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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Especial Elysium - Por que Neill Blomkamp é nome quente em Hollywood?

De vez em quando surgem cineastas que instantaneamente se tornam xodós. Foi assim com Tarantino. Foi assim com Shyamalan. E é assim com Neill Blomkamp. Se ele seguirá os caminhos diversos de Tarantino, que se esquivou da indústria na perseguição de um cinema autoral, ou de Shyamalan, que se perdeu na indústria na tentativa de sobrepuja-la com seu cinema autoral, ainda é cedo para dizer. Mas Blomkamp, em Elysium, gozou de impensável liberdade para um diretor ainda iniciante em Hollywood. Apadrinhado por Peter Jackson que bancou com pompa sua introdução no cinemão americano ao produzir Distrito 9, sci-fi sul-africano (coproduzido por Nova Zelândia, Canadá e EUA), Blomkamp viu seu capital subir de cotação na Sony, estúdio que apostou na proposta de Elysium, depois do filme ter se sagrado o único sucesso do estúdio na temporada. Os filmes de Shyamalan (Depois da terra) e de Emmerich (O ataque) naufragaram e só não deixaram um rombo maior no ano fiscal da Sony por causa de Elysium, um sucesso moderado, mas o menor orçamento dos três.
“Ele faz um cinema politizado, mas de uma maneira que entretém a quem só busca entretenimento”, observou Alice Braga durante a coletiva realizada em São Paulo para promover o lançamento do filme no Brasil. É a mesma opinião do site especializado em cinema (principalmente na esfera de negócios) The Wrap. “Pode ser o próximo Christopher Nolan, no sentido de desenvolver narrativas arrojadas em filmes bem sucedidos comercialmente e festejados pela crítica”. A Sony já dá pistas de que deseja firmar com Blomkamp uma parceria nos termos da que a Warner tem com Nolan. Reter um talento como esse é imperioso no jogo hollywoodiano de sucessos imprevisíveis e fracassos certeiros. Chappie, uma comédia de ficção científica, ganhou sinal verde do estúdio durante o primeiro fim de semana de Elysium nos cinemas americanos. O filme ainda nem começou a pré-produção, mas a Sony já o agendou para 2015, o ano mais tumultuado da história do cinema em matéria de grandes produções.
Se sobreviver à crise do terceiro filme, Tarantino sobreviveu à recepção fria a Jackie Brown (1997), mas Shyamalan começou seu declínio depois dos gritos contra Sinais (2002) – seu terceiro filme a partir do sucesso de O sexto sentido (1999), Blomkamp se confirmará como o “Nolan da Sony”. O terceiro filme de Nolan, para forçar na comparação, foi uma produção menor de alta qualidade chamada Insônia (2002).

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