quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Em off

Nesta edição da seção Em off, Natalie Portman cada dia mais completa como artista, a grita da equipe de O cavaleiro solitário, as novidades em relação a Missão impossível 5 e mais filmes que farão o festival internacional de cinema de Toronto.

A crítica da crítica 1
Johnny Depp, Armie Hammer e o produtor Jerry Bruckheimer recorreram a um expediente feio e em crescente descrédito para justificar o fracasso de O cavaleiro solitário nos cinemas: culparam a crítica. Em coro, disseram que a má vontade da crítica especializada com o filme vinha desde o anúncio de que Gore Verbinski dirigiria a produção. Bruckheimer disse que a crítica foi ao orçamento e não à fita. Já Depp falou que a opinião estava formada mesmo antes do filme lançado e Hammer apontou um conluio de críticos americanos para destruir blockbusters de verão nas bilheterias.

A crítica da crítica 2
É relativamente comum entrevero como esses, mas nos idos da internet já se sabe que a influência da crítica de cinema é cada vez menor. Quadro ainda mais alarmante quando se leva em consideração produções de verão. Filmes como O homem de aço, nesse mesmo 2013, foram tão negativados quanto O cavaleiro solitário e fizeram boa bilheteria. A franquia Crepúsculo é o maior exemplo de execração crítica e sucesso de público. Depp e companhia vão ter que escolher um bode expiatório mais convincente.

Mark Marky contra-ataca...
Em entrevista à rádio BBC de Londres, Mark Wahlberg deu seus pitacos sobre a intriga envolvendo O cavaleiro solitário, que dará um prejuízo à Disney de cerca de U$ 200 milhões. "Hoje em dia os estúdios se preocupam tanto com o marketing dos filmes, de como empurrá-los para o público e acabam se esquecendo de medir a qualidade desses produtos em primeiro lugar". Wahlberg, que estará no elenco do quarto Tranformers e será perfilado este mês em Claquete, disse ainda que no caso particular de O cavaleiro solitário o buraco era mais embaixo. "Eles fizeram um filme de U$ 225 milhões, certo? Mas é um filme sobre dois caras a cavalo no deserto. Para onde foi o dinheiro?"

Wahlberg em foto tirada pouco depois da entrevista dada no dia 7 à BBC, todo prosa porque vai ter perfil em Claquete neste mês, diz que Tranformers 4 não será "O cavaleiro solitário de 2014"

Natalie Portman 3 X 4
Pouca gente se dá conta, mas Natalie Portman não é só um rostinho bonito do cinema. Que a atriz oscarizada se formou em psicologia em Harvard e fala razoável número de línguas, leitores ávidos de Claquete e outros tipos bem informados certamente já sabem, mas a atriz que é também produtora (tem uma produtora para chamar de sua, a Handsomecharlie Films) já persegue uma carreira como diretora. O primeiro passo foi dado em 2008, com o curta Eve (primeiro filho da Handsomecharlie Films), lançado no Festival de Veneza daquele ano. No ano seguinte, dirigiu um segmento do filme coletivo Nova-Iorque, eu te-amo e agora se prepara para estrear efetivamente na direção com a adaptação da autobiografia do escritor israelense Amos Oz, “De amor e trevas”.
À agência Reuters, Oz disse que Portmam pediu os direitos sobre o material a “uns cincos, seis anos” e ele aceitou por causa da “alto estima” que tem pelo trabalho dela.
“De Amor e Trevas" narra a infância de Oz na Jerusalém dos anos 1940 e 50, passando pela morte da mãe dele (que será vivida por Portman), sua ida para um kibutz e as idas e vindas da política israelense após o surgimento da nação. Oz disse que está ajudando a escrever o roteiro e que Portman deve viajar em setembro a Israel para participar dos preparativos da produção. As filmagens estão previstas para começar em janeiro.
Trata-se de um projeto com potencial complexidade narrativa e que pode ser um belo de um cartão de visitas para essa nova fase da carreira de Natalie Portman.

Natalie comandando o set em Nova-Iorque, eu te-amo: artista com bala na agulha...

Escolha certa?
Depois de Brad Bird, escolha até certo ponto incomum ter renovado a franquia Missão Impossível com O protocolo fantasma, que agradou a crítica e se assegurou como a maior bilheteria da série, Tom Cruise confirmou que Christopher McQuarrie será o diretor do quinto filme. McQuarrie já dirigiu Cruise em Jack Reacher: o último tiro, mais recente tentativa do astro de estabelecer uma nova franquia de ação. O filme, ainda que bom, não rendeu o esperado pelo estúdio, a mesma Paramount que produz e distribui os filmes estrelados pelo agente Ethan Hunt. Até segunda ordem, a ideia de Jack Reacher virar franquia está abortada. McQuarrie é, inegavelmente, um bom roteirista e a franquia tem o hábito de acreditar em diretores iniciantes e promissores. Foi assim com J.J Abrams no terceiro capítulo e com Bird, então um diretor de animações, no quarto filme. É ver qual vai ser o saldo desse mix de ousadias.

Algumas baladas de Toronto 2013 – parte II

Bad words

A estreia na direção de Jason Bateman promete ser um desses marcos da comédia que vez ou outra surge por aí. Bateman investe no seu humor característico para mostrar a história de um quarentão murrinha que vai parar em uma competição infantil.

Devil´s knot

O novo filme de Atom Egoyan, inspirado em fatos reais, acompanha o cotidiano de uma mãe após seu filho ser um dos três jovens assassinados em West Memphis, crime que chocou a América no início dos anos 90. Resse Witherspoon produz e protagoniza o drama.

Don jon

A aguarda estreia de Joseph Gordon-Levitt na direção já debutou em Sundance, mas vai a Toronto para capitalizar mais. A trama gira em torno de um jovem consumista, viciado em pornografia que tem dificuldades de manter um relacionamento sério com Scarlett Johansson.

Gloria


A fita chilena é outra que já debutou em um festival, no caso Berlim. Gloria valeu o urso de prata de atriz a Paulina Garcia que vive uma mulher de meia idade divorciada que persegue sua última chance de amar na pista de dança de boates.

Hateship, loveship

As idas e vindas do amor em um filme com um elenco atraente composto por Guy Pierce, Kristen Wiig, Nick Nolte, Jennifer Jason Leigh e Hailee Steinfield. A trama, adaptada de um conto de Alice Munro, mostra os esforços de uma garota em orquestrar um romance entre sua babá e seu pai, um viciado em drogas em recuperação.

Miss violence

Aclamado filme grego que investiga as razões do inexplicável suicídio de uma garota de 11 anos e os segredos que cercam a família. A direção é de Alexandros Avranas .

September


Coprodução entre Grécia e Alemanha, o filme de Penny Panayotopoulou faz um estudo de uma mulher solitária que se torna obsessiva com uma família vizinha depois da morte de seu cachorro.

Third person

O novo filme de Paul Haggis, com James Franco, Liam Neeson, Olivia Wilde, Mila Kunis, Kim Basinger e Adrien Brody, se passa em Roma, Paris e Nova Iorque e pretende fazer uma análise do terceiro elemento em relações conjugais. Ou seja, a boa e velha (in)fidelidade.

3 comentários:

  1. Olá Reinaldo, tudo bem?
    Só batendo meu ponto aqui, para que saiba que aproveitei esta tarde para ler todas as colunas que estava em falta.
    Todas as críticas, como sempre, sem exceção, muito bem escritas; as notícias, com conteúdo conciso e inédito para mim - aqueles filmes já estão registrados em mente para quando de sua estreia; não passarão despercebidos graças ao Claquete!
    Grande abraço.

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  2. É, a culpa continua sendo da crítica, né? rs. Eles têm que culpar alguém, faz se sentirem melhor do que admitir os problemas do filme.

    Belos destaques, Reinaldo.

    bjs

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  3. Cássio: Obrigado pelo feedback, pelos elogios e por essa referência sempre pulsante e viva que dá a Claquete. Mais importante ainda: obrigado pelo comentário!
    abs

    Amanda: Valeu Amanda. Beijos

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