Basta uma rápida pesquisada em Claquete para se verificar
que os cinquenta anos de Brad Pitt foram muito bem vividos. Isso porque o blog
tem apenas quatro anos e meio de existência. Ator camaleônico, produtor
calculista, marido dedicado, marido infiel, pai atencioso, quase jornalista,
amante da arquitetura, artista completo. Brad Pitt tem muitas faces e agora, no
raiar dos 50 anos, vive o esplendor da maturidade como homem e artista.
A relação estável com Angelina Jolie, com quem tem seis
filhos, deve evoluir para um casamento em 2014. Não será o primeiro casamento
de Pitt, um homem que se abriu para seus desejos, e a ideia de amor pleno entre
eles, desavergonhadamente. Com a faculdade de jornalismo praticamente no fim,
deu um giro de 360º e foi para Los Angeles em busca do sonho de ser ator.
Trabalhou como distribuidor de folhetos para o restaurante El Pollo Loco em que
precisava se vestir inteiramente como um frango. Bicos como carregador de móveis
e bartender também compuseram seu currículo antes de vingar como ator sob o
comando de Ridley Scott em Thelma & Louise (1991). Antes desse filme, Pitt
já havia feito alguns trabalhos menores, mas nenhum lhe proporcionou o tipo de
notoriedade que o início dos anos 90 lhe reservaria.
Filmes como Nada é para sempre (1992), Mundo proibido (1992), Amor
à queima roupa (1993) e Kalifórnia – uma viagem ao inferno (1993) serviram para
mostrar que Pitt tinha condições de vingar como “the next Best thing” em
Hollywood, o que aconteceu quando dividiu a cena com o já astro de primeira
grandeza Tom Cruise em Entrevista com o vampiro (1994). Recentemente, boatos
indicam que Pitt e Cruise podem se reencontrar em um set de filmagens em uma
produção que reúne velocidade e rivalidade (Go like hell).
O primeiro salário de U$ 20 milhões veio por Encontro
marcado (1998), subestimado filme de Martin Brest. Antes disso, a consagração
como leading man em filmes como Seven – os sete pecados capitais (1995) – que deu
início a prolífica parceria com o cineasta Davi Fincher, Lendas da paixão
(1994) e Sete anos no Tibet (1997), o primeiro fracasso de Pitt como ator, mas
também o primeiro sinal de que perseguiria projetos mais diversos do que a
praxe no metiê hollywoodiano. O filme, desautorizado pelo governo chinês, vale
até hoje o título de persona non grata ao ator na China e no Tibet.
Nesse intervalo de tempo veio, também, a primeira indicação
ao Oscar, como coadjuvante por Os doze macacos (1995).
Pitt reloaded
Já confortável como astro, no posto de um dos homens mais
sexy do mundo, Pitt começou a galvanizar uma carreira de muitos altos e quase
nenhum baixo. Clube da luta (1999), o filme mais expressivo do fim do milênio,
traz Pitt em um momento de redescoberta como ator. Snatch – porcos e diamantes
(2000), demonstrou que o americano não tinha medo de expor sua figura ao
inusitado.
Vieram o casamento com Jennifer Aniston, a amizade com George
Clooney e a aquisição da Plan B, sua produtora. São elementos que marcam a fase
mais definidora do caminho do hoje cinquentão Brad Pitt em Hollywood.
O primeiro blockbuster de verão estrelado pelo ator só
surgiu em 2004. Tróia foi um relativo sucesso, mas nada que se compare ao
primeiro blockbuster produzido por Pitt. Guerra mundial Z, lançado neste ano,
se tornou a maior bilheteria da carreira do astro e, para todos os efeitos, é símbolo
do que significa Pitt no cinema atual. Trabalho sério, perfeccionismo, esforço
e visão de mercado. A despeito dos problemas na produção, o ator se empenhou
para que o filme alcançasse o sucesso, como a cobertura especial do lançamento
do filme aqui em Claquete observou.
Além do óbvio
Apesar do sucesso comercial e dos filmes cada vez mais
elogiados pela crítica, Pitt ainda era visto mais como um astro do que como um
ator de qualidade em meados dos anos 2000. Ele então percebeu que precisaria pôr
em prática uma reengenharia de carreira. Disposto a escolher roteiros com mais
critério e patrocinar filmes em que acreditava, mesmo que não atuasse neles
(caso do vencedor do Oscar Os infiltrados), Pitt mudou o olhar do público e da
crítica sobre sua persona. Ainda que alguma implicância resistisse devido ao
turbulento fim do relacionamento com Jennifer Aniston e a celebridade em cima de
sua vida conjugal com Angelina Jolie. Filmes como Queime depois de ler (2008),
O curioso caso de Benjamin Button (2008), O assassinato de Jesse James pelo
covarde Robert Ford (2007), Bastardos inglórios (2009), A árvore da vida (2011)
e O homem que mudou o jogo (2011) mudaram a percepção sobre Pitt.
Dedicando-se cada vez mais à arquitetura e ao papel de homem
de família, Pitt vem dando pistas de que vai desacelerar a carreira. Pelo menos
em frente às câmeras.
É preciso admirar um homem que conquistou o que conquistou e
consegue manter uma perspectiva tão frontal e amadurecida sobre si e o mundo em
que habita. Não obstante, Pitt é um baita ator que como, os bons vinhos,
mostra-se mais irresistível com o tempo.
Os melhores momentos de Pitt no crivo de
Claquete
Clube da luta
Loucura e testosterona em uma atuação tão alucinada quanto
bem planejada
Queime depois de ler
“Nunca o achei menos sexy em minha vida”. As palavras de
Angelina Jolie são mais do que justificativa...
Bastardos inglórios
Timing cômico certeiro para a criação de um dos mais
icônicos tipos de sua carreira e da portentosa galeria de personagens do
cineasta Quentin Tarantino
O homem que mudou o jogo
Minimalismo também é a praia de Pitt que se mostra capaz de
segurar um filme racional com a dose certa de emoção e contenção
O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford
Um Pitt grave, soturno e denso nessa pequena obra-prima
moderna
Sr. & Sra, Smith
Fazer comédia é mais difícil, já dizia Jack Nicholson e
Pitt, aqui, tira de letra nessa divertida comédia de ação
Snatch – porcos e diamantes
No auge da exposição, Pitt topa um papel em que ninguém
entende nada do que ele fala e, mesmo assim, não vemos a hora dele aparecer em
cena
Lendas da paixão
Pitt encarna o galã romântico com convicção e leveza
necessárias para conquistar corações femininos e respeito masculino
Guerra mundial Z
Galã e protagonista, Pitt segura na base do carisma e
talento o filme pipoca do ano, garantindo entretenimento de primeira linha
O curioso caso de Benjamin Button
Ele nunca esteve melhor em um papel dramático. O protagonista
de sua terceira colaboração com David Fincher é um papel épico, na ambição, e
complexo, na textura, mas Pitt convence com louvor
Sou suspeita, adoro o ator, seja pela beleza, pelo talento, pelas escolhas. Foram mesmo 50 anos bem vividos.
ResponderExcluirbjs
Todos adoramos Pitt!
ResponderExcluirBjs