segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Crítica - Amizade colorida

Marcando terreno!

Olhando para 2011, a primeira certeza que se constitui em relação às comédias românticas americanas é de que elas ficaram mais safadas. O sexo é tratado com mais naturalidade e já passa a ser catalisador do entrosamento de casais que antes precisariam passar por diversas situações – antes do sexo – para se provar compatíveis. O ótimo Amizade colorida (Friends with benefits, EUA 2011) é uma ilustração veemente desse novo status quo das comédias românticas. Contribui para isso, o fato do diretor de Amizade colorida ser Will Gluck. Diretor de uma das sensações do último ano, a comédia teen A mentira, Gluck olha para o gênero com carinho, mas com a devida pegada cínica. É mais ou menos assim que Amizade colorida se apresenta; como uma paródia do gênero, mas sem querer se distanciar muito dele. Gluck conta com dois ótimos protagonistas para obter sucesso em sua empreitada.

Justin e Mila: naturalidade, química e timing cômico fazem
toda a diferença...

Justin Timberlake vive Dylan, um blogueiro de Los Angeles com talento nato para arte gráfica. Ele é o alvo de Jamie (Mila Kunis), uma caçadora de talentos que quer colocá-lo como editor de arte da revista masculina GQ, sediada em Nova Iorque. Amizade colorida começa aproveitando, antes das diferenças entre os protagonistas – até porque eles são bem parecidos – as diferenças culturais entre duas das cidades mais famosas do país. É uma abordagem bastante simpática tanto para quem é americano como para um espectador internacional. Dylan e Jamie, ambos de ressaca amorosa, logo chegam a um acordo já não tão original no meio de 2011: sexo sem sentimentos. Tudo parece bem, até que deixa de parecer. Não é preciso dizer que as emoções irão se apresentar de qualquer jeito. Mas Amizade colorida tem trunfos que outros filmes “moderninhos” não tem. O primeiro é a química explosiva entre Justin e Mila. Eles dão tão certo juntos e tudo parece tão natural que fica difícil acreditar que não são um casal. E há um sem número de cenas embaraçosas pelas quais precisam passar – inclusive de nudez. O segundo trunfo é saber rir de si mesmo, abusando de metalinguagens, referências pop e todas essas ferramentas narrativas que o gênero já se apropriou, mas que nenhum filme havia utilizado de maneira tão satisfatória. Uma prova disso é o personagem de Woody Harrelson. Ele faz o editor de esportes da revista em que Dylan passa a trabalhar. Harrelson faz um gay machão que contraria todos os estereótipos disponíveis na comédia romântica, nem por isso deixa de exercer narrativamente a mesma função dos “gays convencionais”. Amizade colorida não reinventa a roda. Outros filmes, como Terapia de amor e Separados pelo casamento, foram até mais corajosos em explorar os limites do gênero, mas a fita de Gluck não se incumbe da missão de desbravar. O diretor chamou duas atrizes que dirigiu em A mentira (Emma Stone e Patrícia Clarkson – essa última no terceiro papel seguido de mãe piriguete) para participações especiais que deixam o filme ainda mais divertido.
No final das contas, Amizade colorida – com sua pegada despretensiosa – se garante como uma das melhores atrações da comédia em 2011. 

7 comentários:

  1. É, o filme é divertido, a mistura de sátira e aspectos de uma comédia romântica ajuda, mas acaba sendo repetitiva em alguns pontos.

    bjs

    ResponderExcluir
  2. Reinaldo, otima critica! Quero assistir esse, principalmente pela Mila Kunis, q alem de bela, é talentosa! Abração!

    ResponderExcluir
  3. Concordei com você. Gostei bastante desse filme. Uma comédia bem engraçada e com saídas bem bacanas pro final óbvio.

    abraços!

    ResponderExcluir
  4. Estou curioso quanto a esse filme, apesar de esperar que seja mais do mesmo!

    ResponderExcluir
  5. Amanda: Não concordo com vc. Acho que Amizade colorida é um filme com plena consciência de suas limitações. Faz ótimo uso de figuras de linguagem e abusa da química entre Justin e Mila. É uma comédia que não se avexa de ser romântica tb.
    Bjs

    Celo: Vc vai curtir!
    Abs

    Ciro Hamen: Concordo contigo. E o q dizer do uso que fizeram da música do Jason Mraz? Just perfect!
    Abs

    Cleber: É mais do mesmo sem ser, got it? rsrs
    Abs

    ResponderExcluir
  6. O trailer me parecia muito mais do mesmo, mas realmente é o melhor filme dessa nova onda da comédia romântica. Supera fácil aquele "Sexo sem compromisso", com a Natalie Portman.
    Minha sugestão é que o diretor revisse um pouco sem compromissos, sexo com o Justin não pode ser definido só como "com benefícios"... No mínimo, é com dividendos, rsrsrs

    ResponderExcluir
  7. Uma história de amor com muitos toques de humor, que é o que eu gostaria de Amizade Colorida ter uma grande história

    ResponderExcluir