sábado, 17 de setembro de 2011

Cantinho do DVD

Muita gente resmunga quando o nome Matthew McConaughey estampa algum cartaz. “Lá vem outra comédia romântica boboca em que ele aparece descamisado”, certamente é o pensamento mais frequente. Em 2011, porém, o ator parece disposto a mudar esse panorama. Ele está no novo filme de William Friedkin, o tipo de diretor que não se impressionaria com os dotes físicos do loiro, e em O poder e a lei – destaque de Cantinho do DVD desta semana. O ator encabeçará o elenco do novo filme de Steven Soderbergh, Magic Mike, prometido para 2012. A julgar pelo desempenho em O poder e a lei, o marido da top brasileira Camila Alves cansou de ser o gigolô das comédias românticas americanas.



Crítica
Um filme de tribunal hoje precisa de predicados acima de qualquer suspeita para entreter uma platéia que já não mais se impressiona com reviravoltas “inesperadas” e discursos flamejantes. Com esses pré-requisitos em mente, é impossível deixar de sublinhar o sucesso obtido por Brad Furman, um diretor estreante em longas para cinema, com O poder e a lei (The Lincoln lawyer, EUA 2011).
A primeira providência de Furman foi resgatar Matthew McConaughey que andava com seus recursos dramáticos em suspensão desde que virou galã de comédias românticas. O ator brinda a própria carreira com uma atuação enérgica e carismática. McConaughey é Mick Haller, um advogado que defende tipos irascíveis e parece compreender e operar bem sob as leis da rua. As primeiras cenas de O poder e a lei objetivam mapear isso para o espectador. Com a particularidade de fazer de seu carro seu escritório, Mick pega o caso de um playboy envolvido com o espancamento de uma prostituta. Não é preciso dizer que o caso irá se revelar mais complexo do que sugere o primeiro contato do advogado com seu cliente.
O poder e a lei é um raro caso de filme de tribunal bem escrito e com ótimos atores defendendo personagens coadjuvantes. Marisa Tomei, William H.Macy, John Leguizamo, Frances Fischer e Bryan Cranston são alguns deles. No campo das atuações apenas Ryan Phillippe exagera na caracterização.
O romance de Michael Connelly é suficientemente cativante e o texto de John Romano aliada à direção de Furman lhe aferiram densidade narrativa no cinema, mas é Matthew McConaughey – valendo-se do inusitado – quem confere alma ao registro. No final das contas, quem diria, é ele o fiador dessa bem sucedida empreitada.

4 comentários:

  1. É um filme bom mesmo, q em outras epocas teria outra repercussão no cinema, prova de q o mercado anda estranho. Apostando muito em aventuras infantiloides e deixando filmes adultos de lado.

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  2. Tenho o livro aqui em casa. O filme parece bem bacana mesmo.

    http://cinelupinha.blogspot.com/

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  3. Celo: Mas o filme recebeu boas críticas Celo. Não acho que tenha potencial para mais que isso...
    Abs

    Rafael W: É bacana. Vc vai curtir.
    Abs

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  4. Um filmaço! Ótimo entretenimento. Boa direção, história envolvente e um elenco surpreendentemente (digo isso por McConaughey, que tb saiu de Veneza esse ano com elogios em "Killer Joe", quem diria!) bem entrosado, sinérgico - com exceção do tamaguchi Ryan Philippe.

    abs!

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