ninja. Acreditem: se um terceiro motoqueiro fantasma vier a acontecer, é porque Hollywood terá aceitado seu destino cruel.

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