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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Crítica: Kick-Ass 2

Pensando na sequência...

Kick-Ass: quebrando tudo foi um sucesso acidental, na concepção mais ampla do termo. Objeto de culto, em parte pela apoteose que é a personagem Hit girl, uma sequência do filme rapidamente se impôs nos planos do estúdio. Kick-Ass 2 (EUA 2013) é bem melhor do que se poderia esperar, dada a desistência do diretor Matthew Vaughn em tocar a sequência e do bafafá em torno da violência do filme construído por Jim Carrey. É bem verdade que o filme dirigido por Jeff Wadlow não é, de maneira alguma, o poço de inventividade narrativa, de originalidade visual e temática que o de Vaughn, mas a essência está preservada. O que depõe contra este filme é sua preocupação em soar pedagógico, algo que vai contra o espírito tanto da HQ na qual se inspira como do filme original. Há uma preocupação em lembrar a plateia de que o que se vê na tela é um filme, que há uma guia moral que precisa ser observada. É desperdício de recurso (e tempo) narrativo.
Feita essa ressalva, Kick-Ass 2 mantém o fio da meada do filme original. Dave (Aaron Johnson) ainda precisa elaborar exatamente o que significa ser Kick-Ass enquanto Mindy (Chlöe Grace Moretz) precisa aprender a se desvencilhar de Hit Girl e ser apenas Mindy. Algo que ela não sabe exatamente como fazer. Chris D´ Amico (Christopher Mintz-Plasse) está cada vez mais obsessivo com Kick-Ass, o responsável pela morte de seu pai. A evolução desses conflitos culminará, como não poderia ser diferente, no pau comendo para todo o lado.
Dave e Mindy sem os trajes: de alguma maneira incompletos...

Há ótimas piadas e gags em Kick-Ass 2 que continua ímpar no uso que faz do humor e da ironia para satirizar tanto a sociedade do consumo como o universo utópico e anedótico das HQs. Nesse aspecto, o filme vale (e muito) o ingresso. Há mais hit girl também, embora ligeiramente mais bem comportada, para quem vidrou na heroína mais original e desbocada de todos os tempos. Há, também, a percepção de que a sequência foi cuidadosamente pensada, o que nem sempre é bom sinal. No próprio filme há duas ou três piadas, todas ensejadas pelo personagem de Aaron Johnson, sobre isso. O lado bom disso é constatar o desprendimento do filme em rir de seu meio e de si. Sempre uma boa notícia.

5 comentários:

  1. Pois é, vale o ingresso, é divertida e manter um bom ritmo. Ainda prefiro o primeiro, mas também gostei desse e não entendo porque tanta gente criticou tanto. rs.

    bjs

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  2. Não sabia que esse filme já tinha estreado! Adorei o primeiro filme e apesar de ele soar meio didático, como você diz, ainda quero vê-lo.

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  3. Ambos estão na minha lista de filmes para se ver.
    http://jollyroger80s.blogspot.com.br/

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  4. Poderia ser bem melhor sim, mas é aquela coisa também né...como superar um primeiro grande sucesso acidental? Como vc bem diz.
    Não esperava nada do primeiro e nem sequer conhecia a HQ.

    De qualquer forma, Carrey foi infeliz em opinar sobre o filme (nada profissional da parte dele) e sim, concordo que é violento, aliás, o primeiro tb, mas há de se impor e separar fantasia da realidade, tema muito bem explorado por Kick Ass. "Se bater, chutar, vai doer molecada!"

    Acho que Kick...é menos hipócrita como muitos filmes por aí sobre violência. Tira um sarro, como Pânico dos filmes de terror e todos os clichês. Gostei do segundo e tem ótimas sequencias de ação e comédia. Um bom entretenimento.

    Abs.

    e sim, valeu meu ingresso!

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  5. Amanda:Pois é, aqui no nosso círculo "blogsocial" a recepção foi positiva. Acho que criticaram muito porque o filme tem uma desequilibrada guinada moral em seu ato final...

    Rogério: Vale a pena sim!
    Abs

    Aline:É boa diversão!
    bjs

    Rodrigo: Jim Carrey foi muito infeliz mesmo! E concordo que Kick-Ass é menos hipócrita do que muitos filmes por aí...
    Abs

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