Páginas de Claquete

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Numerologia


Perdeu!
Uma fita de ação e espionagem com um grupo de atores descolados e piadas ligeiras parece uma boa idéia certo? Os perdedores, estrelado por Chris Evans, Jeffrey Dean Morgan e Zoe Saldanha honra essa descrição, mas não parece ter agradado o público americano. A fita ficou apenas duas semanas entre os 10 filmes mais vistos e não conseguiu se pagar. No Brasil, o lançamento já foi adiado duas vezes. A última data disponibilizada pela distribuidora brasileira é nesta sexta-feira, dia 4 de junho.

O vencedor paraguaio
No mercado cinematográfico brasileiro a discrepância proporcionada pelo 3D para aferir o campeão de bilheteria legítimo em um final de semana é ainda maior do que nos EUA. Vejam o que ocorreu neste mês de maio. No fim de semana do dia 30 de abril e do dia 7 de maio, Homem de ferro 2 teve mais público do que Alice no país das maravilhas. Contudo, a fita de Tim Burton, exibida em 3D com tíquetes mais caros, arrecadou mais. O mesmo ocorreu no final de semana seguinte. Alice arrecadou mais do que a estréia Robin Hood, embora o filme protagonizado por Russel Crowe tenha atraído mais público. Esse desnível de público e faturamento pegou de jeito o departamento de marketing dos estúdios. Agora ficou difícil dizer qual filme é o campeão de bilheteria. O que arrecadou mais dinheiro ou o que foi mais visto?

O reinado de Chico Xavier
A onda do espiritismo só faz crescer. Na TV, a novela mais bem sucedida da atualidade versa sobre o tema. Há quem diga que até mesmo a série Lost se enveredou por uma vertente espírita. De qualquer jeito, a biografia do deflagrador do espiritismo no Brasil é, ela própria, catalisadora dessa tendência. Chico Xavier, o filme, já levou mais de três milhões de brasileiros aos cinemas e continua bem posicionado no disputado ranking que conta com superproduções do verão americano. A fita de Daniel Filho é o remanescente mais longevo do top 10 nacional. Em tempo: ainda este ano estréia outro filme sobre espiritismo, As mães de Chico Xavier.





A seu, o seu dono!
Todo mundo conhece o ditado “não é para quem quer, é só para quem pode”? Pois bem, Tony Stark (Robert Downey Jr.) pode. Homem de ferro 2, além de registrar a melhor estréia do ano até aqui, bateu em módicas duas semanas o ostensivo faturamento que Como treinar seu dragão construiu em dois meses de exibição. Detalhe: e com cópias em 3D. Em precisos 13 dias de exibição nos EUA, Homem de ferro 2 recolheu U$ 211 milhões de dólares deixando Como treinar seu dragão para trás com U$ 208 milhões.

Longevidade é teu nome
E por falar em Como treinar seu dragão, a animação da Dreamworks fechou a conta de mais um mês no top 10. O filme que estreou no primeiro fim de semana de março, se despediu de maio na décima posição do Top 10 norte-americano. Um feito e tanto. Essa longevidade é rara no Box Office americano, ainda mais se considerado que estamos em plena temporada mais agitada do cinema ianque.

Não se faz um Robin Hood como antigamente
Pois é. Robin Hood, a versão radical do mito tocada pela dupla Russel Crowe e Ridley Scoot, não agradou a crítica e parece não ter agradado o público também. Depois de um fim de semana de estréia abaixo da expectativa do estúdio Universal, a fita seguiu o curso de baixo faturamento. Com o custo de U$ 200 milhões, o filme rendeu até agora U$ 140 milhões mundialmente e não demonstra fôlego para dar lucro. Nos EUA a situação é tão alarmante que a fita não parece capaz de romper a fronteira dos U$ 100 milhões (considerada providencial para superproduções evitarem o prejuízo homérico).


Ogro bom de bola
Quem se recuperou bem foi Shrek para sempre. O quarto longa do ogro verde (que também chega em 3D) estreou bem abaixo das metas do estúdio. As previsões eram em torno de U$ 100 milhões no primeiro fim de semana, mas Shrek para sempre “só” fez U$ 74 milhões. Mas a vitória mesmo viria no final de semana seguinte. Com duas estréias de peso no circuito americano (Sex and the city 2 e Príncipe da Pérsia: areias do tempo), devido ao feriado do memorial Day,Shrek parecia destinado a deixar o topo. Isso não aconteceu. Além de registrar o menor percentual de queda por sala de exibição (38%) das estréias desse verão, Shrek para sempre fez U$ 43 milhões e manteve a liderança. As estréias tiveram que brigar entre si, com cerca de 10 milhões a menos em faturamento, pelo segundo lugar. No total, a quarta aventura do ogro verde já soma U$ 134 milhões.


Não tem botox que dê jeito!
Envelhecer é uma m... diria uma famoso personagem de um programa de TV obscuro. E as meninas de Sex and the city tendem a concordar com essa máxima. O primeiro filme do quarteto de nova-iorquinas não agradou a crítica, mas acertou em cheio o público. O estarrecedor sucesso de bilheteria fez com que o segundo filme das meninas chegasse rapidinho. Mas a piada envelheceu. A decepcionante bilheteria de estréia (U$ 32,2 milhões) fica ainda mais decepcionante se comparada com a do primeiro filme (U$ 55 milhões) de dois anos atrás.

Jack Sparrow cadê você?
Jerry Bruckheimer deve estar doido para um certo pirata voltar logo. O pomposo e aguardado Príncipe da Pérsia: areias do tempo, que ele produz, estreou com a pior média de público por sala entre todas as superproduções que já debutaram nesse 2010. O que é um baita de um mau sinal. A terceira colocação no ranking também não ajudou. O filme estrelado pelo improvável herói de ação Jake Gyllenhaal faturou U$ 30 milhões neste primeiro fim de semana.

Movie Pass

Antes de qualquer coisa, a licença para homenagear uma lenda vida do cinema. Clint Eastwood completa hoje, dia 31 de maio, 80 anos de idade. Esbanjando vitalidade e categoria, Eastwood continua prolífero e ressonante como cineasta. Como ator, encerrou sua carreira com Gran Torino (2008). Segundo Clint, ele abandonou a carreira de ator porque não vê muitos papéis para ele nesta idade. Não deixa de ter razão. Contudo, sua justificativa deixa aberta a possibilidade para que o vejamos como ator mais adiante.
A seção Movie Pass deste mês, em homenagem a essa icônica figura do cinema, destaca um filme fundamental da filmografia do ator e cineasta. As pontes de Madison (The bridges of Madison County, EUA 1996) é essencial para entender o cineasta Clint Eastwood e sua transformação de ator de westerns e filmes B de ação em mestre autoral do cinema mundial.
No filme, atípico até então na carreira de Eastwood tanto como ator quanto como diretor, Eastwood vive um fotógrafo que se apaixona por uma dona de casa interpretada por Meryl Streep. A história de amor vivida pelo discreto Robert Kincaid e por Francesca (mulher casada que só naquele momento vislumbra um ranço de plenitude) é das mais fortes já concebidas pelo cinema. Não há muito que se possa dizer sobre o filme sem se alongar ou ser estraga prazeres. Uma obra que atesta a sensibilidade de Eastwood como cineasta e antecipa o caminho que ele seguiria irreversivelmente após Sobre meninos e lobos (2003). Um cinema mais autoral, focado nos dilemas de seus personagens e permeado por questões existenciais – ainda que elas não estejam no centro de seus filmes. Seja em um romance ou em um filme de guerra, essas questões estão lá.
Mas o que torna As pontes de Madison cult é o fato de Eastwood, auxiliado por uma das melhores performances da carreira de Meryl Streep conseguir tangenciar o dissabor do amor idealizado e conferi-lo perspectiva. Tal qual no espetaculoso Titanic de James Cameron (que seria lançado dali a um ano), o amor eterno só é preservado se não for vivido. Só que neste filme, o entorno dessa conclusão, além de triste e verdadeiro, é dos mais poéticos.

domingo, 30 de maio de 2010

Insight

O que esperar do verão americano 2010?

A temporada mais lucrativa do cinema já começou. Homem de ferro 2 já soma mais de U$ 580 milhões de dólares e já despontou como forte candidato a campeão da temporada. Robin Hood, por sua vez, já é forte candidato a grande decepção da temporada. A fraca bilheteria já antecipa isso. O filme estrelado por Russel Crowe, depois de duas semanas em cartaz, ainda não chegou aos U$ 100 milhões no mercado americano. Já foram lançados também o remake do terror A hora do pesadelo e a continuação de Sex and the city, a versão cinematográfica da famosa série de TV.
Mas tem muita coisa boa e muita coisa que parece boa chegando por aí. A seção Insight de hoje dá uma chacoalhada na poeira e aponta a direção dos principais lançamentos do verão americano de 2010.

Angelina Jolie em um cartaz promocional de Salt, filme de espionagem dirigido por Phillip Noyce (Jogos patrióticos)

As estrelas
Não tem jeito. Os super-heróis são a matéria prima dos filmes de ação e entretenimento hoje em dia, mas não tem como prescindir de uma boa estrela de cinema. E no verão 2010 elas são o feijão com arroz dos principais lançamentos. Angelina Jolie, Tom Cruise, Russel Crowe, Robert Downey Jr., Robert Pattinson, Bradley Cooper, Jackie Chan, Mark Wahlberg, Will ferrel, Steve Carell, Megan Fox, Ashton Kutcher, Adrien Brody, Adam Sandler, Chris Rock, Leonardo DiCaprio, Nicolas Cage, Matt Damon, Julia Roberts, Javier Bardem, Drew Barrymore, Sylvester Stallone, Luke Wilson, Jennifer Aniston, Cameron Diaz e Mickey Rourke darão as caras em superproduções nesta temporada.
É muita gente boa. 2010 marca outro dado interessante que foge a regra de outros verões. É o verão com mais filmes originais e franquias novas dos últimos tempos. Christopher Nolan reuniu um baita time de atores, encabeçado por Leonardo DiCaprio, para fazer um filme original sobre um mercenário especialista em roubar sonhos. A origem, que além de DiCaprio traz no elenco nomes como Michael Caine, Ken Watanabe, Marion Cottilard, Ellen Page, Cillian Murphy e Joseph Gordon Levitt, estréia no Brasil em 6 de agosto. Também originais são os filmes Salt, fita de ação estrelada por Angelina Jolie, Encontro explosivo, comédia de ação na linha Sr. E Sra. Smith protagonizada por Tom Cruise e Cameron Diaz, Par perfeito, nova produção estrelada pela ascendente Katherine Heigl (dessa vez com a companhia de Ashton Kutcher) e Gente grande, comédia que reúne gente como Adam Sandler, Rob Schneider, Chris Rock, David Spade e Kevin James.
Leonardo DiCaprio e Joseph Gordon Levitt não são tão bonzinhos assim em A origem


Antônio Banderas volta a encarnar o gato de botas (um pouco mais gordo, mas com o mesmo charme) em Shrek para sempre

Seguindo aquela velha fórmula...
Mas o verão americano também traz mais do “delicioso” mesmo. O terceiro filme da saga Crepúsculo, Eclipse, chega em 30 de junho para mobilizar as atenções. Predadores, é o reboot (reimaginação) do filme de 1987 estrelado pelo atual governador da Califórnia e traz a brasileira Alice Braga na linha de frente ao lado do improvável Adrien Brody. Jerry Bruckheimer acabou de lançar nos EUA a adaptação do videogame Príncipe da Pérsia: areias do tempo (que chega sexta-feira aqui no país) e já se prepara para lançar em julho uma adaptação literária de pedigree; Aprendiz de feiticeiro traz a vitoriosa equipe de A lenda do tesouro perdido. Ou seja, Nicolas Cage estrela e o diretor é Jon Turteltaub. Por falar em adaptação, no inicio de agosto chegará ao país O último mestre do ar, o mais novo filme do diretor de O sexto sentido, M. Night Shymalan. A adaptação do desenho Avatar (nada a ver com o filme de James Cameron) é a última chance do indiano de retomar o sucesso comercial de outrora. Esse também é seu primeiro trabalho não original. Outro livro de sucesso ganha as telas em versão vitaminada. Trata-se de Comer, rezar e amar. Filme que traz Julia Roberts e Javier Bardem no elenco. Na fita que chega aos cinemas também em agosto, o ator espanhol vive um brasileiro que se enamora pela turista acidental vivida por Roberts na Índia.


Errata: Reparem que os números da legenda estão diferentes dos números das imagens. Foi um pequeno erro na hora do tratamento da imagem. Fica o pedido de desculpas!

Séries de TV dão certo no cinema e depois das meninas de Manhatan voltarem para a grande tela é a vez dos brucutus de Esquadrão A fazerem um debute em grande estilo no dia 11 de junho. A Warner/DC não quer deixar o ouro na mão da Marvel e apresenta para o mundo, também em junho, Jonah Hex, personagem do selo Vertigo da editora. No filme que mistura faroeste e sobrenatural, Josh Brolin, Megan Fox e John Malkovic.
Quem ganha uma atualização, por sinal, é karate kid. A nova geração vai conhecer a clássica história dos anos 80 com Jackie Chan e Jaden Smith (filho de Will Smith) fazendo as vezes do senhor Miagui e de Daniel san. E por falar em continuidade de uma história clássica, a Pixar retoma suas origens com o aguardado Toy Story 3 (que terá especial aqui em Claquete escolhido pelo leitor). A Dreamworks promete encerrar as histórias do ogro mais querido do mundo em Shrek para sempre que chega no dia 9 de julho. Outra figura de aparência asquerosa que retorna nesse verão é Nanny McPhee, a babá encantada, que volta em agosto para levar disciplina a um outro grupo de crianças levadas.
Para levantar fumaça: Bradley Cooper e Liam Neeson estão a frente do Esquadrão Classe A


Ken (isso mesmo, o marido da Barbie) é um dos novos personagens de Toy Story 3


O melhor do resto
O que pirahas e Stallone podem fazer por você? Muito, se o seu negócio é ação descerebrada. Sylvester Stallone reúne um time de fortões e astros de ação para fazer uma ode ao cinema brucutu dos anos 80 em Os mercenários. O filme que foi parcialmente gravado no Rio de Janeiro estréia em agosto. Antes disso, Piranhas 3D promete muito sangue em terceira dimensão. Matt Damon segue na espionagem em The adjustment Bureau, sobre um político que se vê no meio de uma teoria conspiratória, Steve Carell vive um idiota carente em Dinner for Schmucks. O nome do filme, reparem, é jantar para idiotas. Mark Wahlberg quer fazer rir ao lado de Will Ferrel na comédia de ação The other guys e não esqueçam de Gordon Gekko. O célebre guru de Wall Street vivido por Michael Douglas está de volta em Wall Street: o dinheiro nunca dorme, no filme mais improvável desta temporada e, por isso mesmo, um dos mais aguardados.


Um ensaio sobre Lost: ponto final?

No final da quinta temporada da série foi publicado aqui no blog, um ensaio que alinhava as teorias, as bifurcações, os pontos fortes e os pontos fracos da série. As expectativas para a sexta temporada também foram abordadas naquele ensaio. Hoje, uma semana depois do final da série, o saudosismo já se impõe. Mesmo com reações divididas dos fãs e muitos mistérios não resolvidos, Lost acabou com saldo positivo. Um acontecimento mundial que há muito não se via na TV americana. Apesar de a audiência ter ficado bem abaixo das expectativas ( só para comparar: o final da sexta temporada de Grey´s anatomy atraiu 15 milhões de espectadores enquanto que 13, 7 milhões viram o desfecho de Lost), a comoção mundial, o interesse midiático e a mobilização na internet denotam a importância do seriado. Lost, como já foi dito antes, redimensionou a teledramaturgia americana. Desenvolveu uma nova estrutura narrativa, multifacetada e esmerando-se numa pluralidade de personagens. Essa bem sucedida fórmula já tentou ser copiada, mas ainda não deu certo. Dará, mas por enquanto as más sucedidas tentativas só ratificam a grandeza do seriado. Lost, é bem verdade, perdeu relevância nas duas últimas temporadas – como foi dito no ensaio do ano passado – mas
seu status quo é dos mais polivalentes e a série ganhou mais uma chance com a proximidade de seu desfecho.


Jacob e seu irmão, o homem de preto: a alegoria sobre o bem e o mal tomou conta da sexta temporada, conforme o desfecho da quinta sugeria


Os personagens; foram sempre eles!
O calcanhar de Aquiles da série foram os personagens. Não. Você não leu errado. É lógico que os personagens eram o que de mais reluzia em Lost. Mas eles cresceram tanto. Foram tão proeminentes e apaixonantes que sublimaram o mistério principal: a ilha e os fenômenos que lá ocorriam. Não a toa, quando os personagens foram postos de lado pelos produtores para que acelerassem a elaboração das respostas, Lost perdeu interesse. Na sexta temporada, os personagens voltaram a ser o foco, em uma convergência da narrativa desenvolvida até aquele momento que, supunham os produtores e criadores da série, teria a conivência dos espectadores ansiosos, mais do que qualquer outra coisa, para saber o destino de seus personagens favoritos. E o foco de The end (título do derradeiro episódio da série) foi justamente o destino de seus personagens. Nada mais. A ilha e todos os mistérios foram subjacentes. Foram tratados como questões pontuais, mesmo que de principio não as fossem.
Ou seja, a julgar pelo que se viu nesta última temporada, em especial no último episódio, Lost foi uma série sobre pessoas. Sobre esse punhado de personagens que aprendeu a viver junto para não morrer sozinho. Tudo muito bonito é verdade. O final da série foi tão apoteótico quanto emocionante. Mas tudo foi fruto de uma combinação de insuficiência narrativa e senso de oportunidade.

Os produtores Damon Lindelof e Carlton Cuse criaram inegavelmente um grande show, mas é igualmente inegável que esse show diminuiu e que a culpa, por assim dizer, é deles



É fácil visualizar que a história de Lost não estava fechada como afirmam os produtores. Há vários indícios disso. Várias pontas soltas que qualquer aficionado pela série é capaz de recitar de cor e salteado foram deixadas soltas. Era extremamente difícil que essas pontas fossem todas amarradas, mais difícil ainda que fossem amarradas satisfatoriamente e ainda mais difícil que fossem amarradas depois das opções narrativas das duas últimas temporadas. Essa dificuldade poderia ser ofuscada por duas opções. A primeira, o foco nos personagens que fora desviado nas quarta e quinta temporadas. Afinal, o público respondia de forma condescendente a essas tramas. A segunda opção era o arco religioso que sempre teve fluxo na trama. Era preciso ampliá-lo e tal qual o homem fizera durante toda a história da humanidade, apelar para o sobrenatural. Não está se criticando a opção narrativa dos produtores e roteiristas da série, está apenas elucidando-a e justificando-a.
Há, também, de se ressaltar que eles sempre garantiram respostas. Todas, a principio, e as mais importantes, ultimamente. De fato, eles forneceram muitas. Se eram as mais importantes não dá para dizer. Como não foram absolutas ( mais uma opção narrativa que se deve mais as circunstâncias do que a qualquer outra coisa) a mitologia da série vive. Vive por que seria um pecado encerrá-la, mas vive, primordialmente, porque seus autores não souberam por um ponto final na história. O tempo se incumbirá de fazê-lo.

sábado, 29 de maio de 2010

Tira- teima

Até hoje elas protagonizam tanto voluntariamente quanto involuntariamente uma das maiores rivalidades em Hollywood. Nenhum produtor teria cacife, ou parafuso de menos, para reuni-las em um mesmo filme. Jennifer Aniston e Angelina Jolie representam uma mina de ouro e teorias conspiratórias para a celebrity gossip. Todos os pobres mortais têm uma opinião formada sobre o triangulo Pitt – Jolie – Aniston. E todo mundo prefere ou Jen ou Angie. É uma polarização muito nítida e que dá combustão as mais divertidas discussões (para nós que não temos nada a ver com isso). Claquete faz uma geral nessa rivalidade e a seção Tira-teima deste mês traz para o ringue as duas mulheres mais marcantes da vida do Sr. Pitt.






Período com Brad
Angelina Jolie: Começaram um caso extra conjugal em 2004, durante as filmagens de Sr.&Sra. Smith e estão juntos até hoje

Jennifer Aniston: Começaram a namorar em 1998, casaram-se em 2000 e se divorciaram em 2005.

O amor sem Brad
Angelina Jolie: Johnny Lee Miller (antes), Billy Bob Thorton (antes), Nicolas Cage (antes), Timothy Hutton (antes) e Jenny Shimizu (segundo consta, antes e durante)


Jennifer Aniston: Vince Vaughn (depois), John Mayers (depois), Tate Donovan (antes), Gerard Butler (depois) e Bradley Cooper (depois)










De olho no futuro...

Novidades do filme sobre Sinatra
Martin Scorsese manifestou ao blog de cinema da MTV essa semana que gostaria de contar com Robert De Niro e Al Pacino no filme que realizará para a Universal sobre Frank Sinatra. Segundo apurou o blog, Scorsese gostaria que Pacino vivesse Sinatra em sua fase madura (DiCaprio está escalado para o papel) e De Niro viveria o amigo Dean Martin na mesma fase da vida. Se a participação dos dois atores vier a se confirmar, Sinatra, o filme, despertará ainda mais expectativas. Scorsese tem um dos maiores projetos dos últimos tempos em suas mãos. Ou será um filme irrepreensível ou será a maior decepção da década. Em um projeto como esses, e com a forma que está tomando, não há meio termos.

Pacino e DeNiro nos sets de As duas faces da lei: Sinatra pode ser o filme que fará valer a parceria

Nomes para homem aranha 4
E a coisa continua muito indefinida em relação ao próximo filme do homem aranha, que tem estréia marcada para o verão de 2012 e continua sem protagonista. Essa semana circulou na internet o nome de 5 candidatos que, embora já tenham batido aquele papo com o diretor Marc Webb, ainda não fizeram testes para o papel. Andrew Garfield, visto recentemente em O mundo imaginário do doutor Parnassus, Jamie Bell, o eterno Billy Elliot, Frankie Dillane, o jovem Voldermont de Harry Potter e o enigma do príncipe e Alden Ehrenreich, o irmão de Vincent Gallo em Tetro, são os rostos mais conhecidos. Mas como sugere a discrepância de idade entre os candidatos, tudo segue nas nuvens no famigerado quarto filme do herói aracnídeo.

Julia na estrada
Depois da confirmação de Kristen Stewart em On the road, novo projeto internacional do diretor Walter Salles, um novo nome de peso demonstrou interesse em participar do filme. Boatos indicam que Julia Roberts teria se oferecido para participar do produção. O personagem que teria interessado a Julia, também está sendo cortejado pela australiana Nicole Kidman e pela inglesa Kate Winslet. Cheiro de Oscar no ar?

Julia para as demais concorrentes ao disputado papel: dá lincença que eu tô passando...
O filme que quer ser levado a sério
Não para de crescer o elenco de Capitão América - o primeiro vingador. O filme que já tem no elenco Chris Evans, Hugo Weaving, Samuel L. Jackson, Hayley Atwell e Dominic Cooper, acabou de receber o reforço de peso de Tommy Lee Jones. O personagem do ator ainda não foi divulgado. Até porque todos os personagens centrais da trama já tem dono, mas é inegável que com Jones a bordo, o pedigree do filme ganha substância.

O Brasil é... Porto Rico
Pois é, depois de um anúncio com pompa de que o quinto filme da série Velozes e furiosos, batizado de Fast five, seria rodado no Brasil, essa semana foi anunciado pela produção do longa metragem que o filme será gravado em Porto Rico. Não, não é que desistiram da ideia do filme se passar em terras brasileiras, apenas os incentivos fiscais e a logística oferecida pela ilha caribenha foram mais atraentes. Em Fast five Toretto vai dar seus pitacos motorizados no Brasil, mas um Brasil com sotaque diferente.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Cantinho do DVD

No final de semana da estréia do segundo longa metragem baseado na série de sucesso da HBO, Sex and the city 2, nada mais oportuno do que destacar na seção Cantinho do DVD desta semana, a crítica do primeiro filme. Lançado com pompa e dono de uma bilheteria arrasadora (chegou a tirar, inesperadamente, o último filme de Indiana Jones do topo das bilheterias), o filme peca por renegar a veia lacônica e subversiva da série. Nada que comprometa os figurinos, é claro.

Atenção: A crítica foi escrita à época do lançamento do filme



Viva a caricatura!


O maior problema de Sex and the city - o filme (Sex and the City EUA 2008) adaptação dos seriado de sucesso da HBO para os cinemas, não é nem mesmo a falta de zelo e carinho com as personagens que ajudaram a solidificar o conceito de feminismo na nossa sociedade. O grande equívoco do filme está na banalização desse feito. O filme nada mais é do que uma insossa caricatura do que Sex and the city representou para a cultura americana.
Ao fazer a opção por privilegiar o merchandising despudorado abraçando as ânsias dos fashionistas e assumindo os clichês do gênero que a série tão arduamente combateu, o filme se mostra desnecessário e, por consequência, órfão do público que deu combustível a série.
No filme, reencontramos Carrie, Charlote, Samantha e Miranda, exatamente onde as deixamos. Carrie e Big, maiores vítimas do filme, põe seu amor á prova, no que se imagina, a maior provação que um casal, sabidamente feitos um para o outro, pode passar. A despeito desse arco principal, basta dizer que é totalmente infeliz. Desde a abordagem até solução. Involuntariamente, o que esse arco transmite é que as mulheres não podem contar com um felizes para sempre e que realmente não há um príncipe encantado por aí. E pior, pela solução encontrada, desenha a mulher como um bicho vulnerável e suscetível a qualquer tipo de desarranjo da ala masculina. Mais machista impossível.
A essência da série foi preservada nos arcos de Miranda e Samantha. Bem desenvolvidos, embora nunca recebessem a merecida atenção do diretor. Michael Patrick King aliás, deve ter sentido na pele o quão difícil e diferente é fazer cinema.
O saldo geral ainda é positivo. Afinal de contas, a mulherada quer é seu espaço. E sinalizou muito bem isso, conferindo uma ótima bilheteria á fita em seu fim de semana de estréia. Em uma temporada de filmes feitos para o gosto do público masculino, Sex and the City quebrou recordes. Mesmo que por vias tortas, as meninas, agora quarentonas, de Manhatan continuam a carregar e hastear a bandeira feminista.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Cenas de cinema

Visita da cegonha
A atriz italiana Monica Bellucci, de 45 anos, deu a luz essa semana ao segundo rebento da união com o ator francês, Vincent Cassel. Léonie nasceu em Roma nesta segunda-feira. A atriz já é mãe de Deva, a primeira filha do casal, que tem 5 anos de idade.

Premiere de Sex and the city 2
As primeiras críticas que surgem nos EUA sobre Sex and the city 2 são pavorosas. 90% avacalham o filme sem dó. Os outros 10% avacalham com um pouco de dó. Não há uma crítica positiva sobre o filme até agora. Sarah Jessica Parker, receosa, já advertiu as fãs no início da semana: “Um terceiro filme só acontecerá dependendo da resposta do público”.
Mas como tudo é lindo e glamuroso no mundo de Sex and the city, lá estavam as quatro atrizes na premiere nova-iorquina do segundo longa. Mas para provar que o fenômeno está perto de se esgotar, a protagonista Sarah Jessica Parker, por muito tempo tida como ícone fashion, foi eleita a mais mal vestida do quarteto em pesquisa realizada pela revista Gloss americana. De qualquer jeito, o filme chega amanhã em 65 países. Ou seja, com estilo.

No alto à esquerda, a atriz Jennifer Love Hewitt posa para foto. Quem também compareceu à premiere novaiorquina do longa foi a top model brasileira Alessandra Ambrósio. Na foto maior, as quatro estrelas do filme


Dose dupla de Catrall
E por falar em Sex and the city 2, é oportuno lembrar que a intérprete da fogosa Samantha, Kim Catrall chega em dose dupla aos cinemas brasileiros neste fim e semana. Além do aguardado filme das amigas nova-iorquinas, Catrall está no também aguardado novo filme do cineasta francês Roman Polanski. No elogiado O escritor fantasma, a atriz faz uma assessora do primeiro ministro inglês vivido por Pierce Brosnan.


Kim Catrall em versão sexy ou séria nesse fim de semana: ao gosto do freguês



Um tailandês que incomoda muita gente
O resultado do último festival de Cannes continua rendendo polêmicas. A imprensa internacional não digeriu bem a vitória do obscuro Lung Boonmee Raluek Chat. Nos primeiros dias após a divulgação dos vencedores da Palma de ouro, a reação foi virulenta e confrontadora como pouco se viu no histórico recente do festival. Na enquete promovida pelo blog, houve efeito proporcionalmente semelhante. 42% dos votantes entenderam o resultado final do festival como ruim. 28 % cravaram na opção bom, enquanto que 14% admitiram terem sido surpreendidos. Uma outra parcela de 14% se mostrou indiferente quanto ao prêmio principal, uma vez que a vitória de Javier Bardem (na categoria de ator) foi garantida. Claquete apresenta o trailer da produção vencedora de Cannes 2010.





Prêmio cine B do cinema brasileiro
Se o cinema brasileiro já não é lá muito prestigiado pelos seus, imaginem o circuito alternativo brasileiro. O prêmio Cine B do cinema brasileiro, que será realizado na próxima segunda-feira em São Paulo, prestigia esse cinema negligenciado pelo público. Em um evento que será realizado na sede do sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região (Rua São Bento, 413, Centro Ed. Martinelli) e ancorado pelo rapper e ator Thaíde, serão homenageados diretores e membros de comunidades de periferias do estado. Segundo os organizadores do evento, a premiação de segunda-feira é mais uma forma de incentivar a produção nacional dentro de um projeto de democratização do acesso à cultura.

Meninas morram de inveja
Pois é. Existem coisas que só quem vive em Hollywood entende. O papel da mocinha de Transformers 3 passou a ser disputado a tapas em Hollywood por beldades jovens sem nenhum talento para atuação, mas com beleza de sobra para embalar um blockbuster de verão. Depois da saída de Megan Fox do terceiro Transformers, em virtude de desentendimentos com o diretor Michael Bay, muitos nomes já foram cotados. Leonardo DiCaprio chegou a intervir para que sua namorada, a top model israelense Bar Rafaeli fosse a eleita. Mas a produção do filme quer alguém mais jovem. Afinal, tem muita gente de olho e querendo ser a próxima Megan Fox. A revista inglesa Total Film noticiou que a disputa parece fechada entre a atriz Gemma Arterton (que está no último filme de Woody Allen, You will meet a tall dark stranger), que seria a preferida de Michael Bay, e a modelo inglesa Rosie Huntington, que seria a preferida do estúdio. E aí, qual é a sua preferida?

Gemma Arterton, à esquerda, é a preferida do diretor enquanto que Rosie Huntington, de biquini, é a favorita da produção: Qual é a sua?

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Contexto

Quando o desejo fala mais alto...

Durante os anos 80, o cinema americano foi pródigo em realizar filmes que primavam pela sensualidade. Alguns desses filmes traziam, em seu cerne, uma interessante discussão acerca da fidelidade. O recente O preço da traição (Chloe, EUA/FRA/CAN 2009) recupera essa característica de maneira salutar. No filme de Atom Egoyan, remake de um ótimo filme francês chamado Nathalie X (já resenhado na seção Movie Pass aqui de Claquete), presenciamos um casal em crise afetiva. O sexo, ou a falta de, é – como não poderia deixar de ser – um elemento catalisador. Catherine (Julianne Moore) é uma ginecologista bem sucedida e pertencente a uma classe social privilegiada, mas que enfrenta problemas de comunicação em seu seio familiar. David (Liam Neeson), seu marido, é um professor que não faz questão de esconder um descontentamento aparentemente injustificável. O fato de David flertar, quase que instintivamente, com toda a mulher que lhe apareça à frente, aumenta a insegurança que Catherine já sente enquanto mulher e objeto de desejo de seu marido. Por um conjunto de circunstâncias, ela chega a Chloe (Amanda Seyfried), garota de programa que conheceu acidentalmente, com uma proposta inusitada. Ela gostaria que Chloe abordasse seu marido e lhe relatasse a reação dele. Aí há uma diferença cabal em relação ao original. Em Nathalie X, a mulher que suspeita de traição, vivida pela também ótima atriz Fanny Ardant contrata a prostituta para seduzir seu marido. Ou seja, na fita americana, o desejo, e sua cota do imponderável, são mais proeminentes do que na fita francesa.


O pecado é mais gostoso: A maçã proibida é a mais apetitosa...



Importante ressaltar que Catherine é uma mulher reprimida e ao se jogar de cabeça no affair de seu marido, e pior, ao bancá-lo, toda a sua libido irá explodir. Chloe, maravilhosamente interpretada por Amanda Seyfried, interpreta, conforme suas necessidades lhe impelem, a atitude de Catherine. E sua leitura não está de todo errada. É essa eclosão de desejo, culpa e ressentimento que fazem O preço da traição ser um filme notável em seu escopo. Egoyan realiza uma narrativa envolvente que, a despeito das soluções dramáticas aventadas, se vale copiosamente de uma sensualidade feroz e da beleza de suas protagonistas (muito bem fotografadas). A direção de arte clean e austera também ajuda na construção desse climão erótico.

O desejo pode pregar peças...


Outros filmes também se apropriaram desse subterfúgio (a sensualidade e a sexualidade de seus personagens) para discutir a fidelidade. Alguns com mais êxito comercial, outros com mais sucesso critico. De uma forma ou de outra, todos propuseram histórias palatáveis.
Em Infidelidade, Diane Lane faz uma mulher muito bem casada com o personagem de Richard Gere que cede a tentação de um homem mais jovem (personagem de Olivier Martinez). Consumida pela culpa? Negligenciada pelo marido? Entediada? O filme de Adrian Lyne põe a lupa na questão. O que, além do desejo puro e simples, pode motivar um caso extraconjugal? O mesmo Adrian Lyne realizou o filme que talvez seja a bíblia para esse subgênero. Atração fatal, como entrega o nome, mostra o perigo de se ter relações extraconjugais. O filme, o mais moralista do subgênero, é também o mais bem sucedido. Na fita, indicada ao Oscar de melhor filme, Michael Douglas (ator que é assumidamente viciado em sexo e que alguns anos depois firmaria um contrato pré-nupcial que garante uma fortuna a Catherine Zeta Jones, caso a traia) vive um homem que trai sua mulher simplesmente por que lhe foi dada a chance.
Recentemente, a trama central de Atração fatal foi retomada em Obsessiva. No filme estrelado por Beyoncé Knowles, existe apenas um aprofundamento do suspense e o desenho de Beyoncé (a mulher traída) como uma espécie de heroína.



Sexy chic: Diane Lane vive uma mulher quarentona que cede a um caso extraconjugal em Infidelidade


O cineasta francês Claude Chabrol soube rir de uma situação muito comum em Uma garota dividida em dois. Uma mulher casada com um homem rico e mais velho apaixona-se por um homem mais jovem. O filme alia humor e tensão como poucos que abordam a infidelidade. Pintar ou fazer amor é outro bom filme francês que gira em torno de fidelidade, embora o escopo seja muito maior. Dois casais se enamoram em uma espiral de desejo em que fidelidade é um conceito um tanto deslocado.
O grande Stanley Kubrick também enquadrou o desejo, entre outras coisas, em seu derradeiro filme. De olhos bem fechados coloca um casal da vida real (Tom Cruise e Nicole Kidman eram casados à época das filmagens e do lançamento do filme) às voltas com libidos incontroláveis e traições.
De uma forma ou de outra, com posicionamentos mais conservadores ou mais liberais, o desejo é sempre muito bem capturado pelo cinema. O preço da traição é o mais novo membro dessa seleta, e sensual, galeria.

Desejamos juntos, logo, traímos juntos: Em Pintar ou fazer amor, todo mundo é de todo mundo


Metalinguagem do desejo: Em De olhos bem fechados, Cruise e Kidman servem ao voyerismo da platéia

Se você gostou deste tema e do filme que a coluna abordou, Claquete recomenda os seguintes filmes:

Infidelidade, de Adrian Lyne (EUA, 2002)

Assédio sexual, de Roger Donaldson (EUA 1994)

De olhos bem fechados, de Stanley Kubrick (EUA 1999)

Nathalie X, de Anne Fontaine (França, 2003)

Pintar ou fazer amor, de Arnauld e Jean Marie Larrieu (França, 2006)

Atração fatal, de Adrian Lyne (EUA, 1987)

Jogo de adultos, de Alan J. Pakula (EUA, 1992)

TOP 10 especial: Discursos/ mónologos do cinema

1 – “I´m a fan of man”, Al Pacino em O advogado do Diabo


É isso mesmo! Al Pacino de novo. Recordista de aparições na lista (foram 3 numa lista de 10), pode-se argumentar que o ator foi beneficiado por personagens fortes e belas falas. Não deixa de ser verdade, mas Al Pacino construiu essa ponte. Um ímã para personagens fortes e um verdadeiro trator em cena, Pacino catalisa e muito. É o que ocorre na cena escolhida para encabeçar esse top 10 dos grandes discursos e/ou monólogos do cinema. O advogado do diabo é tido, em termos gerais, apenas como uma veia de entretenimento inteligente e casual. Pacino e sua célebre caracterização do Diabo transformam o filme em algo mais. É pontual que o primeiro lugar desta lista traga em seu cerne uma discussão filosófica que abranja fé, ciência, história, ambição, ética e muito mais. Não é pontual que Al Pacino seja o homem a lhe dar viço.
Nessa cena testemunhamos uma barganha entre John Milton/Diabo (Pacino) e seu protegido, Kevin Lomax (Keanu Reeves). Frases sensacionais, insights primorosos sobre a relatividade entre destino e livre arbítrio e um argumento estarrecedor sobre a fraqueza do homem. É difícil fazer justiça a esses 5 profundos minutos em que o Diabo tenta convencer o advogado Lomax de que reinar no inferno é melhor do que servir nos céus. Não é fácil. O gosto com que Al Pacino vive o personagem, com o perdão do trocadilho, é diabólico. Ele está tão soberano que leva Keanu Reeves a reboque. Uma cena monumental que mais do que muitos filmes que se valem de teses sociológicas diz muito sobre o homem, o meio, e todas as suas interjeições.


terça-feira, 25 de maio de 2010

Crítica - Robin Hood

O personagem errado no filme certo

É inegável que Ridley Scott sabe fazer épicos. Assim como é inegável que ele gosta de fazê-los. Robin Hood (EUA 2010) foi uma produção conturbada desde o princípio. Troca de elenco, contestação do protagonista (Russel Crowe) - que seria velho demais para o personagem -, mudança de roteiro, de roteiristas e de argumento (o filme a princípio chamar-se-ia Nottinghan e Robin Hood e o xerife da cidade seriam a mesma pessoa).
Enfim, foram muitos os percalços superados por Scott para que lançasse seu filme na abertura do festival de Cannes deste ano. A recepção, porém, não foi boa. Os críticos presentes no festival pesaram a mão com Scott e seu filme, mas não foram faltosos com a verdade.
Robin Hood traz consigo as chagas de uma produção marcada por desvios e também a sombra do grande épico da atualidade, que calha de ter sido feito pela dupla Scott & Crowe. É bem verdade que a história deste Robin Hood pouco lembra a de Gladiador (2000), mas há a incessante busca do diretor pelo paralelo. Seja pelo uso da incessante trilha sonora que em muito faz lembrar a do filme de 2000, seja por tentar fazer o embate entre Godfrey (um ótimo Mark Strong) e Robin Hood (Russel Crowe) pessoal, ou por um conjunto de cenas que remetem diretamente ao filme vencedor de seis Oscars. Russel Crowe, ótimo ator que é, consegue distanciar-se da figura de Maximus (seu personagem em Gladiador), mas até nisso a memória daquele filme prejudica-o em sua nova composição; tendo em vista que a platéia irá, de uma forma ou de outra, forçar a comparação. Robin Hood, impreterivelmente sairá perdendo.



Preparar, apontar e...: uma das poucas vezes que Robin usa seu arco


O filme funciona maravilhosamente como entretenimento, é bom que se diga. Mas há de se questionar o esforço de Scott em fazer um filme sobre Robin Hood tão deslocado da leitura que se tem do anti-herói. Muda-se a história da Inglaterra, muda-se o perfil de Robin Hood, muda-se o contexto em que atuava e, por tabela, muda-se um pouco de suas motivações. Aproxima-se Robin Hood de um cavaleiro ou soldado, como se isso fosse necessário para legitimá-lo. Quisesse Scott fazer um épico enquadrado dessa maneira, era melhor que partisse de uma história original como fizera em Gladiador. A originalidade de Robin Hood soa falsa e ajuda a entender a resistência para com o filme. É preciso admitir também o tom pretensioso da fita. Em momento algum Robin Hood, que passa a maior parte do filme atendendo pelo nome de Robert Loxley, remete a figura clássica do personagem. Essa dicotomia também prejudica o filme. Scott, embora faça seu protagonista empunhar o arco e flecha e matar seu principal oponente com ele, tem dificuldades em convencer sua audiência de que aquele cara é Robin Hood. Ele parece mais William Wallace e, inevitavelmente, Maximus do que Robin Hood. E não importa o que se diga, esse vai ser o carma definitivo deste filme.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Repercutindo Cannes 2010

O triunfo tailandês, além de imprevisto, soou indisgesto na crítica internacional


E nesta segunda-feira a imprensa mundial pôs-se a repercutir o resultado de Cannes 2010. A crítica, mais perplexa, ainda procura se situar e entender o sentido por trás de uma premiação totalmente imprevisível e revestida de critérios discutíveis, uma vez que o filme vencedor não despertou o menor interesse de grande parte da crítica.
Essa afirmação não implica que a fita tailandesa seja ruim, apenas relativiza sua qualidade. Lung Boonmee Raluek chat, diferentemente de longas como Outrage e Poetry, que despertaram reações difusas, mas enfáticas da crítica, não superou a pecha de banal. Teve pouco destaque na imprensa internacional e não provocou o menor otimismo da crítica. Muito pelo contrário, as reações diversas ao filme só surgiram depois da confirmação da vitória. A Folha de São Paulo, que garantiu uma das melhores coberturas do festival na imprensa brasileira, escreveu nesta segunda que Cannes privilegiou um cinema mais autoral em detrimento de uma lógica mais industrializada. De certa forma, comungou com o pensamento do presidente do júri. Burton justificou a Palma de ouro para Lung Boonmee Raluek chat da seguinte maneira: “O mundo está ficando menor, e os filmes estão ficando mais ocidentalizados ou hollywoodizados. Para mim, este foi um filme que eu senti que estava assistindo de outro país, de outra perspectiva”. No entanto, é inescapável a clara conotação política que o prêmio carrega. A Tailândia atravessa grave crise institucional e o país está às vésperas de uma guerra civil, a visibilidade que a Palma de ouro acarreta, portanto, é importantíssima para dar voz aos dramas do país na imprensa internacional.

Amalric recolhe sua Palma pela direção de Tournée, ao lado de integrantes do elenco de seu filme: imprensa francesa foi a mais feroz, apesar de três prêmios entregues a franceses


Contudo, no geral, o prêmio para o filme tailandês não foi bem recebido. Especialmente na Europa. O jornal francês Le Figaro destacou em manchete “Palma do tédio”, para o diário francês, a vitória do filme tailandês no festival reflete uma “esquizofrenia criativa” de Cannes. Já o Le Monde foi mais diplomático. Lembrou que os franceses foram bem contemplados com as vitórias de Juliette Binoche e do diretor Mathieu Amalric, além do grande prêmio do júri para Des hommes et dieux. Contudo, o jornal lembra que a vitória da fita tailandesa deixa clara a inferioridade da seleção desse ano em comparação aos anos anteriores, em especial 2009. A imprensa italiana também destacou a vitória tailandesa de forma negativa. O jornal Corriere della sera vaticinou: “ Imperdoável!” Para o diário, não é compreensível a vitória tailandesa com filmes consideravelmente mais fortes em disputa. “Another year e Biutiful são produções mais encorpadas”, sublinhou o jornal.

Javier Bardem foi uma das poucas certezas da noite: o espanhol (na foto ao lado do Elio Germano com quem dividiu o prêmio) fez declaração de amor a sua namorada, Penelope Cruz

A Variety classificou a vitória de Lung Boonmee Raluek chat como “surpreendente”. Diferentemente da maior parte da crítica americana, preferiu não polemizar. E qualificou a fita tailandesa como boa, embora com a ressalva: “Mas, talvez, não merecesse o principal prêmio.”

domingo, 23 de maio de 2010

Insight

Por que Closer é o número 1?




Um dos primeiros posts de Claquete foi sobre Closer-perto demais. Na verdade, o filme foi a primeira lembrança da extinta seção “Filme do dia”, na inauguração do Blog. Essa coincidência não foi por acaso. Mesmo que não se concorde com o título de melhor filme da década, é preciso reconhecer o quanto o filme de Mike Nichols é expressivo, brutal, verdadeiro e insidioso. Poucas vezes o amor foi abordado de maneira tão crua e desapaixonada em um filme antes. E não é só o amor a matéria prima de Closer. Os relacionamentos, e a dinâmica rocambolesca que os caracterizam, constituem o filme como um elaborado - e por que não esmiuçado - estudo sobre os desmandos do ego, superego e demais conceitos que parecem interessar apenas a psicólogos e terapeutas.
A atemporalidade de Closer se verifica não só pela universalidade do tema central, mas pela acuidade do registro. O texto de Patrick Marber, adaptado da peça de sua própria autoria, é de um vigor arrebatador. Mas não é só. A direção de Mike Nichols otimiza esse texto maravilho e propicia que outro componente fundamental brilhe: o elenco. Clive Owen, Jude Law, Julia Roberts e Natalie Portman vivem aqui, possivelmente, seus melhores momentos como intérpretes. Eles, literalmente, dão vida aos conflitos e dilemas aventados pelo roteiro.


Personagens que não provocam empatia, mas falam ao espectador


Jogar luz sobre o lado obscuro de um sentimento geralmente retratado de maneira lisonjeira, idílica e, diriam alguns, até mesmo fabular, requer coragem e conteúdo. Closer, com seus diálogos secos, sua desenvoltura contida, sua moral desconectada e sua tensão aflorida transborda coragem e, certamente, apresenta conteúdo de sobra. É um filme que se comunica com o espectador toda a vez que se volta a ele. E seu significado, embora permaneça dentro de uma espiral de coerência, varia de acordo com a maturidade emocional do espectador. Não é uma obra fácil, não é de provocar empatia, os personagens não são agradáveis, seus dramas não são edificantes e o desfecho, certamente, não traz nenhuma apoteose. Essa opção pelo não convencional ajuda a ajustar Closer como o filme mais significativo da década. Além da excelência em todos os quesitos já abordados, o filme aposta em uma estética que emula o teatro, sem renunciar a certos meandros narrativos típicos do cinema. Contudo, a fita não é um produto convencional em termos de estruturação. Rotulá-lo, portanto, como “um ótimo trabalho de elenco”, “teatro filmado” ou “apenas um grande roteiro” é desviar-se de uma análise mais fundamentada e ir ao encontro de percepções simplistas e limitadas.


Um filme que dispensa rótulos, mas que alguns costumam chamar de "o mais adulto filme hollywoodiano dos últimos tempos"


Mas Closer-perto demais é o melhor filme da década, talvez, por que prescinda de todo esse embasamento. É uma experiência demolidora. Um filme que dá prazer de ver, ao cinéfilo, agonia, ao enamorado e desencantamento, ao ser humano. Se outro filme na década conseguiu reunir essas sensações durante duas horas e reproduzi-las toda vez que se volte a ele, que se apresente.

Cannes updated # Final Cut

A volta por cima dos asiáticos
Como previsto desde o início, a Palma de ouro foi para um filme asiático. Lung Boonmee Raluek Chat, de Apichatpong Weerasethakul, levou a Palma de ouro neste domingo. Apesar do agito da crítica em torno de filmes como o ucraniano My joy e o inglês Antoher year, a Palma acabou ficando com a produção tailandesa que mostra um homem a beira da morte em contato com os espíritos de pessoas que já morreram.
Outro asiático também levou um prêmio de grande ressonância, o sul coreano Poetry, que foi taxado pela critica como “normal e aborrecido” ficou com o prêmio de roteiro.

A dor mais doída
Aos favoritos que ficaram sem nada, resta o consolo da aclamação crítica em um festival marcado pela obviedade. “Não tiveram grandes filmes”, escreveu a Variety que elegeu os novos de Inãrritu, Loach e alguns destaques da mostra Um certo olhar como os principais filmes da edição. Aos favoritos da crítica, em que figuravam Loach, Iñarritu, Leigh e o ucraniano Loznitsa, resta o consolo de serem os favoritos da crítica, já que saíram de mãos abanando. Com exceção de Inãrritu que viu seu protagonista, Javier Bardem dividir o prêmio de atuação masculina com Elio Germano, de La nostra vitta, considerado um dos piores filmes pela crítica.

Até que Claquete foi bem
Dos sete prêmios em que arriscou palpite, o blog acertou três. Tendo em vista que o favoritismo foi posto de lado e que candidatos que nem mesmo receberam atenção da mídia especializada sagraram-se vencedores, o blog mandou bem.

A primeira impressão é a que fica
Tournée foi o primeiro filme na disputa pela Palma de ouro a ser exibido e não despertou nenhum entusiasmo. O filme de Amalric não era apontado para nenhum prêmio pelos entendidos de Cannes. Mas os entendidos pouco entendem, e o diretor (em seu quarto filme) faturou a Palma de direção. Desbancando algumas figuras que muitos creem mereciam mais.

Um prêmio com a cara de Burton
Todo mundo diz que o presidente do júri exerce uma grande influência, para não dizer que é ele quem decide, na hora de escolher o vencedor da Palma de ouro. Quem não lembra da polêmica vitória do documentarista Michael Moore com Fahrenheit 11 de setembro no júri presidido pelo cineasta Quentin Tarantino em ano de eleição americana? O que dizer de um filme tailandês que aborda um homem que fala com espíritos como forma de abrandar o medo da morte em um júri presidido pelo incomum Tim Burton que já trouxe ao mundo pérolas como Edward mãos de tesoura e Noiva cadáver. É possível dizer que esta teoria é mais provável do que pensa nossa vã filosofia.

O francês obrigatório
E como não podia deixar de ser um filme francês saiu premiado da riviera francesa. O filme Des Hommes et des Dieux, de Xavier Beauvois, levou o grande prêmio do júri, que é uma espécie de segundo lugar no festival. Diferentemente do grande vencedor, algum prêmio para Beauvois já era antecipado pelos entendedores de Cannes.

A quase zebra
O italiano Elio Germano bem que tentou, mas o máximo de zebra no campo das atuações foi a divisão do troféu de melhor ator entre ele e o espanhol Javier Bardem. Entre as mulheres, a francesa Juliette Binoche ficou com a Palma de ouro de melhor atriz pelo filme Copie conforme.


Sem mais rodeios, os vencedores da 63º festival de Cannes

Palma de Ouro

Lung Boonmee Raluek Chat, de Apichatpong Weerasethakul

Ator

Javier Bardem de Biutiful e Elio Germano de La Nostra Vita

Atriz

Juliette Binoche de Copie Conforme

Direção

Mathieu Amalric por Tournée

Roteiro

Lee Chang-Dong por Poetry

Curta-metragem

Un Chienne d'Histoire, de Serge Avedikian

Camera d'Or

Año Bisiesto

Prêmio do júri

Un Homme qui Crie, de Mahamat-Saleh Haroun

Grande Prêmio do júri

Des Hommes et des Dieux, de Xavier Beauvois

Os 25 melhores filmes da década: 1 - Closer-perto demais

"Eu sei quem você é! Eu te-amo. Eu amo tudo em você que até dói!”

“Esse é o espírito. Obrigado.Obrigado pela honestidade. Agora saia da porra da minha frente e morra! Sua puta problemática!”

“Eu não te-amo mais.Adeus!”

Recortes da vida real



Anna & Larry
“Por que o sexo é tão importante?”
“Porque eu sou um homem das cavernas”


Dan & Alice
“Não é seguro lá fora!”
“Ah, e é seguro aqui?”

Anna & Larry
Por que você está vestido?”
“Por que eu acho que você está prestes
a me deixar e eu não queria estar usando um roupão”

Alice & Dan
“Mas ninguém vai te amar tanto quanto eu. Isso não basta?”
“Não!”
“Por quê?”
“Porque eu acho que serei mais feliz com ela”

Alice & Larry
“Eu não sou uma puta!”
“Eu não pagaria!”


Dan & Larry
Eu quero Anna de volta
Ela fez a escolha dela.
Eu te devo desculpas. Eu me apaixonei por ela. Eu não queria te fazer sofrer.
Onde estão as desculpas?
Me desculpe. Se você a ama, você a deixarará partir para que seja feliz.
Ela não quer ser feliz!
Todo mundo quer ser feliz!
Os depressivos não. Eles querem ser infelizes para confirmar que são depressivos.Se eles fossem felizes, eles não poderiam mais ser depressivos. Eles teriam de ir para o mundo e viver. O que pode ser bastante depressivo.


Sinopse
A trama acompanha os encontros e desencontros amorosos de quatro personagens entre si.

Comentário
É difícil apontar qual a maior virtude do filme de Mike Nichols. A destreza técnica, a coragem com que aborda o tema e a perfeição do elenco saltam a frente. Mas não resumem a força demolidora que é Closer. Não faz justiça a inteligência com que aborda a emoção e não indica a sofisticação com que dá forma a essa abordagem. O emaranhado emocional que pauta as relações amorosas é o protagonista dessa história doída que fala sobre sexo, mas não mostra, que discute o amor, mas priva seus personagens de senti-lo em sua plenitude, que questiona muito e oferece poucas respostas satisfatórias. Closer-perto demais talvez seja a mais perfeita síntese da pretensão cinematográfica. Entretenimento inteligente, conteúdo para análise fílmica e reverberação sociológica a posteriori. E Julia Roberts. Aqui a ex-queridinha que voltou a ser queridinha da América abre mão de qualquer vaidade e entrega a performance de sua carreira. Natalie Portman também assombra, Jude Law é outro colosso e Clive Owen é um imã para os olhos. O texto é sublime e vigoroso e a direção de Nichols é elegante. Derreter-se em elogios a Closer é uma contingência cinéfila. Reconhecer sua ressonância e coragem, é questão de maturidade.


Prêmios
2 indicações aos Oscar (ator coadjuvante e atriz coadjuvante); 5 indicações ao globo de ouro( filme/drama, direção e roteiro) e duas vitórias (ator e atriz coadjuvantes); indicado ao prêmio do sindicato dos roteiristas; Bafta de melhor ator coadjuvante; 3 indicações ao critic´s choice awards (elenco, ator coadjuvante e atriz coadjuvante); melhor ator coadjuvante para a associação de críticos de Las Vegas; melhores ator e atriz coadjuvantes para a associação de críticos de Londres; melhor elenco pelo National board of review; melhor ator coadjuvante para o críticos de críticos de Nova Iorque; melhor atriz coadjuvante para a associação de críticos de San Diego; melhor ator coadjuvante para a associação de críticos de Toronto;

Curiosidades
- O ator Clive Owen já tinha atuado na peça que deu origem ao filme. Na montagem londrina do texto, o ator viveu o jornalista Dan (personagem de Jude Law no filme)
- O diretor Mike Nichols admitiu em recente entrevista que nunca pensou em outra atriz que não Julia Roberts para viver a fotógrafa Anna
- Em recente pesquisa feita pelo caderno cultural "Segundo caderno", do jornal O Globo, os leitores apontaram Closer como o filme mais completo a abordar relacionamentos adultos
- Clive Owen e Julia Roberts retomaram a química extraordinária apresentada no filme de Mike Nichols no recente Duplicidade, de Tony Girlroy

Ficha técnica
título original:Closer
gênero:Drama
duração:01 hs 40 min
ano de lançamento:2004
estúdio:Icarus Productions / John Calley Productions / Avenue Pictures Productions
distribuidora:Columbia Pictures / Sony Pictures Entertainment / Buena Vista International
direção:Mike Nichols
roteiro:Patrick Marber, baseado em peça teatral de Patrick Marber
produção:Cary Brokaw, John Calley, Robert Fox, Mike Nichols e Scott Rudin
fotografia:Stephen Goldblatt
figurino:Ann Roth
edição:John Bloom e Antonia Van Dermellan
elenco: Julia Roberts, Jude Law, Clive Owen e Natalie Portman

>Fonte: arquivo pessoal


sábado, 22 de maio de 2010

Os 25 melhores filmes da década: Apêndice - parte 2


Quem manda aqui sou eu!
(gente que dá o ar da graça mais de uma vez na lista)

Russel Crowe

(Gladiador e Uma mente brilhante)



Heath Ledger



(O segredo de Brokeback Mountain, Não estou lá e Batman – o cavaleiro das trevas)

Clint Eastwood


(Gran Torino e Menina de ouro)


Jack Nicholson


(Os infiltrados e A promessa)


Ed Harris



(Ume mente brilhante, Medo da verdade e Marcas da violência)


Morgan Freeman


(Batman – o cavaleiro das trevas, Medo da verdade, Menina de ouro)

Julia Roberts

(Jogos do poder e Closer – perto demais)

Christian Bale


(Não estou lá e Batman – o cavaleiro das trevas)

Aaron Eckhart


(A promessa e Batman – o cavaleiro das trevas)




Os eleitos:(clique no nome do filme para ler a página sobre ele)

25 - Gladiador, de Ridley Scott (EUA, 2000)

24 - Cidade de Deus, de Fernando Meirelles (Brasil, 2002)

23 - Fale com ela, de Pedro Almodóvar (Espanha, 2002)

22- Os infiltrados, de Martin Scorsese (EUA, 2006)

21 - Moulin Rouge - amor em vermelho, de Baz Lhurman (EUA, 2001)

20 - Colateral, de Michael Mann (EUA, 2004)

19 - A vida dos outros, de Florian Von Donnersmarck (Alemanha, 2006)

18 - Medo da verdade, de Ben Affleck (EUA, 2007)

17 - Onde os fracos não têm vez, dos irmãos Coen (EUA, 2007)

16 - Jogos do poder, de Mike Nichols (EUA, 2007)

15 - Do que as mulheres gostam, de Nancy Meyers (EUA, 2000)

14 - Uma mente brilhante, de Ron Howard (EUA, 2001)

13 - Marcas da violência, de David Cronenberg (EUA, 2005)

12 -A promessa, de Sean Penn (EUA, 2001)

11- O pianista, de Roman Polanski (França, 2002)

10 - Munique, de Steven Spielberg (EUA, 2005)

9 - Bastardos inglórios, de Quentin Tarantino (EUA/França 2009)

8 - Gran torino, de Clint Eastwood (EUA, 2008)

7 -Não estou lá, de Todd Haynes (EUA, 2007)

6 - Sobre meninos e lobos, de Clint Eastwood (EUA, 2003)

5 - O segredo de brokeback mountain, de Ang Lee (EUA, 2005)

4 - Match point - ponto final, de Woody Allen (EUA, 2005)

3 - Batman - o cavaleiro das trevas, de Christopher Nolan (EUA, 2008)

2 - Menina de ouro, de Clint Eastwood (EUA, 2004)