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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Semana Philip Seymour Hoffman em Claquete - Um coadjuvante brilhante

Que Philip Seymour Hoffman era um grande ator, pouca gente duvida. O que parece angariar ainda mais convicção era sua capacidade de roubar cenas em filmes que apostavam em outros atores ou que não dependiam, ou intentavam depender, de seus predicados como intérprete.
Philip Seymour Hoffman teve poucos protagonistas em sua carreira porque era um coadjuvante excepcional. Do tipo que elevava o nível de um filme a despeito de um protagonista oscilante ou de uma trama hermética ou pouca atraente. Filmes como O mestre e Piratas do rock podem ser inseridos, respectivamente, nesses eixos.
Da presença marcante em filmes como Boogie nights – prazer sem limites (1997) e O talentoso Ripley (1999), em que era mais secundário do que coadjuvante, passando pelos papéis icônicos em filmes como Dúvida (2008) e Missão impossível 3 (2006), Hoffman soube sintetizar nuanças e detalhes dos personagens em desenhos sutis, mas intensos, de cada um deles.
Esse talento para a prospecção interpretativa no interior de cada personagem foi saudada pelo diretor Cameron Crowe em recente manifestação para homenagear o ator sobre sua intervenção para melhorar cena capital do filme Quase famosos, que colocou Crowe no mapa de uma Hollywood cool e descolada, atentou para esse detalhe.
Hoffman sabia se destacar em elencos primorosos, como os que integrou nos filmes Tudo pelo poder (2011), Could Mountain (2003), Dragão vermelho (2002) e Jogos do poder (2007).
Esse talento para fazer muito com pouco talvez seja o elemento biográfico de sua vida como ator que mais prospere na memória da cinefilia.


Cinco filmes que Philip Seymour Hoffman roubou...

Dúvida (2008)
Hoffman mede forças com Meryl Streep em um dos filmes mais inteligentes e sagazes dos últimos anos. Na figura complexa e intrigante do padre Flynn, o ator esconde tanto quanto revela e fascina em cada momento que surge em cena.


Jogos do poder (2007)
Se existe um personagem espetacular na carreira de Hoffman é este aqui. O ator se diverte, sem deixar de falar sério, na pele de um agente da CIA que faz os serviços (indelicadamente burocráticos) que ninguém quer fazer. Tom Hanks, a esta altura com dois Oscars na bagagem, parece um novato com Hoffman em cena.


Quero ficar com Polly (2003)
Essa comédia simpática cresce de tamanho, com toda a malícia possível e imaginável, sempre que Hoffman está em cena. O timing cômico é absurdo, assim como o testamento de que ali estava um ator que metade da Hollywood atual jamais conseguirá ser e a outra metade, como Ben Stiller, não se importava em aplaudir.



Missão impossível 3 (2006)
Frio, quase impassível e, de repente, explosivo. Hoffman criou o melhor vilão que um filme de James Bond jamais terá. Essa, Tom Cruise, que desapareceu ante Hoffman, pode até comemorar.


Embriagado de amor (2002)
Esse talvez fosse fácil. Afinal de contas, Adam Sandler era o protagonista. Mas o papel suculento, o chapa Paul Thomas Anderson reservou para Hoffman que cravou no imaginário cinéfilo a melhor “cena de cala a boca” da história do cinema.

2 comentários:

  1. "Dúvida" é a minha atuação favorita dele. E gosto muito também dele em "A Última Noite", filme que considero subestimadíssimo!

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  2. "A última noite" é mesmo um filme subestimado. Acho que minha atuação favorita dele, se é que posso eleger uma, é em "Jogos do poder".
    bjs

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