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sábado, 8 de fevereiro de 2014

Semana Philip Seymour Hoffman em Claquete - As dez melhores atuações de Philip Seymour Hoffman

Já vamos deixando claro que muita coisa boa ficou de fora. Afinal de contas, estamos falando de Philip Seymour Hoffman, que como prova essa semana dedicada a ele em Claquete e que se finda com essa postagem, era um ator para lá de especial. Suas performances em filmes como Magnólia, A última noite e Sinédoque Nova Iorque, para citar algumas, ficaram de fora de uma lista acima de qualquer suspeita.



10 - Paul Zara em Tudo pelo poder (2012), de George Clooney
Como um experiente consultor político que se vê enredado em uma conspiração que envolve seu principal escudeiro e a campanha rival, Hoffman brilha com pouco tempo em cena, mas com a intensidade e gravidade que tão bem lhe precedem.

9 – Padre Flynn em Dúvida (2008), de John Patrick Shanley
Como um padre bondoso que subitamente se vê na condição de suspeito de molestar uma criança, Hoffman empreende uma de suas composições mais sutis. Ainda que seja suficientemente enérgico quando divide a cena com Meryl Streep, é pela candura de sua fala e pela força de seu olhar que essa performance indicada ao Oscar se distingue.

8 – Jon Savage em A família Savage (2007), de Tamara Jenkis
Como um professor de teatro frustrado, Hoffman vive o personagem mais parecido com ele, segundo disse o próprio à revista Volture em uma entrevista em 2010. Ele e a irmã precisam enfrentar o passado e algumas de suas máculas quando o pai adoece gravemente.

7 – Allen em Felicidade (1998), de Todd Solondz
Como um homem amargurado, absolutamente introspectivo e com taras sexuais inusitadas, Hoffman humaniza um personagem banhado em complexidade nesse difícil filme de Solondz. É um trabalho esmerado na intuição de um ator cheio de recursos e sem medo algum em desnudar-se dramaticamente.

6 – Andy em Antes que o Diabo saiba que você está morto (2007), de Sidney Lumet
Como um homem viciado em heroína que para sustentar o vício resolve orquestrar um assalto contra a joalheria da mãe e alicia o irmão para isso, Hoffman tem um dos momentos mais geniais de sua carreira fazendo um personagem amoral, extremo e com demônios mais sujos e vis do que qualquer outro que tenha encarnado. A forma como domina a cena, expondo a convivência de fragilidade e perversidade em uma mesma pessoa, até hoje impressiona.

5 – Scotty J. em Boggie nights – prazer sem limites (1997), de Paul Thomas Anderson
O papel que lhe aferiu destaque é uma prova imensa de seu talento. Um legítimo perdedor que Hoffman consegue fazer com que nos importemos. O contra-regra afetado apaixonado por um astro do pornô em ascensão é um dos muitos personagens tacanhos e ligeiramente perturbados, que o ator adensou com humanidade e sensibilidade.

4 – Rusty em Ninguém é perfeito (2000), de Joel Schumacher
Como um travesti que aceita cuidar do vizinho homofóbico, Hoffman dá mais um show de versatilidade criando um tipo apaixonante e incrivelmente forte, ainda que de fragilidade cativante. Faz De Niro desaparecer ante o gigantismo de sua interpretação.

3 – Truman Capote em Capote (2005), de Bennett Miller
O papel que lhe deu o Oscar é também aquele em que Hoffman provou de uma vez por todas que não havia nada que não pudesse fazer no cinema. Do timbre de voz, incrivelmente fino, aos trejeitos mais afetados, passando pelo egocentrismo doído, Hoffman é Capote. Por completo. Uma análise que percorre a ambição do criador do new journalism e encontra em sua alma agudamente aflita respostas que talvez nenhum outro ator fosse capaz de peneirar. Esse talvez tenha sido o último filme que recebeu uma indicação ao Oscar de melhor filme por mérito única e exclusivamente do protagonista.

2 – Lancaster Dodd em O mestre (2012), de Paul Thomas Anderson
Com vibração e potência, Hoffman veste a essência de um homem que se crê um profeta, um visionário e alguém capaz de tornar o mundo melhor. Um homem que também tem luxúria. Em O mestre, Hoffman transcende o campo dos mortais e chega ao patamar dos grandes intérpretes que a humanidade já possuiu.

1 – Gust Avrakotos em Jogos do poder (2007), de Mike Nichols
Talvez este não seja o melhor filme de Hoffman, ainda que seja um excelente filme, mas o ator é a lembrança mais vívida, lúcida e harmoniosa dessa comédia dramática com refinado senso crítico. Como o agente da CIA sem talento nenhum para a política e que precisa usar dela para ajudar um congressista a costurar um acordo improvável entre Israel, Irã e Arábia Saudita, Hoffman é cinema puro, extasiante e clássico, em cena.

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