sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Em off

Nesta edição de Em off, novas mudanças no Oscar; um apresentador da pesada (com trocadilho e tudo); as ruivas que dominarão o cinema; o novo capítulo do triângulo Brad Pitt, Jennifer Aniston e Angelina Jolie e o que isso tem a ver com sensacionalismo e por que o primeiro trailer de J.Edgar, novo filme de Clint Eastwood, não empolga.


Lei da mordaça!
Já há algum tempo cinéfilos e observadores da temporada de ouro do cinema observavam que as campanhas, e não os filmes, tornaram-se protagonistas da disputa pelo Oscar. Recepções de gala, eventos promocionais, painéis e todo o tipo de propaganda tomam conta da Oscar season com uma volúpia, aparentemente, incessante. Desde maio deste ano, quando começou a promover alterações regulamentares, a academia vinha sinalizando o interesse em conter essa corrente. Nesta semana, coube ao diretor da instituição, Rick Robertson, as boas novas. Fica estipulada a proibição de eventos promocionais sobre os indicados ao Oscar ou com a participação dos indicados ao Oscar entre o anúncio das indicações e a entrega dos prêmios da academia.
Antes das nomeações, as campanhas seguem liberadas.


Lei da mordaça! II
A primeira reação da indústria foi de espanto. “Como fiscalizar isso?”, indagou o Access Hollywood. “E se Julia Roberts quiser oferecer um jantar particular em homenagem a um amigo indicado?”, perguntou o Los Angeles Times em clara alusão à atuação da estrela na edição do Oscar 2011 em prol da candidatura de Javier Bardem.
É, de fato, difícil equalizar de maneira produtiva e satisfatória uma diligência tão ambígua e contraditória. Mas é inegável que a decisão vem em boa hora. Mais do que em qualquer outra época, as campanhas, mais do que a qualidade dos filmes, ditam o voto dos membros da academia. “O Oscar é sobre excelência cinematográfica, não sobre a melhor estratégia de marketing”.
A novidade também pode ser depreendida como um ataque à figura de Harvey Weinstein, que, no último ano, fez do razoável O discurso do rei o grande vencedor do Oscar.



Uma incógnita mais certa
A escolha de James Franco e Anne Hathaway para apresentar a última edição do Oscar foi contestada por esse blog, que já podia antecipar o equívoco da escolha. O tempo provou que a impressão de Claquete estava certa. E o que dizer sobre Eddie Murphy, a escolha para host da 84ª cerimônia do Oscar? É uma escolha melhor do que a de Franco e Hathaway. Mas não a melhor que se podia fazer. Um ano depois do fiasco da dupla de jovens atores, apresentar o Oscar representará uma pressão ainda maior do que de hábito. Murphy é ótimo comediante, mas seu momento já passou. O filme que estrela ao lado de Ben Stiller, e que Brett Ratner – que produzirá o Oscar do ano que vem – dirige pode alavancar a carreira em queda de Murphy. O ator também andava manchado com a academia por sair no meio da cerimônia de 2007 após ter sido derrotado por Alan Arkin na categoria de ator coadjuvante, em que era favorito por Dreamgirls. Murphy sabia que sua candidatura perdera força por causa de um besteirol que lançara na época dos Oscars (Norbit).
Contudo, Murphy pode mesclar fórmulas bem sucedidas dos últimos anos. É um humorista de fácil identificação, timing certeiro e que já se provou capaz de adaptar-se. É uma incógnita, mas com potencial de certeza.


Ruivas que amamos
Os homens podem preferir as loiras (Cameron Diaz) e as morenas podem até ter os melhores lábios (Angelina Jolie), mas são as ruivas que andam monopolizando as atenções em matéria de talento, sensualidade e beleza. Quatro delas ganham destaque mais do que merecido em Claquete. Ruivíssima, Jessica Chastain é certamente a grande revelação de 2011. Presente em dez lançamentos do ano, ela chamou atenção do público em A árvore da vida, filme que, na verdade, já estava pronto desde 2009. Ela ainda poderá ser vista em The debt, Wilde Salome, Killer JoeThe Texas killing fields, entre outros.
Bryce Dallas Howard já está aí há algum tempo, alterando-se entre a loirice e os fios ruivos por imposição contratual. Mas quando cede à natureza, torna-se muito mais irresistível. Outra que tem se especializado nesse quesito é Emma Stone, que curiosamente irá interpretar no próximo Homem-aranha um papel que foi de Bryce Dallas Howard, em fase loira, no filme de 2007. Emma já se habituou a receber declarações de amor na internet. A última, em tom de brincadeira, foi de Jim Carrey.
Mas a ruiva mais irresistivelmente ruiva de todas é Christina Hendricks. Altiva em Mad men, onde faz a mulher mais charmosa e respeitada da série, Hendricks não precisa se esforçar para ser sexy.

Jessica Chastain é o nome ruivo de 2011 


Bryce Dallas Howard tem DNA hollywoodiano e puxou a "ruivice" do pai diretor de cinema Ron Howard 


Christina Hendricks é puro charme em Mad men 


Emma Stone já se habituou a receber declarações de amor pela internet e deve receber mais depois de Homem-aranha



Enlatado dramático
É inegável que J.Edgar é um dos filmes mais aguardados da temporada de premiações. Essa condição se consolidou ainda mais pelo fato do festival de Toronto não ter disparado nenhum favorito absoluto ao Oscar. Mas o primeiro trailer do filme não permite muito otimismo. J.Edgar surge, em sua primeira peça promocional, como um produto acadêmico, cheio de cálculo e conduzido dentro de uma receita certeira de Oscar. Tal qual filmes como O aviador e Milk – a voa da igualdade. Não obstante, J. Edgar divide com este último filme o roteirista Dustin Lance Black. Como Clint Eastwood é clássico e acadêmico sem esforço, não dá para dizer que essa foi uma orientação da produção. A estratégia é do marketing que tenta garfar um buzz de Oscar antes mesmo de o filme começar a ser visto.
Mas com Clint Eastwood, que prima pela excelência narrativa e dramática, é difícil crer que às pretensões a prêmios tenham prevalecido às artísticas.






Declaração infeliz potencializada

Brad Pitt, que neste fim de semana estréia nos EUA o elogiado drama Moneyball, estampou a capa de duas revistas em virtude desse lançamento. Na Entertainment Weekly e na Parade, Pitt fez revisões de sua carreira e falou sobre aspectos de sua vida pessoal. Foi uma declaração em particular que circulou com voracidade ímpar. O ator disse que “vivia uma vida desinteressante” com Jennifer Aniston. É fato que Pitt foi deselegante. Mas ele não objetivou ofender a memória do que viveu com Aniston, muito menos ofendê-la. Seu desabafo foi tirado de contexto na forma como foi veiculado na mídia que repercutiu essa declaração em particular.
O ator apenas elaborava sobre seu estado de espírito em um casamento em que se sentia apenas “celebridade”. Isso era algo que ele estava vivenciado. Quem nunca se sentiu desmotivado em uma relação amorosa? Foi isso que Pitt tentou, ainda que de maneira desarticulada, exprimir. Não conseguiu consertar o “deslize comportamental” nem mesmo com a nota à imprensa que liberou no dia seguinte à veiculação da notícia.
Brad Pitt, na condição de astro magnânimo do planeta, devia saber que há toda uma indústria ávida por atos impensados ou declarações mal formuladas de sua parte.

Brad Pitt na capa da Parade de setembro: "Eu não disse exatamente o que eu queria dizer..."

4 comentários:

  1. Eu fiquei triste e decepcionada com as declarações infelizes do Brad Pitt sobre a Jennifer Aniston. Pior é a forma como ele está tentando reparar a merda que fez. Melhor é ficar que nem a Jennifer Aniston: calada, sem comentários sobre isso e feliz com seu novo amor, Justin Theroux, com quem ela forma um lindo casal. Espero que eles deem certo!! :)

    Adorei a mudança nas regras do Oscar. Esses eventos promocionais são MUITO complicados. Mas, acho que poderiam mudar também as regras das campanhas feitas...

    Amei o trailer de "J. Edgar", que parece marcar a volta do Clint Eastwood a sua forma mais clássica, além de parecer com que Leonardo di Caprio seja um dos grandes favoritos ao Oscar de Melhor Ator.

    Odiei a escolha do Eddie Murphy como Mestre de Cerimônias do Oscar... Queria Robin Williams ou Steve Carell e Tina Fey, ou, quem sabe, Ben Stiller.

    E a Jessica Chastain é a revelação de 2011.

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  2. Realmente, o Brad Pitt foi infeliz com os comentários sobre seu casamento anterior com a Jennifer. Já não está com a Angelina, esquece. rsrsrs.

    Gostei também das mudanças nas regras do Oscar, mas não gostei da escolha do Eddie Murphy para apresentar a cerimônia. Prefiro Billy Crystal.

    E amei o trailer de "J.Edgar", sua reconstituição de época e a história conseguiu me pegar. E o Leonardo DiCaprio velhinho me assustou. rsrsrs.

    Beijos! ;)

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  3. Opa, alguém falou de ruivas? rs. Comigo, ganham 20 pontos só por terem essa distinção, 100% se tiverem olhos verdes... não há combinação que me deixe mais, hum-hum, mais hipnotizado. Enfim. Bela lista, Reinaldo, atrizes belíssimas e com trabalhos cada vez mais solidificados. Adiciono aí a excelente Emily Blunt, que esse ano não está tão comentada na mídia e protagonizou o ótimo "Os Agentes do Destino" com Damon esse ano, mas essa garota vale ouro. Atriz sensacional e uma das belezas mais constitucionais rs dos ultimos tempos no cinema =)

    Eu estou deveras decepcionado com Eastwood nos últimos anos, como já comentei aqui em Claquete nos comentários e deixei explícito no meu blog há algum tempo. Pra mim, seu ultimo ACERTO foi "Cartas de Iwo Jimo" e seu ultimo grande filme Eastwood registrated foi "Sobre Meninos e Lobos". Esse trailer de "J. Edgar", sinceramente... não me despertou nada. Mas como é Eastwood, muito provavelmente o Oscar não irá esnobar, visto que sempre indicam alguém (Jolie e Freeman) ou algo (efeitos visuais para "Além da Vida"!!!!!). Veremos "J. Edgar" no Oscar, sim, mas espero que dessa vez o filme seja bom e as nomeações não sejam por mérito ao nome de seu realizador.


    abraço!

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  4. Kamila:Acho que tanto Pitt quanto Jen já falaram demais sobre esse assunto. É difícil se esquivar do interesse midiático, ainda mais em um caso tão "inconcluso" como esses. Agora, não acho que Pitt foi ofensivo. Ele foi infeliz, mas distorceram sua declaração...
    Acho que essas mudanças no Oscar em particular vão ser de difícil aplicação. Vamos observar.

    Olha, Murphy não é o melhor nome. Mas não é um nome de todo ruim...

    Não gostei do trailer de J.Edgar. Achei perigosamente acéptico.
    bjs

    Mayara: Como assima história de J.Edgar conseguiu te fisgar? rsrs. O trailer sugere aquilo que já sabíamos que o filme dará conta...pelo menos a maquiagem parece eficiente. Vamos aguardar!
    Bjs

    Elton: rsrs. Não citei a Emily Blunt, que eu adoro, primeiro pq ela não é ruiva natural e segundo pq ela não está no melhor dos momentos - diferentemente dessa turma aí. Os agentes do destino -embora bacana - não dá para ser parâmetro né? rsrs É... eu sei que vc tá meio reticiente com Eastwood. Mas continuo crente que ele entregará um filmão. Esse trailer é maquinação do estúdio... I hope!
    Abs

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